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Setembro Amarelo
Prevenção ao suicídio: ouvir, falar e agir podem salvar vidas
Suicídio é um fenômeno multifatorial envolvendo genética, gênero, desenvolvimento pessoal, traumas, personalidade, fatores ambientais e transtornos mentais
Brasília (DF) – O mês de setembro foi escolhido, em 2003, pela OMS, que percebeu a necessidade de trazer o assunto relacionado a suicídio para a discussão da população, procurando mostrar a importância dessa que é quarta causa de morte que mais atinge os jovens de 15 a 29 anos. A partir daí, foi criada a campanha Setembro Amarelo, que busca reforçar ações de prevenção e conscientização das pessoas para um tema tão delicado, cercado até mesmo de tabus.
Segundo Fábio Souza, psiquiatra do Hospital Universitário Walter Cantídio (HUWC), vinculado à Rede Ebserh, e orientador do Projeto de Apoio à Vida (Pravida), o suicídio é um fenômeno multifatorial envolvendo genética, gênero, desenvolvimento pessoal, traumas, personalidade, fatores ambientais e transtornos mentais, mas que pode ser prevenido. “Os dois principais preditores do suicídio são: a tentativa prévia e os transtornos mentais. Os cinco principais transtornos associados ao suicídio são: depressão, transtorno bipolar, abuso de álcool e outras drogas, esquizofrenia e o transtorno de personalidade Borderline. De modo que a prevenção de suicídio inclui o tratamento adequado das doenças mentais”, avaliou.
Além do tratamento psicológico e psiquiátrico, auxílio e cuidados da rede de proteção social, incluindo principalmente, saúde e assistência social, auxiliam na prevenção. Além do suporte da rede de proteção social e do apoio familiar, informações que potencializem o autocuidado e fortaleçam os fatores e proteção das pessoas com risco de suicídio devem ser propagadas.
De acordo com Deidvid de Abreu, chefe da Unidade de Saúde Mental do Hospital Universitário Professor Polydoro Ernani de São Thiago (HU-UFSC/Ebserh), também da Rede Ebserh e localizado em Florianópolis (SC), falar sobre o assunto abre caminho para que quem esteja passando por momentos de sofrimento intenso possa identificar pessoas e locais para busca de auxílio e cuidado, considerando que há sempre pessoas de seu convívio ou profissionais dispostos a ouvir e auxiliar. “É importante que os profissionais das diversas áreas, não somente da saúde, estejam atentos a cenários ou sinais que indiquem ideação ou tentativa de suicídio”, alertou.
Conscientização
De acordo com a última pesquisa realizada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), no ano de 2019 foram registrados cerca de 700 mil casos de suicídio em todo o mundo. O Brasil, com aproximadamente 14 mil casos por ano já registrados, leva a oitava posição em uma lista de 10 países.
Para José Eymard Medeiros, gerente de Atenção à Saúde do Hospital Universitário Lauro Wanderley (HULW-UFPB/Ebserh), vinculado à Rede Ebserh e localizado em João Pessoa (PB), é relevante debater um assunto latente e tão necessário no cenário atual. “A cor amarela simboliza o sol, a luz, a vida. Setembro é o mês que traz à tona a necessidade de trazermos mais brilho à vida da população. Mas não somente neste mês, e sim durante todo o ano, temos que estar empenhados em desenvolver ações de prevenção ao suicídio”, salientou.
Além do trabalho de conscientização com quem não está passando pela situação de potencial suicídio, a campanha também tem o objetivo de mostrar para as pessoas que passam pelo problema que elas não estão sozinhas, que são compreendidas, que podem procurar ajuda e que as dificuldades de cada um sempre têm uma solução possível quando se recebe o apoio necessário.
Com informações dos HUFs