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SÉRIE CONVIVENDO COM O HIV/AIDS
Pessoas com carga viral indetectável não transmitem o HIV em relações sexuais
Brasília (DF) – Muito se avançou nos últimos anos no diagnóstico e no tratamento da Aids. O que muita gente não sabe é que quando uma pessoa vivendo com HIV alcança a carga viral indetectável, o vírus deixa de ser transmitido em relações sexuais. Nota explicativa do Programa Conjunto das Nações Unidas para HIV/Aids (Unaids), publicada em 2018, dava uma mensagem clara: “indetectável = intransmissível” e especialistas da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) explicam, nesta terceira reportagem da série especial da Ebserh “Convivendo com o HIV/Aids”, o que isso representa na evolução da saúde pública.
“Um dos grandes avanços que terapia antirretroviral trouxe é exatamente o conceito de que quem tem carga indetectável, não transmite a doença. Isso dá mais segurança para as pessoas que convivem com o HIV, porque ficam mais tranquilas em relação ao potencial risco que a pessoa possa levar para os seus parceiros ou bebês, no caso de mulheres grávidas”, afirma o coordenador do Laboratório de Infectologia do Hospital Universitário Professor Edgard Santos, da Universidade Federal da Bahia (Hupes-UFBA), Carlos Brites.
O especialista explica que se a gestante que tem a infecção pelo HIV possui carga viral indetectável, o risco de passar para o bebê é muito baixo, praticamente nulo. “Então, não transmitir é um estímulo para que os pacientes sejam aderentes ao tratamento, tomando o remédio de modo adequado”, acrescenta. A Terapia Antirretroviral (TARV) utiliza medicamentos para reduzir a replicação do HIV e recuperar a imunidade das pessoas que têm o vírus.
A terapia antirretroviral
A pessoa só pode saber se sua carga viral está indetectável por meio de um teste de carga viral, que pode ser feito gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS), inclusive de forma anônima. A terapia antirretroviral provoca uma mudança de vida nas pessoas com HIV, pois ajuda a reabilitar a saúde e permite que se relacionem com mais confiança. “A vida social e a dinâmica familiar melhoram muito, já que a pessoa fica segura de que não oferece risco”, avalia a infectologista da Unidade de Doenças Infecciosas e Parasitárias do Hospital Clementino Fraga Filho, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (HUCFF-UFRJ), Erika Ferraz de Gouvea.
A carga viral indetectável também viabiliza a gravidez, pois permite a relação sexual sem preservativos. “Podemos falar com segurança que nenhum parceiro vai passar o vírus para o outro. Então, é uma motivação a mais fazer a terapia antirretroviral e começar a tratar o mais precocemente possível”, ressalta Erika.
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Sobre a Ebserh
Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 45 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.
Redação de Claudia Holanda, com edição de Danielle Campos
Coordenadoria de Comunicação Social da Ebserh