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CONSCIENTIZAÇÃO
Profissionais da Ebserh na linha de frente contra o linfoma reforçam importância da doação de medula
O transplante de medula é feito para tratar doenças que afetam células do sangue, assim como o linfoma.
Brasília (DF) – O câncer é uma doença caracterizada pelo aumento desordenado de células malignas. De acordo com informações do Ministério da Saúde (MS), existem mais de 100 tipos da doença, dentre eles, o linfoma, que é um dos 10 mais frequentes no Brasil. Essa semana de setembro é marcada não só pelo Dia Mundial de Conscientização Sobre Linfomas (15), mas também pelo Dia Mundial do Doador de Medula Óssea (17). O transplante de medula é feito para tratar doenças que afetam células do sangue, assim como o linfoma.
Profissionais da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) reforçam a importância do tema e se unem em uma corrente de informação e de esperança no combate à doença. “Quanto mais precoce o diagnóstico, melhor as chances de resposta ao tratamento”, reforça Beatriz Esperança, médica Hematologista e Hemoterapeuta do Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian, da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (Humap-UFMS). O linfoma é um tipo de câncer que inicia no sistema linfático, parte essencial do sistema imunológico composto por linfonodos, gânglios e tecidos.
Existem dois tipos principais: linfoma não Hodgkin (LNH) e o linfoma de Hodgkin (LH). O LH acontece em 20% dos casos e é mais comum entre pessoas de 15 a 39 anos, além disso ocorre de maneira mais ordenada de um grupo de linfonodo para outro. Já o LNH se espalha de forma desordenada no sistema linfático e pode ser detectado em qualquer lugar do corpo. Os tipos de células de origem desse linfoma são: Linfomas B, os T e os não-B e não-T (células NK).
Segundo informações do MS, alguns dos sintomas da doença são: suor noturno; aumento do baço; perda de peso sem motivo aparente; febre; coceira na pele; fadiga; aumento de linfonodos (gânglios), em especial na região do pescoço, virilha e axila.
“O linfoma tem uma taxa de cura razoavelmente boa apenas com a quimioterapia, cerca de 60, 70% dos pacientes ficam curados”, informa Gustavo Fischer, hematologista do Hospital Universitário de Santa Maria (HUSM-UFSM). O que ocorre principalmente se o paciente tiver um diagnóstico precoce.
“A população com informação adequada e acesso aos serviços de saúde é um importante passo para a detecção o mais rápido possível, ainda em estágios iniciais, aumentando a chance de cura desta doença”, reforça Alessandro Almeida, hematologista responsável pelo Transplante de Medula Óssea no Hospital Universitário Professor Edgard Santos da Universidade Federal da Bahia (Hupes-UFBA).
A importância da medula óssea
Além da quimioterapia, outros tratamentos podem ser feitos na busca pela cura: imunoterapia, radioterapia e transplante de medula óssea. Referente ao tratamento a partir da medula óssea, muitos transplantes acontecem de forma autóloga, ou seja, as células-tronco são coletadas do próprio paciente. “São raros os casos em que há indicação de transplante alogênico (quando uma outra pessoa realiza a doação da medula óssea)”, explica a hematologista Beatriz.
No entanto, existem quadros mais agressivos da doença que demandam a necessidade de um doador para o paciente, como frisa Gustavo Fischer. “A medula óssea funciona quase como uma digital, cada um tem a sua, ninguém é igual a ninguém, a não ser as pessoas que são gêmeas. Então quanto mais pessoas estiverem no banco, maior é a chance de achar alguém que seja compatível com algum paciente que esteja precisando do transplante”.
Doação salva vidas
O transplante de medula óssea é um procedimento que “consiste na substituição de uma medula óssea deficitária por células normais de medula óssea, com o objetivo de reconstituição de um tecido saudável”, informa o Instituto Nacional de Câncer (INCA).
Existem dois tipos de doadores: aparentados (familiares) e os doadores não-aparentados. “Entre os doadores aparentados basta ter desejo de realizar a doação e não ter nenhuma condição clínica em que a doação fará mal para ele ou para quem receba. Entre os doadores não-aparentados, no Brasil, é necessário ter entre 18 e 35 anos e gozar de boa saúde”, completa Alessandro.
No Brasil, o órgão responsável pela busca por doadores é o Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea (Redome), criado em 1993. Ele serve como um banco de informações sobre pessoas dispostas a doar medula óssea. Para isso, é necessário que o doador compareça a um Hemocentro, para realizar cadastro no Redome e coletar amostra de sangue para exame de tipagem HLA (Antígeno Leucocitário Humano). Atualmente, o Redome conta com 5.784.307 doadores cadastrados e a média de pacientes em busca de doador não aparentado é de 650. “Quanto maior a quantidade de voluntários cadastrados no REDOME maiores as chances de cura a pessoas que estão em tratamento”, conclui Beatriz Esperança.
Sobre a Ebserh
Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 45 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.
Redação: Elizabeth Souza, com revisão de Danielle Morais
Coordenadoria de Comunicação Social/Ebserh