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Rede Ebserh alerta sobre sintomas e tratamento do câncer de ovário
O acompanhamento médico regular é fundamental para o enfrentamento do câncer de ovário. Foto: Freepik
Brasília (DF) – O assunto de hoje merece toda a atenção: o câncer de ovário. No Dia Mundial do Câncer de Ovário, 8 de maio, a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) faz um apelo: lembrem-se da importância de realizar consultas médicas regularmente e estar atentas aos sinais de seu corpo. O câncer de ovário é conhecido por ser uma das formas mais letais de câncer ginecológico, atrás apenas do câncer do colo do útero, de acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca).
A Rede Ebserh, por meio de seus 41 Hospitais Universitários Federais (HUFs), é sua parceira nessa luta e ressalta a importância de buscar atendimento para o diagnóstico e tratamento adequados do câncer de ovário. Como muitas mulheres têm dúvidas e preocupações sobre o assunto, os especialistas da Rede Ebserh compartilham informações relevantes sobre o tema. Confira!
Alerta para os sintomas e fatores de risco
O câncer de ovário é uma condição que pode afetar mulheres de todas as idades, sendo frequentemente diagnosticado em estágios avançados, o que torna o tratamento mais desafiador. Segundo a ginecologista do Hospital Universitário da Universidade Federal do Amapá (HU-Unifap), Claudia Mayara Cavalcante de Andrade, os fatores de risco para o desenvolvimento do câncer de ovário incluem história familiar de câncer de ovário ou câncer de mama, mutação nos genes BRCA1 e BRCA2, histórico de endometriose, obesidade, menopausa, tabagismo e exposição prolongada e intensa à radiação.
Quanto às estratégias de detecção precoce, a médica explicou: “a avaliação clínica das pacientes é fundamental, com a realização de exames periódicos ginecológicos, incluindo ultrassom transvaginal para avaliar os anexos. É importante também estar atento aos sinais e sintomas mais avançados da doença, tais como aumento abdominal, distensão abdominal, constipação, perda de peso abrupta e outros”.
A especialista destacou a importância da investigação de pacientes na menopausa que apresentem cistos ou tumores no ovário, ressaltando que “alterações nessas regiões não são comuns nessa fase da vida. Portanto, é necessário investigar esses casos”.
Diagnóstico e tratamento
A ginecologista do Hospital Escola da Universidade Federal de Pelotas (HE-UFPel), Glaucia Alves de Carvalho, enfatizou a importância do diagnóstico precoce do câncer de ovário. Segundo a especialista, “o diagnóstico do câncer de ovário é feito por meio de exame anatomopatológico da lesão ovariana, ou seja, a paciente precisa se submeter a uma cirurgia para retirada da lesão para o diagnóstico definitivo. Em casos avançados, a biopsia de lesões metastáticas ou análise do líquido de ascite também pode fechar o diagnóstico”.
“A falta de exames de rastreamento efetivos para o câncer ovariano é um grande desafio”, conforme ressaltou a médica. O ultrassom transvaginal e a dosagem de CA-125 não se mostram efetivos para o rastreamento populacional, o que dificulta a identificação precoce da doença. Além disso, os sintomas desse tipo de câncer são inespecíficos, o que contribui para diagnósticos tardios. No entanto, a história familiar tem um papel relevante no diagnóstico precoce, uma vez que cerca de 25% dos tumores de ovário têm história hereditária.
Quanto ao tratamento, geralmente combina a cirurgia para a retirada de órgãos afetados e a quimioterapia.
A importância de hábitos saudáveis na prevenção
Do Hospital Universitário Gaffrée e Guinle da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (HUGG-Unirio), o docente da Universidade e ligado à Gerência de Ensino e Pesquisa (GEP), José Augusto Bellotti, enfatizou: “O câncer de ovário não é uma doença única. Existem diversos tipos histológicos, com comportamentos biológicos e prognósticos diferentes”. O desenvolvimento de um câncer, geralmente, está associado a uma alteração genética potencializada por um fator ambiental, como dieta inadequada, tabagismo, consumo de álcool, obesidade e sedentarismo. “Um estudo analisou o perfil nutricional de 197 mil pacientes e concluiu que um aumento de 10% no consumo de alimentos ultraprocessados elevou em 19% o risco para desenvolvimento de câncer de ovário”, detalhou o especialista.
Adotar uma dieta rica em frutas, legumes e hortaliças, restringir o consumo de alimentos processados, álcool e tabaco e praticar atividades físicas regularmente são recomendações fundamentais para a prevenção do câncer de ovário e diversas outras doenças. Segundo o especialista, “mesmo nos casos de câncer de ovário hereditário, onde o risco para desenvolver a doença durante a vida pode chegar a 60%, a implementação de hábitos de vida saudáveis pode reduzir a possibilidade de surgimento do câncer”.
Sobre a Ebserh
Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 41 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.
Por Andreia Pires, com revisão de Danielle Campos
Coordenadoria de Comunicação Social/Ebserh