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Práticas integrativas
Pacientes do HC-UFTM/Ebserh relatam benefícios da acupuntura sobre quadros de dor, insônia e pânico
Uberaba (MG) – O Núcleo de Práticas Integrativas e Complementares (Nupic) do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (HC-UFTM), vinculado à Rede Ebserh, oferece, via Sistema Único de Saúde (SUS), terapias oriundas da medicina tradicional chinesa (MTC), em sessões que acontecem de segunda a sexta-feira, nos períodos da manhã e da tarde. Entre as modalidades mais conhecidas está a acupuntura, que consiste na inserção de agulhas finas em pontos específicos da pele do paciente, visando à promoção, manutenção e recuperação da saúde.
De acordo com Núbia Fernandes de Morais, especialista em MTC, durante as sessões dessa terapia, que levam de 30 a 40 minutos, pode haver uma combinação com outras práticas como auriculoterapia (estimulação de pontos na cavidade auricular), imposição de mãos e cromoterapia, conforme as necessidades do quadro em tratamento. A profissional destaca que o paciente do Nupic sempre é orientado sobre a natureza complementar do serviço. “A gente conversa para que eles continuem o tratamento com seus médicos, tomando as medicações. Aqui é um complemento”, explica.
Um dos usuários é o professor de química Fernando Delalibera de Castro, de 51 anos, que conheceu o Nupic após atendimento ambulatorial prévio no Hospital de Clínicas. Ele justifica que, ao longo dos anos, a rotina de docência nos ensinos médio, técnico, superior e de pós-graduação o afetaram. “O descanso noturno praticamente não existia. Antes eu dormia duas horas por noite. Começava a pensar alguma coisa e... pronto, perdia o sono. Aí eu ia assistir televisão e quando dava quatro horas da manhã, que vinha aquele sono pesado, eu dormia só até às cinco horas, porque tinha de acordar”, relata.
O acesso do professor às terapias complementares ocorreu no final de 2021. A melhora na qualidade de vida pode ser contada pelos ponteiros do relógio, como ele revela: “Hoje consigo dormir quatro horas direto. Já é um ganho muito grande. A quantidade de comida também, você não come exageradamente”. Ele diz que está “bem menos ansioso” e define o momento atual como “mais sereno e tranquilo”.
A dona de casa Evanice Sebastiana Souto Nogueira, de 57 anos, também foi encaminhada ao Núcleo após atendimento ambulatorial. Os incômodos da tendinite com os quais ela conviveu durante anos influenciaram a decisão de deixar a profissão de doméstica. Com a pandemia, outro problema surgiu: o medo de tudo, que evoluiu para sintomas de síndrome do pânico. “Eu era uma pessoa triste, eu tinha aquela dor dentro de mim”, recorda.
Nogueira começou a frequentar as sessões de acupuntura. O resultado passou a aparecer: a tendinite e a calcificação óssea continuam limitando – ainda que em grau menor – a vida da dona de casa. Porém, ela conta que diminuiu os remédios e as dores estão com intensidade menor. “O que me levantou foi isso aqui [emocionada, aponta ao redor, o Nupic/HC-UFTM]. Para mim foi uma surpresa. São agulhadinhas maravilhosas. Eu fico contando os dias para vir para cá. Hoje, na hora que acordo, já falo dentro de mim: ‘que dia maravilhoso’”, celebra.
Outra história que relaciona a acupuntura ao tratamento complementar para o pânico é a da enfermeira Rachel Peixoto Assompção, de 45 anos. A empresa em que ela trabalha patrocinou um curso para colaboradores e ela foi uma das participantes. Passou a viajar a cada 15 dias para Porto Alegre, algo que lhe ocasionou cansaço e ansiedade. “Na minha primeira crise, eu estava no hotel. Tive essa crise de pânico... o meu coração batia, uma taquicardia fora do normal”, detalha.
Após consultas médicas, Assompção iniciou a acupuntura via encaminhamento médico. O resultado foi sentido gradativamente. “Nunca mais tive uma crise como aquela no hotel. Me fez um bem além da ansiedade”, exulta a enfermeira, que complementa: “Eu me sinto um luxo quando estou na prática integrativa. Sinto que é realmente especial. É o momento de cuidar da minha mente, do meu corpo, meu emocional, minha cabeça, a forma como encaro o mundo. É um momento de muita reflexão”, arremata.
O oferecimento de práticas integrativas e complementares no Sistema Único de Saúde é regulamentado por uma política nacional específica, oficializada em 2006 e atualizada em 2017 e 2018, quando passou a reconhecer 29 práticas consideradas alternativas pela Organização Mundial da Saúde. Tais práticas, no âmbito do SUS, não são substitutivas da medicina convencional.
O Hospital de Clínicas da UFTM formalizou em 2018, por meio da criação do Nupic, o oferecimento de terapias integrativas na instituição, com atendimentos vinculados ao referenciamento dos pacientes via serviços de saúde pública da região Triângulo Sul de Minas Gerais. O Núcleo funciona na Unidade Dona Aparecida do Pênfigo, parte integrante do complexo hospitalar, localizada à Rua João Alfredo, 437, no bairro Abadia, em Uberaba/MG.
O HC-UFTM faz parte da Rede Ebserh desde 2013. Saiba mais sobre a Rede Ebserh.
Com informações do HC-UFTM/Ebserh