Notícias
Combate à obesidade
Hospital universitário federal da Rede Ebserh/MEC em SC realiza mais de mil cirurgias bariátricas em 20 anos de atendimento
Pacientes clinicamente indicados para cirurgia passam por serviços de nutrição e psicologia
Florianópolis (SC) – O Hospital Universitário Professor Polydoro Ernani de São Thiago, vinculado à Rede Ebserh/MEC (HU-UFSC/Ebserh/MEC), já realizou mais de mil cirurgias bariátricas, desde que o serviço foi criado, em 2001. São aproximadamente 50 pacientes aptos para esse tipo de procedimento por ano, encaminhados pela Unidade Básica de Saúde, via Sistema Estadual de Regulação (Sisreg). O hospital é referência estadual nesse serviço e o número é expressivo, levando-se em consideração que a cirurgia é apenas uma das etapas de um amplo atendimento multiprofissional, que inclui psicologia e nutrição, além do cumprimento da lista de regulação estadual para acessar o procedimento.
Os dados foram repassados pelo chefe do Núcleo de Cirurgia Bariátrica e Metabólica do HU, o cirurgião bariátrico e do aparelho digestivo, Tiago Onzi. O médico ressaltou que, para ingressar no serviço e começar o processo de tratamento, é preciso seguir o fluxo da Secretaria do Estado da Saúde de Santa Catarina (SES/SC), começando pela Unidade Básica de Saúde, que encaminha para consultas ambulatoriais. Depois disso, o paciente recebe a indicação ou não de tratamento cirúrgico. Em caso positivo, segue para as especialidades como Nutrição e Psicologia, que realizam grupos de atendimento e consultas individuais, após todo o processo de preparação, cujo tempo varia de um paciente para outro. Somente então, é encaminhado efetivamente para a cirurgia bariátrica, fase na qual tem que participar de reuniões mensais juntamente com familiares de grupo de pacientes, além de consulta individual. “Quando está pronto, ele entra em lista de espera com emissão da Autorização de Internação Hospitalar e aviso ao sistema de regulação. O tempo nessa lista tem levado em média três meses”, detalhou.
“Os pacientes indicados para cirurgia bariátricas são os que têm obesidade grau III ou mórbida que são aqueles que possuem índice de massa corpórea (IMC) maior ou igual a 40 ou ainda obesidade grau II, que são os que têm IMC entre 35 e 39, quando associados a comorbidades como hipertensão arterial sistêmica, diabetes mellitus, síndrome metabólica, apneia do sono, esteatose hepática, refluxo grave, asma grave, hérnia de disco, artroses graves, dentre outras”, explicou, acrescentando que, além das indicações do IMC e comorbidades, os pacientes têm que ter obesidade instalada há pelo menos cinco anos e com tentativa de tratamento de pelo menos dois anos clinicamente sem sucesso.
Onzi, que é chefe da Residência Médica em Cirurgia do Aparelho Digestivo, explicou que a equipe do HU foi moldada ao longo do tempo. “As cirurgias começaram em 2001, quando eu ainda era residente, com cirurgias esporádicas no Serviço de Cirurgia Geral e Aparelho Digestivo do HU”. Em 2005, foi formado o Núcleo de Cirurgia Bariátrica e, em 2013, a equipe passou a contar com a chegada de profissionais das especialidades associadas.
Tiago Onzi lembrou que o tratamento tem como parte central a cirurgia, mas é preciso destacar a importância da preparação pré-operatória e o acompanhamento pós-operatório. O paciente recebe alta após dois dias da cirurgia, volta em sete dias para a primeira avaliação e passa por reavaliações de 30 dias, três meses, seis meses, um ano e dois anos, com alta ambulatorial após três anos, sempre com a possibilidade de voltar após esse período, se necessário.
O médico explicou que o HU usa as técnicas aprovadas pelo Conselho Federal de Medicina: Bypass Gástrico em Y Roux, Gastrectomia Vertical, mais conhecida como Sleeve, e eventualmente o Duodenal Switch para casos bem específicos. “E por sermos serviço de referência estadual temos realizado muitas cirurgias revisionais, já que recebemos pacientes que realizaram cirurgias em outras localidades e até outros estados e que eventualmente necessitam de uma revisão do procedimento por algum problema que pode existir”, afirmou.
Conforme o especialista, após esforços conjuntos da equipe e da direção do HU-UFSC/Ebserh/MEC, o hospital tem conseguido realizar as cirurgias muitas vezes de forma laparoscópica, o que proporciona uma recuperação muito mais rápida e mais confortável aos pacientes.
Rede Ebserh
O HU-UFSC faz parte da Rede Ebserh/MEC desde março de 2016. Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) foi criada em 2011 e, atualmente, administra 40 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência.
Vinculados a universidades federais, essas unidades hospitalares têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS), e, principalmente, apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas.
Devido a essa natureza educacional, os hospitais universitários são campos de formação de profissionais de saúde. Com isso, a Rede de Hospitais Universitários Federais atua de forma complementar ao SUS, não sendo responsável pela totalidade dos atendimentos de saúde do país.
Com informações do HU-UFSC/Ebserh/MEC