Séries Especiais
SÉRIE PACIENTE SEGURO
Práticas na Rede Ebserh garantem segurança e humanização do parto
Nesta matéria, você verá:
- Os cuidados começam no pré-natal
- Combate à mortalidade materna
Brasília (DF) – A gestação é uma fase que exige uma atenção especial com quem gesta e com o bebê que nascerá. O cuidado perpassa cada momento da gravidez, parto e puerpério. Para a garantia de uma assistência adequada às mães e aos seus filhos, os Hospitais e Maternidades vinculados à Rede da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) têm estimulado práticas que buscam diminuir riscos, além de ofertar uma atenção humanizada em todas as etapas para que essa fase da vida seja vivenciada com proteção.
Os cuidados começam no pré-natal
Para garantir segurança à gravidez, o pré-natal é uma etapa fundamental. Gerusa Machado, chefe de Gestão da Qualidade do Hospital Universitário Dr. Miguel Riet Corrêa Jr, da Universidade Federal do Rio Grande (HU-Furg), destacou que, neste momento, são realizados exames físicos, testes de laboratório e ultrassonografias para monitorar a saúde da mãe e o desenvolvimento do bebê, detectando precocemente problemas a serem tratados como, por exemplo, infecções, alterações da pressão arterial e diabetes gestacional.
Dentro desse cuidado anterior ao parto, o HU-Furg também promove uma preparação física e emocional para as gestantes, com técnicas de relaxamento e indicação de posições de conforto, além de apoio para lidar com a ansiedade ou o medo associado ao parto. Como uma forma de reduzir esse temor e favorecer a relação com todo processo que envolve o nascimento, o HU-Furg ainda proporciona uma visitação às dependências do Centro Obstétrico, com uma enfermeira responsável para explicar os procedimentos e responder as dúvidas das gestantes.
Combate à mortalidade materna
Durante a gestação, existem riscos que precisam ser monitorados e tratados para que o desfecho seja positivo. Os Hospitais Ebserh estão atentos ao grave problema de saúde pública que é a mortalidade materna, com protocolos para o seu combate, como citou Lorena Pastor, chefe do Setor de Gestão da Qualidade da Maternidade Climério de Oliveira, da Universidade Federal da Bahia (MCO). Desde 2017, a instituição possui protocolos específicos para o nascimento seguro e cirurgia segura.
Como estratégia de prevenção da morte materna, a MCO também instituiu, em 2008, uma Comissão Hospitalar de Mortalidade Materna (CHMM), que monitora e atua no enfrentamento desse problema. Dentre algumas ações de melhoria da CHMM estão a elaboração de recomendações aos casos de condições potencialmente ameaçadoras à vida (CPAV) e near miss maternos (quando a mulher sobrevive a graves complicações da gravidez, do parto ou até 42 dias após o término da gestação), investigados no VIGIHOSP (Aplicativo de Gestão de Riscos e Segurança do Paciente) em parceria com o Setor de Gestão da Qualidade. Além disso, A Comissão está realizando a pesquisa ‘Near Miss entre as pacientes transferidas da Maternidade Climério de Oliveira para unidade de alta complexidade’, iniciada em 2019 e com coleta de dados já finalizada, estando na fase de análise dos dados.
Dentro desse aspecto, acrescentou Cláudia Fernandes, chefe do Setor de Gestão da Qualidade do Complexo Hospitalar da Universidade Federal do Ceará (CH-UFC), são priorizadas as intervenções das principais causas mundiais de óbitos maternos e mortes fetais, que são as hemorragias pós-parto, as infecções, a hipertensão e as complicações de partos prematuros. “Na instituição, têm sido fortalecidas as práticas de segurança e promoção da comunicação e do trabalho efetivo da equipe multidisciplinar no tocante à assistência da paciente e do recém-nascido através da implementação de intervenções estabelecidas em protocolos”, ressaltou.
Na Maternidade-Escola Assis Chateaubriand (Meac), instituição que faz parte do CH-UFC, são realizados treinamentos para capacitar trabalhadores e residentes, como o 1º Treinamento de Suporte Avançado em Obstetrícia, em 2023. Simone Meireles, chefe da Divisão de Enfermagem da Meac, afirmou que as estratégias assistenciais e a formação por meio de capacitações fortalecem a rede de proteção materna e neonatal “proporcionando assistência obstétrica humanizada por meio das boas práticas baseadas em evidências científicas, introdução da atenção obstétrica sistematizada, protocolos e indicadores, desde o acolhimento à gestante e suas famílias, de forma segura, até a alta”.
O gerente de Atenção à Saúde da Meac, Edson Lucena, informou, ainda, que a Maternidade utiliza uma lista de verificação bastante completa porque inclui uma série de averiguações sobre o parto: “Verificação de pressão arterial, utilização de sulfato de magnésio, administração de antibióticos para redução de infecções, administração de ocitocina para redução da hemorragia são padronizações de ações que visam reduzir a mortalidade materna e perinatal”, complementou o gestor.
Humanização do parto
A Rede Ebserh busca ofertar uma assistência humanizada prestada à mãe e ao bebê. O curso de doulas HU-Furg é um exemplo de prática que favorece a atenção ao parto. Além disso, nas Maternidades e nos Hospitais que atendem os casos obstétricos, outras estratégias são utilizadas, como o uso de métodos não farmacológicos para dor (exercícios pélvicos e massagens durante o trabalho de parto), carimbo da placenta, estímulo do contato pele a pele e da amamentação logo após o nascimento. Como destaque, também cita-se a participação da Meac no projeto internacional de ‘Ampliação do acesso à analgesia peridural em trabalho de parto em Maternidades Brasileiras’, em parceria com instituições francesas. Analgesia alivia dores, favorecendo a experiência do parto vaginal.
Como experiências exitosas também Lorena Pastor cita o Protocolo de Boas Práticas de Assistência ao Parto Normal e Nascimento da MCO-UFBA, documento que orienta toda a condução da pessoa internada em trabalho de parto, desde a sua admissão até os critérios de alta hospitalar, garantindo o atendimento de qualidade às parturientes. “O Protocolo tem foco na assistência multidisciplinar ao trabalho de parto, proporcionando a segurança do binômio materno fetal e a boa evolução do trabalho de parto, orientando e conscientizando a mulher para que ela desenvolva toda a sua potencialidade, que será exigida neste momento, deixando-a em segurança e confiante”, concluiu Lorena.
Dia D do Parto Seguro
No dia 29 de abril, a Rede Ebserh realizou ações educativas sobre o tema ‘Parto Seguro’, inseridas na Campanha Abril pela Segurança do Paciente 2024. Na MCO-UFBA, aconteceram visitas às áreas assistenciais para verificar a aplicação da Lista de Verificação do Nascimento Seguro e Cirurgia Segura, com um roteiro de avaliação sobre a qualidade e a segurança com temas específicos da assistência obstétrica e neonatal. Um relatório será elaborado e encaminhado para as áreas apontando oportunidades de melhorias. Na Meac e no HU-Furg, as ações incluíram a abordagem com as gestantes, em rodas de conversas, e treinamento das equipes.
Confira as reportagens anteriores desta série com as ações educativas para a Campanha Paciente Seguro da Ebserh:
Identificação correta do paciente dá mais segurança aos tratamentos na Rede Ebserh
Cuidados com produtos farmacêuticos utilizados na assistência são rotina de segurança na Rede Ebserh
Limpeza de ambientes e equipamentos reforça segurança microbiológica nos Hospitais Ebserh
Segurança no uso de medicamentos é estimulada em ações desenvolvidas pelos Hospitais Ebserh
Estratégias dos Hospitais Ebserh fortalecem a prevenção de quedas
Alarmes sonoros e visuais em equipamentos são mecanismos que reforçam a segurança do paciente
Sobre a Ebserh
Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 42 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.
Por Marília Rêgo, com revisão de Danielle Campos
Coordenadoria de Comunicação Social/Ebserh