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Tecnologia a inclusão
Núcleo de Saúde Digital e Telessaúde do HUGV-Ufam é lançado, contemplando a saúde indígena
Manaus (AM) – O Hospital Universitário Getúlio Vargas da Universidade Federal do Amazonas (HUGV-Ufam), vinculado à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), ofertará ações de telessaúde aos municípios e comunidades indígenas no estado do Amazonas. O lançamento do Núcleo de Saúde Digital e Telessaúde e do projeto de extensão “Telessaúde Indígena”, aconteceu na manhã dessa sexta-feira (14), no auditório da instituição.
O Núcleo tem como objetivo oferecer serviços de saúde de forma remota, incluindo teleassistência, teleconsulta e telediagnóstico aos municípios e às comunidades indígenas no estado do Amazonas, visando o fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS). O projeto Telessaúde Indígena é uma das ações do Núcleo e é fomentado pelo Ministério da Saúde (MS) por meio da Secretaria de Informação e Saúde Digital, com investimentos de aproximadamente R$ 8 milhões para dois anos de execução.
A diretora de Ensino, Pesquisa e Inovação da Ebserh, Cristiane Carvalho, destacou o projeto do HUGV “irá levar mais especialidade, mais qualificação e melhor atendimento para a população mais carente, nos municípios mais distantes, que têm uma menor possibilidade de terem profissionais especialistas em seus quadros”.
Para o diretor do Departamento de Saúde Digital do Ministério da Saúde (MS), Cleinaldo de Almeida Costa, a transformação digital está presente na vida das pessoas e chegou também ao SUS. “O telessaúde digital leva a saúde de qualidade para quem efetivamente precisa dela. Aqui estamos falando em levar atendimento por meio de telessaúde para uma população indígena em todo o estado do Amazonas”.
O secretário de Saúde Indígena do MS, Weibe Tapeba, disse que essa é uma iniciativa que levará atendimento especializado a quase 30% da população indígena brasileira concentrada no Amazonas. Ele evidenciou o atendimento por telessaúde como uma estratégia de superar os vazios assistenciais na região. “É uma experiência que reduz as desigualdades sociais que são enfrentadas pela população indígena. Essa ação também representa inclusão digital nas Unidades Básicas de Saúde que atendem as comunidades indígenas”, disse.
Projeto Telessaúde Indígena
O projeto Telessaúde Indígena tem como objetivo principal, oferecer ações de telessaúde aos municípios, comunidades ribeirinhas e povos indígenas do Amazonas. Essas ações consistem em teleassistência completa, ou seja, teleconsulta/teleinterconsulta e telediagnóstico. O Hospital irá ofertar essas ações em diversas especialidades como cardiologia, endocrinologia, neurologia, pneumologia, dermatologia, neuropediatria, pediatria, dentre outras.
Serão atendidos os 62 municípios do estado do Amazonas, especialmente os territórios indígenas, ou seja, os sete Distritos Sanitários Indígenas existentes no estado. Conforme informou o médico Pedro Elias Souza, chefe da Unidade e-Saúde HUGV e vice-coordenador do Projeto, do ponto de vista do Ensino e da Pesquisa, diversas atividades de teleducação em saúde também estão previstas no âmbito do projeto, e serão voltadas para os profissionais de saúde que atuam na Atenção Primária em Saúde nos municípios do interior e na saúde indígena.
De acordo com o superintendente do HUGV e coordenador do projeto Telessaúde Indígena, Juscimar Carneiro Nunes, trata-se de uma intervenção social da instituição, visando a melhoria da qualidade de vida das populações sem acesso à serviços de promoção à saúde. “São ações a nível secundário e terciário por intermédio de métodos digitais e Telessaúde que visam trazer a inclusividade do SUS a localidades remotas da Amazônia”, completou.
Para o médico Pedro Elias (Unidade e-Saúde/HUGV), a importância dessa modalidade de atendimento em uma região com enormes barreiras de acesso geográfico e populações que vivem em situação de isolamento em alguns territórios, a oferta de serviços de saúde por meio da utilização de tecnologias digitais de comunicação e informação (telessaúde) é absolutamente estratégica. “Além de permitir atendimento de qualidade a esses cidadãos brasileiros, diminui remoções desnecessárias e reduz custo para o erário. Enfim, respeita os preceitos constitucionais de oferta de saúde universal, equânime e digna, sobretudo aos povos da Amazônia Brasileira”, disse Pedro Elias.
Participaram ainda da mesa solene: o pró-reitor de Extensão da Ufam, Almir Oliveira de Menezes; o coordenador de Regulação Ambulatorial do Complexo Regulador Estadual do Amazonas, Roberto Bezerra; o secretário municipal da Saúde de Manaus, Djalma Coelho; e o coordenador do Conselho Estadual de Secretários Municipais de Saúde do Amazonas, Rodrigo Balbi Saraiva.
Contextualizando
O estado do Amazonas possui mais de 1,5 milhão de quilômetros quadrados de extensão territorial. Isto equivale a quase 18% do território nacional, além de possuir em seu vasto território, a maior bacia hidrográfica e a maior floresta tropical do planeta. Além disso, possui uma densidade demográfica baixa e enormes barreiras de acesso geográfica, além de disparidades históricas do ponto de vista populacional e de acessibilidade.
A capital do estado, Manaus, se encontra em até 1.200 km distante de algumas cidades. Atualmente, Manaus concentra praticamente 100% das ações de média e especialmente de alta complexidade em saúde.
Sobre a Rede Ebserh
O HUGV-Ufam faz parte da Rede Ebserh desde 2013. Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 45 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.
Por Rosenato Barreto, com revisão de Danielle Campos
Coordenadoria de Comunicação Social/Ebserh