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Agosto Dourado
Protocolos de segurança para a doação de leite humano na Rede Ebserh/MEC auxiliam a prevenir a contaminação por coronavírus
Brasília (DF) – Mayara Moura doa leite materno há quatro meses. A decisão veio com o retorno ao trabalho após a licença maternidade, quando o peito estava mais cheio do que o suficiente para alimentar a pequena Maitê. A sobra? Mayara resolveu procurar um local onde pudesse dar utilidade ao leite. Moradora de Niterói (RJ), ela se dirigiu, então, ao Banco de Leite Humano do Hospital Universitário Antônio Pedro (Huap), vinculado à Rede Ebserh/MEC. Hoje, ela se diz apaixonada pelo serviço realizado com mães e bebês. Ela destaca que vai doar enquanto ainda tiver leite, mesmo com a pandemia de Covid-19, pois presenciou a segurança do procedimento.
“Conforme conheci o trabalho do Banco de Leite, fui me encantando pela qualidade do serviço. As meninas foram extremamente educadas e atenciosas. Sinto muito orgulho e gratidão em doar, porque sempre me coloco no lugar de mães que possam estar passando por dificuldades. Poder auxiliar de alguma forma, ainda que eu não as conheça, é de tocar o coração. Sinto que sou até um pouco mãe também, porque o momento de amamentação é afetivo”, completa.
O Agosto Dourado simboliza a luta pelo incentivo à amamentação, pois a cor dourada está relacionada ao padrão ouro de qualidade do leite materno. O Ministério da Saúde recomenda a amamentação até os 2 anos de idade ou mais e, de forma exclusiva, nos seis primeiros meses de vida, mesmo nas mães que tiveram casos confirmados de Covid-19.
Os hospitais universitários federais da Rede Ebserh/MEC sempre aderiram à campanha e, neste ano, reforçaram os protocolos sanitários para evitar contaminação em seus bancos de leite humano. Além disso, o leite coletado em mães doadoras é pasteurizado, processo que elimina micro-organismos que podem ser prejudiciais à saúde do bebê.
Segundo a nutricionista Rosângela Gonçalves, coordenadora do Banco de Leite Humano do Hospital Universitário Professor Alberto Antunes (Hupaa-Ufal/Ebserh/MEC), em Maceió (AL), a doação de leite materno deve ser suspensa por 14 dias em casos de mães que contraíram Covid-19, mas é importante a continuidade desse ato de amor nas demais circunstâncias. “O Agosto Dourado 2021 tem como tema ‘Proteger a Amamentação: uma Responsabilidade de Todos’, o que demonstra a importância da participação da família, profissionais de saúde e a população em geral para o sucesso do aleitamento materno, que promove benefícios ao binômio mãe/filho, além de diminuir a taxa de mortalidade infantil”, avaliou.
Alimento completo
Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) apontam que, por ano, cerca de seis milhões de vidas são salvas por causa do aumento das taxas de amamentação exclusiva até o sexto mês de idade. O leite materno é a melhor fonte de nutrição para bebês e a forma de proteção mais econômica e eficiente para diminuir as taxas de mortalidade infantil, sendo capaz de reduzir em até 13% os índices de mortes de crianças menores de cinco anos, segundo o Ministério da Saúde.
A nutricionista Janine Barbosa, coordenadora da Comissão de Aleitamento Materno (Coame) do Hospital Universitário Lauro Wanderley (HULW-UFPB/Ebserh/MEC), em João Pessoa (PB), ressalta que diversas pesquisas já comprovaram a superioridade do leite humano. “O leite materno, dentre outros benefícios, evita mortes infantis, diarreia e infecção respiratória; diminui o risco de alergias, de infecção; reduz a chance de obesidade, colesterol alto e diabetes na vida adulta; oferece melhor nutrição; e contribui para o desenvolvimento cognitivo”, esclarece.
A estratégia para incentivar a amamentação vem apresentando resultados. Segundo dados do Ministério da Saúde, os índices nacionais do aleitamento materno exclusivo entre crianças menores de 6 meses aumentaram de 2,9%, em 1986, para 45,7%, em 2020. Já o aleitamento para crianças menores de quatro anos passou de 4,7% para 60% no mesmo período. Para alcançar números tão expressivos, a amamentação tem que ser incentivada durante ano todo.
É o caso do Hospital de Clínicas de Uberlândia (HC-UFU/Ebserh/MEC). A unidade hospitalar também possui um Banco de Leite Humano, certificado na categoria ouro de qualidade pelo Programa Ibero-americano de Bancos de Leite Humano, que oferece às mães de Uberlândia e região diversos atendimentos como consulta de amamentação, onde o bebê é avaliado por uma pediatra e as mães recebem orientações sobre aleitamento materno. Outro serviço é o Disque Amamentação, exclusivo para esclarecer dúvidas e divulgar informações. É um projeto de extensão desenvolvido por alunos dos cursos de graduação em Enfermagem, Medicina, Nutrição, Odontologia, Biomedicina e Psicologia da Universidade Federal de Uberlândia (UFU).
Outro exemplo fica na cidade de Rio Grande (RS), onde o Banco de Leite Humano do Hospital Universitário Dr. Miguel Riet Corrêa Jr. (HU-Furg/Ebserh/MEC) está realizando coleta domiciliar e oferece ainda o serviço de teleamamentação. Essa atividade visa agendar as coletas de leite humano e orientar as mães que amamentam e estão com dúvidas ou dificuldades de acesso ao hospital, em razão da pandemia de covid-19. As mães podem mandar mensagens, fazer chamadas ou até mesmo videochamadas para esclarecerem dúvidas.
O mapa abaixo aponta os Bancos de Leite Humano e a coleta em domicílio na Rede Ebserh.
Sobre a Rede Ebserh
Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) foi criada em 2011 e, atualmente, administra 40 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência.
Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS), e, principalmente, apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas. Devido a essa natureza educacional, a os hospitais universitários são campos de formação de profissionais de saúde. Com isso, a Rede Ebserh atua de forma complementar ao SUS, não sendo responsável pela totalidade dos atendimentos de saúde das regiões em que estão inseridos.
Coordenadoria de Comunicação Social da Rede Ebserh/MEC com informações dos HUFs