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Pesquisadores da Rede Ebserh desenvolvem metodologia para agilizar e melhorar diagnóstico de câncer de mama
Pesquisadora faz a marcação de amostras com anticorpos. Foto: Sinval Paulino
Florianópolis (SC) - Um grupo de professores e pesquisadores ligados ao Hospital Universitário Professor Polydoro Ernani de São Thiago (HU-UFSC), unidade administrada pela Rede Ebserh, está trabalhando em um projeto que tem como objetivo desenvolver um exame laboratorial complementar àqueles já existentes para aumentar a cobertura diagnóstica do câncer de mama e de boca, garantindo a identificação precoce da doença e agilidade no tratamento, quando necessário.
A pesquisa conta com financiamento do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), e tem como título “Novas Estratégias para o Diagnóstico e Prognóstico de Tumores Sólidos de Origem Epitelial: Carcinomas de Mama e de Boca” é desenvolvida no Laboratório de Oncologia Experimental e Hemopatias (LOEH) do Centro de Ciências da Saúde (CCS) da UFSC e consiste na implementação de um método de identificação de determinadas proteínas (biomarcadores) nas células neoplásicas dos pacientes por citometria de fluxo.
A professora Maria Cláudia Santos da Silva do Departamento de Análises Clínicas da UFSC, coordenadora do projeto, explicou que esse método já é usado para diagnóstico de linfomas e leucemias e a inovação da pesquisa, desenvolvida com pacientes do HU, é a implementação desse método de diagnóstico para tumores sólidos. Nesta pesquisa, o método de diagnóstico está sendo desenvolvido para o câncer de mama e de boca.
Segundo ela, o projeto se justifica, entre outros fatores, pela necessidade de desenvolver metodologias complementares para a detecção rápida e segura das células tumorais, além de investigar causas e riscos de metástases. Diagnósticos precoces e mais apurados beneficiam os pacientes, atendem a demandas da legislação (que preconiza o diagnóstico e o tratamento rápidos) e reduzem os custos do Sistema Único de Saúde (SUS).
“Com o desenvolvimento deste trabalho, visamos à implantação de metodologias diagnósticas rápidas e sensíveis que não são realizadas pelos laboratórios que atendem SUS”, disse a professora, explicando que os exames realizados hoje podem levar de duas semanas a um mês para o diagnóstico final e, com o uso desta metodologia, o diagnóstico pode ser feito em quatro horas.
Ela acrescentou que, além desses benefícios, o projeto atende à necessidade de interação da área assistencial com o viés de ensino e pesquisa do Hospital Universitário. “Com o desenvolvimento deste projeto, estará assegurada a consolidação da interação da pesquisa com a assistência médica, assistência integral à saúde do paciente, e a implantação de metodologias modernas que garantam o desenvolvimento de projetos com tecnologia avançada, com resultados de impacto e formação de estudantes de graduação (iniciação científica) e pós-graduação qualificados”, afirmou.
A equipe executora do projeto é constituída por professores dos Departamentos de Análises Clínicas e de Patologia do CCS/UFSC, da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto e Instituto de Patologia Molecular e Imunologia da Universidade do Porto (IPATIMUP), Porto, Portugal, por médicos, farmacêuticos-bioquímicos, dentista do HU-UFSC, por pesquisadores e alunos do Programa de Pós-Graduação em Farmácia (PGFAR) e aluna de iniciação científica (IC) da UFSC.
O câncer de mama é uma das principais causas de morbidade e mortalidade no mundo, causando um forte impacto financeiro sobre os sistemas de saúde, afeta 1,3 milhões de mulheres a cada ano e estima-se que uma em cada oito mulheres durante o seu tempo de vida pode desenvolver essa neoplasia.
Com informações do HU-UFSC