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Estudo
Pesquisa para tratamento auxiliar de depressão bipolar tem participação de hospital da Rede Ebserh em Natal (RN)
Paciente em consulta antes da aplicação. Crédito: Unidade de Comunicação Regional 6
Natal (RN) – Uma pesquisa desenvolvida no Hospital Universitário Onofre Lopes (Huol-UFRN), vinculado à Rede Ebserh, investiga um tratamento auxiliar para a depressão bipolar tipo 2. Intitulado “Depressão bipolar e toxina botulínica”, o estudo busca voluntários e recebe pacientes atualmente com o transtorno, bem como seus acompanhantes e profissionais interessados em indicar tal terapia.
Muito popular por sua aplicação em procedimentos estéticos, a toxina botulínica também é utilizada em tratamentos neurológicos. Nesse ensaio clínico, os cientistas querem observar o potencial da substância como auxiliar na melhora dos sintomas depressivos, conforme explica Nicole Galvão-Coelho, professora e pesquisadora do Departamento de Fisiologia e Comportamento (DFS/UFRN) e uma das colaboradoras do estudo.
“Hoje existem algumas opções terapêuticas disponíveis para o tratamento desse transtorno, mas, com evidência para qualificar como primeira linha, só temos o fármaco oral. Nossa pesquisa propõe que o uso da toxina botulínica vai auxiliar a ação da medicação convencional, sendo um tratamento adjuvante, com baixo efeito colateral sistêmico e menos interação farmacológica”, detalha.
Em 2018, a Associação Brasileira de Transtorno Bipolar estimava em cerca de 4% da população adulta mundial a quantidade de pessoas convivendo com o transtorno, sendo aproximadamente 6 milhões no Brasil. Assim, o estudo envolvendo esses pacientes se mostra fundamental diante da prevalência do espectro bipolar e de suas consequências, como a perda de anos de vida e os gastos diretos e indiretos.
“Quando falamos do transtorno afetivo bipolar, o humor anormal mais predominante é a depressão, sendo os sintomas depressivos três vezes mais comuns do que os sintomas maníacos e hipomaníacos. Além disso, o risco de suicídio é substancialmente maior durante episódios depressivos”, explica a professora Nicole Galvão-Coelho.
Além de Nicole Galvão-Coelho, colaboram com o trabalho Emerson Arcoverde e Maria Luíza Gurgel, do Departamento de Psiquiatria do Huol, e Rodrigo Alencar, do Departamento de Neurologia do Huol.
De acordo com o médico psiquiatra e coordenador do Programa de Residência Médica em Psiquiatria do Huol, Emerson Arcoverde Nunes, o estudo conta com avaliação psicológica, psiquiátrica e coleta de exames de sangue, além da aplicação em dose única da toxina botulínica. Após a sessão, os pacientes seguem acompanhamento com equipe multidisciplinar do Huol.
A perspectiva é que o estudo ofereça nova opção de tratamento auxiliar para depressão bipolar. “A expectativa é positiva, com uma melhora clínica do paciente. Queremos potencializar a estratégica terapêutica medicamentosa por meio da aplicação da toxina botulínica”, declara o médico psiquiatra.
Como participar da pesquisa
Para participar do estudo, os profissionais médicos e os pacientes precisam entrar em contato com a equipe que conduz a pesquisa, bastando enviar um e-mail para o endereço bipolartoxinabotulinica@gmail.com.
Com informações do Huol-UFRN/Ebserh