Notícias
ALERGIA
Na Semana Mundial da Alergia, especialista alerta para o aumento de crises de rinite alérgica no inverno
Clima frio e seco, característicos do inverno, pioram a rinite alérgica
Niterói (RJ) - Com a chegada do inverno, as cidades do Rio de Janeiro e de Niterói preparam-se para enfrentar não apenas as baixas temperaturas, mas também o aumento da incidência de doenças respiratórias e alérgicas. O clima seco e o ar frio, que podem ser irritantes para a via respiratória, contribuem para isso. Para alertar a população para o problema, a Semana Mundial da Alergia, que vai até o próximo sábado (24), é dedicada aos cuidados com as doenças imunoalérgicas.
Neste ano, o tema é “Mudanças climáticas agravam alergias”. O Hospital Universitário Antônio Pedro (HUAP), um dos 41 hospitais universitários da Rede Ebserh, possui especialistas capacitados em doenças respiratórias e alérgicas. “Vários fatores contribuem para o aumento (da incidência de doenças respiratórias). Um deles é o clima, que costuma ficar mais frio durante esta época do ano. O ar frio pode ser um irritante para a via respiratória. É comum que o tempo fique mais seco também, apresentando menos chuva”, explicou a alergista e imunologista do HUAP, Daniella Moore.
Outro complicador, de acordo com a especialista, são as infecções virais, que costumam ser mais frequentes. “Ao contrário do verão, onde as pessoas circulam mais em ambientes externos, no inverno há uma procura maior por ambientes fechados, o que leva à aglomeração e maior transmissibilidade de vírus. As infecções virais são importantes gatilhos e agravantes das crises de asma e rinite”, continuou.
Além disso, as pessoas acabam mais expostas aos ácaros da poeira, por isso, segundo a médica, é importante lembrar de lavar e deixar secar bem os casacos de frio que ficaram guardados por muito tempo, para assim evitar mofo e ácaros que tenham se acumulado entre suas fibras.
Todos esses fatores, somados à poluição do ar, uma característica das cidades urbanas, têm grandes chances de desencadearem processos alérgicos, que acontecem “quando o nosso sistema imune faz uma resposta exagerada a determinadas substâncias, que normalmente são inofensivas para a maioria das pessoas”, afirmou a alergista do HUAP.
A rinite alérgica
As alergias podem se manifestar de várias formas e atingir diferentes partes do corpo, dentre elas as vias respiratórias. A rinite alérgica, especificamente, “é uma condição na qual ocorre uma inflamação da mucosa nasal desencadeada por aeroalérgenos que costuma se manifestar com espirros, coriza hialina, obstrução ou congestão nasal e prurido (coceira) nasal”, explicou a alergista e imunologista Daniella Moore.
Esses sintomas são comuns a outros quadros, como resfriados, por isso mesmo, para um diagnóstico correto, de acordo com a médica, é necessário observar a história clínica do indivíduo, além de realizar exames e testes alérgicos.
O tratamento possui três pilares. Conforme Daniella, “o primeiro é composto por produtos à base de soro fisiológico que visam a limpeza nasal; o segundo são os medicamentos de manutenção, aqueles que tratam a mucosa nasal e modulam o sistema imune para que a pessoa não fique tão suscetível a crises; e o terceiro são medicamentos que tratam a crise e tem na sua composição anti-histamínicos”, explicou.
Cuidados
Crises de rinite alérgica podem ser evitadas com cuidados simples com a saúde: evitar fumar, alimentação saudável, atividades e exercícios ao ar livre, carteira de vacinação em dia. Além disso, o acompanhamento médico regular é importante, por se tratar de uma doença crônica.
“Embora não seja uma condição que costume estar associada à mortalidade, salvo em raríssimas exceções, ela traz bastante morbidade, atrapalhando as atividades diárias, o sono e gerando faltas no trabalho e na escola”, pontuou Daniella, ressaltando que, por isso, mesmo em períodos sem crise, é essencial o acompanhamento médico. “O maior inimigo é a automedicação, que pode levar a tratamentos parciais, efeitos colaterais indesejados e a recidivas frequentes”, garantiu.
E embora a emissão de partículas poluentes não costume aumentar no inverno, é comum ocorrer, nesta estação do ano, um fenômeno chamado de inversão térmica, típico de dias mais frios, nos quais os raios solares estão mais fracos e a superfície terrestre aquece menos o ar. “Assim, o ar frio fica estático, recoberto por uma camada de ar quente que bloqueia a camada de ar frio e mantém a poluição concentrada no ar que respiramos. Por isso embora seja necessário conscientização para evitar ao máximo a emissão de poluentes o ano todo, no inverno a via respiratória pode se ressentir mais de sua presença”, concluiu Daniella Moore.
Sobre a Ebserh
O Hospital Universitário Antônio Pedro (Huap-UFF) faz parte da Rede Ebserh desde abril de 2016. Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 41 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.
Por Felipe Monteiro e Luna Normand, com revisão de Danielle Campos
Coordenadoria de Comunicação Social/Ebserh