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CUIDADOS
No Dia da Saúde Ocular, especialistas da Rede Ebserh destacam importância de cuidar dos olhos
Consulta ao oftalmologista é a principal medida de prevenção a doenças oculares, afirmam especialistas.
Brasília (DF) – A falta de atenção com os olhos pode acarretar problemas de saúde crônicos e até cegueira irreversível. Hábitos como coçar, trocar os óculos sem orientação médica e o excesso de tempo de tela causam doenças que podem comprometer a qualidade de vida das pessoas. No Dia da Saúde Ocular, comemorado em 10 de julho, especialistas de hospitais vinculados à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) orientam sobre a importância de prevenir doenças relacionadas aos olhos.
As principais causas de baixa visão são os erros refrativos, conhecidos popularmente por “grau de óculos” (miopia, hipermetropia, astigmatismo e presbiopia), catarata, retinopatia diabética, doença macular relacionada à idade e glaucoma, explica a oftalmologista Juliana Meroni, do Hospital Escola da Universidade Federal de Pelotas (HE-UFPel/Ebserh). “A falta de cuidado com a saúde ocular pode levar à perda visual irreversível em alguns casos. A principal recomendação é a consulta frequente com o médico oftalmologista, que é o profissional capacitado para cuidar da saúde ocular da população”, salienta a médica.
Muitas pessoas acabam trocando os óculos sem orientação. Segundo a médica, isso pode até melhorar a visão momentaneamente, mas doenças oculares potencialmente graves deixam de ser detectadas e tratadas. Outros hábitos necessários incluem não usar colírios sem prescrição médica e evitar coçar os olhos. “Colírios são medicamentos e, como todos os outros, têm suas indicações específicas e possíveis efeitos adversos. Já coçar os olhos, além de ter a possibilidade de contaminação levando a conjuntivites, é um importante fator de risco para desenvolvimento de ceratocone, uma doença que leva a perda visual progressiva e uma indicação comum de transplante de córnea”, orienta Juliana Meroni.
Atenção para as crianças
Os cuidados com a saúde ocular das crianças iniciam ainda nas primeiras horas de vida com o teste do olhinho, que serve para detectar a presença de diversas enfermidades visuais. A oftalmologista Juliana Ferrari, do Hospital Universitário Bettina Ferro de Souza, vinculado ao Complexo Hospitalar da Universidade Federal do Pará (HUBFS-CHU-UFPA/Ebserh) explica que além do teste do olhinho, deve ser feito um acompanhamento contínuo. “Uma avaliação oftalmológica completa entre os seis e 12 meses da criança. A partir dos 3 anos de idade, a avaliação deve ser anual e, em caso de queixas ou sintomas, o paciente deve procurar assistência médica imediata”, afirma.
Outro hábito que é comum e deve ser reduzido é o uso excessivo de telas, que pode levar à síndrome do olho seco e é um importante fator de risco para desenvolvimento e progressão da miopia. “Altos graus de miopia estão relacionados a outras doenças mais graves, como descolamento de retina e glaucoma. Além disso, ao permanecer nas telas, a criança deixa de interagir com o ambiente, reduzindo seu potencial na ampliação de habilidades físicas, cognitivas, sociais e emocionais”, ressalta a oftalmologista Juliana Meroni, do HE-UFPel.
Problemas na terceira idade
Segundo Juliana Ferrari, do HUBFS/UFPA, a catarata senil acontece normalmente em pacientes acima de 60 anos, levando ao embaçamento visual, dificultando as atividades diárias do paciente. Uma avaliação oftalmológica anual identifica a condição e seu tratamento é cirúrgico. Traumas oculares, diabetes, uso de corticoides e infecções intraoculares podem antecipar o seu surgimento.
Outra doença ocular relevante é o glaucoma, que pode ser diagnosticado em qualquer idade, inclusive em idosos. “Pacientes com histórico familiar de glaucoma ou de pressão intraocular mais elevada têm maiores riscos de desenvolver a doença. Sintomas como baixa da acuidade visual (aptidão do olho para perceber forma e contorno), ou perda de campo visual, podem significar um glaucoma em estágio avançado. No entanto, a ausência de sintomas não deve atrasar a avaliação anual de rotina”, explica a médica. A oftalmologista do HE-UFPel, Juliana Meroni, complementa que o uso de óculos sem o fator de proteção aumenta o risco de surgimento de alguns tipos de câncer, catarata e degeneração macular relacionada à idade, por exemplo.
Como prevenir
Além das medidas já citadas, a oftalmologista do HUBFS/UFPA orienta sobre a importância de realizar o controle da glicemia e da pressão intraocular, pois a alteração destes fatores está relacionada a doenças como a retinopatia diabética e o glaucoma, respectivamente. “O controle glicêmico e de pressão arterial, junto com o uso regular das medicações prescritas, dieta balanceada e exercício físico regular colaboram para reduzir a possibilidade de retinopatias nesses pacientes”, comenta Juliana Ferrari.
O uso de óculos de proteção para atividades de risco para trauma ocular, lentes com proteção ultravioleta, além do não compartilhamento de maquiagens, são algumas importantes medidas para manutenção da saúde ocular. O uso de lentes de contato em banhos de rios, mar ou piscina deve ser evitado pelo risco elevado de infecções oculares graves, finaliza a especialista do HUBFS-UFPA.
Sobre a Ebserh
Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 41 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.
Por Paola Caracciolo, com revisão de Marília Rêgo
Coordenadoria de Comunicação Social/Ebserh