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PARTO HUMANIZADO
Projeto com doulas comunitárias é iniciado no hospital de Dourados (MS)
Dourados (MS) - A partir deste mês de outubro, gestantes internadas na maternidade do Hospital Universitário da Universidade Federal da Grande Dourados (HU-UFGD) poderão contar com o serviço de acompanhamento por doulas voluntárias. Trata-se do estágio prático das alunas capacitadas pelo I Curso de Formação de Doulas Comunitárias do HU-UFGD.
Desde janeiro de 2013, a ocupação de doula é reconhecida pelo Ministério do Trabalho. Durante a gestação, ou mesmo desde antes da concepção, a doula pode orientar o casal sobre o que esperar da gravidez, do parto e pós-parto. Ela explica os procedimentos comuns e ajuda a mulher a se preparar, física e emocionalmente, para o parto, das mais variadas formas.
A fisioterapeuta Angela Rios, coordenadora pedagógica do curso, destacou que a iniciativa é a realização de um projeto antigo. “Nosso objetivo é levar às mulheres informação sobre o processo de gestação, parto e nascimento, para que elas possam tomar decisões conscientes e informadas sobre o seu parto. As doulas formadas neste curso serão capazes de promover esse conhecimento em suas comunidades”, disse Angela.
“Este é um projeto estratégico e está entre nossas prioridades, pois é uma inovação no atendimento e obedece às políticas de humanização e boas práticas de atendimento ao parto e ao nascimento. Além disso, é um grande instrumento de participação social, pois integra as pessoas da comunidade ao trabalho que estamos realizando”, comentou a superintendente do HU-UFGD, Mariana Croda.
O curso
Ofertado pelo próprio hospital, o curso tem um total de 80 horas, divididas em módulos teóricos e estágio prático supervisionado. Para cumprir o módulo da prática, cada aluna realizou seis plantões, de seis horas cada, cumpridos aos finais de semana, feriados ou no período noturno, conforme escalas elaboradas de acordo com a disponibilidade das voluntárias. As aulas tiveram início em agosto, com encontros presenciais realizados em fins de semana alternados.
Com a conclusão do curso, as doulas estarão aptas também a atuar em suas comunidades, tanto no acompanhamento individual quanto na condução de grupos de gestantes. A futura doula Ângela Dias conta que é grande a expectativa pelo início do trabalho: “É muita emoção. Acho que ser doula será como ser mãe novamente, a cada gestante que a gente acompanhar”, disse.
O que faz e o que não faz uma doula
Durante o parto, ajuda a parturiente a encontrar posições mais confortáveis, mostra formas eficientes de respiração e propõe medidas naturais que podem aliviar as dores, como banhos, massagens, relaxamento. Após o parto, ela faz visitas à nova família, oferecendo apoio para o período de pós-parto, especialmente em relação à amamentação e cuidados com o bebê.
A doula não executa qualquer procedimento médico, não faz exames, não cuida da saúde do recém-nascido. Ela não substitui qualquer dos profissionais tradicionalmente envolvidos na assistência ao parto e nem substitui o pai ou o acompanhante escolhido pela mulher durante o trabalho de parto. Também não é sua função discutir procedimentos com a equipe ou questionar decisões.
Sobre a Ebserh
Desde setembro de 2013, o HU-UFGD é filiado à Ebserh, estatal vinculada ao Ministério da Educação, que administra atualmente 39 hospitais universitários federais. O objetivo é, em parceria com as universidades, aperfeiçoar os serviços de atendimento à população, por meio do Sistema Único de Saúde (SUS), e promover o ensino e a pesquisa nas unidades filiadas.
O órgão, criado em dezembro de 2011, também é responsável pela gestão do Programa Nacional de Reestruturação dos Hospitais Universitários Federais (Rehuf), que contempla ações nas 50 unidades existentes no país, incluindo as não filiadas à Ebserh.
Com informações do HU-UFGD