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Julho Verde
Profissionais da Rede Ebserh alertam para cuidados e prevenção do câncer de cabeça e pescoço
Doença ocupa a terceira posição entre os tumores mais frequentes na população brasileira.
Brasília (DF) – Lesões na boca que não cicatrizam em menos de três semanas, surgimento de nódulos, dor de garganta que não melhora, dificuldade para engolir e alterações na voz ou rouquidão podem ser sinal de um dos cânceres que acometem a região da cabeça e pescoço, quinto tipo de maior incidência entre homens e mulheres no Brasil. Entretanto, esses sintomas também podem ser causados por outras condições clínicas.
Segundo a Sociedade Brasileira de Cirurgia de Cabeça e Pescoço (SBCCP), os tumores malignos (câncer) que aparecem na boca, orofaringe, laringe (local onde estão as cordas vocais), nariz, seios nasais, nasofaringe, órbita (cavidade do esqueleto da face em forma de pirâmide onde estão inseridos o bulbo do olho, músculos, nervos, vasos e o aparelho lacrimal), pescoço, tireoide, couro cabeludo, pele do rosto e do pescoço são chamados de Câncer de Cabeça e Pescoço.
A maioria dos casos é diagnosticada já em fase avançada da doença (60% dos casos), o que impacta negativamente na sobrevida do paciente. Por outro lado, os resultados obtidos nos diversos serviços de cirurgia de cabeça e pescoço mostram que o percentual de cura gira em torno de 90% quando a doença é diagnosticada e tratada em fase inicial.
Historicamente, esses cânceres estão relacionados também à má higiene oral, infecção pelo papiloma vírus humano (HPV) e exposição ao sol (quando se trata do câncer de pele). Por apresentar sintomas parecidos com outras condições clínicas como aparecimento de nódulo, ferida que não cicatriza, dor de garganta sem melhora, dificuldades para engolir e alterações na voz como rouquidão, o câncer de cabeça e pescoço pode ser negligenciado.
No levantamento do Instituto Nacional de Câncer (Inca), no triênio 2020-2022 o câncer de boca, laringe e demais locais na região de cabeça e pescoço será o terceiro mais frequente entre os homens, com quase 20 mil casos diagnosticados anualmente no Brasil.
A estimativa para este ano de 2022 é de que surjam 36,6 mil novos casos de câncer de cabeça e pescoço, incluídos nesse total os tumores de boca (cavidade oral), laringe e tireoide. Nas mulheres, prepondera o câncer da tireoide, sendo o quinto mais comum entre elas, com tendência de crescimento. Já são quase 12 mil casos por ano.
Cuidado e prevenção
O diagnóstico precoce e o rápido início do tratamento são fundamentais para aumentar as chances de cura. Como o cigarro e a bebida alcoólica são responsáveis por 70% dos casos dessa neoplasia, a principal forma de prevenção é evitar o consumo de álcool e produtos do tabaco. Além disso, proteger os lábios do sol com o uso do protetor solar é muito importante.
O cirurgião Uirá Coury, que atua no Hospital Alcides Carneiro da Universidade Federal de Campina Grande, vinculado à Rede Ebserh (HUAC-UFCG/EBSERH), alerta para todo nódulo persistente no pescoço em pessoas de meia idade com fatores de risco pode ser câncer, principalmente quando não desaparece espontaneamente em cerca de 15 a 21 dias, é endurecido, cresce progressivamente e que pode vir associado ou não à rouquidão e feridas na cavidade oral que não cicatrizam.
“Procure manter uma alimentação saudável, pratique atividade física regularmente, mantenha sua higiene bucal em dia, evite o consumo excessivo de bebidas alcoólicas, use protetor solar e abandone o fumo. Parar de fumar, inclusive, é a melhor maneira de evitar a maioria dos cânceres de boca, faringe e laringe”, destaca.
Com informações dos HUFs