Galeria de Imagens
Combate ao racismo
Mesa-Redonda no hospital da Rede Ebserh em Alagoas discute racismo institucional
Evento foi a primeira de uma série de ações planejados para o combate ao racismo no hopsital
Maceió (AL) – A partir de situações de racismo vivenciadas por residentes nos cenários de prática, com relatos que envolvem também profissionais e usuários, a mesa-redonda “O Racismo Institucional” foi promovida no último dia 24 de novembro pelo Hospital Universitário Professor Alberto Antunes (Hupaa-Ufal/Ebserh/MEC) em conjunto com a Comissão e Residência Multiprofissional em Saúde (COREMU), o Movimento Antirracista do Hupaa (NEGRHU), o Consórcio Nacional de Núcleo de Estudos Afro Brasileiro (CONNEABS) e a Associação Brasileira de Pesquisadores(as) Negros(as) (ABPN).
Os convidados foram a professora doutora Marli de Araújo Santos, coordenadora do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros e Indígenas (NEABI), do Campus Arapiraca da UFAL, o professor doutor Danilo Luiz Marques, coordenador do NEABI, do Campus A. C. Simões da UFAL, e a professora doutora Jusciney Carvalho Santana, pedagoga do Centro de Educação (CEDU) da UFAL, com mediação da professora doutora e vice-coordenadora da COREMU, Glaucivane Guedes.
De acordo com a preceptora do cenário de prática das clínicas, mestra em Ensino na Saúde e assistente social do HU, Maria Helena de Araújo, o evento faz parte de um projeto cuja proposta é implantar uma política de combate ao racismo institucional dentro do Hospital Universitário, visando a transformação através de processos educativos. “Temos que estimular a consciência, ampliar, fazer reflexões no cotidiano, e a proposta é trabalhar com os quatro eixos das políticas de ação afirmativa no país, que são: acesso, permanência, formação, produção e socialização do conhecimento”, explica.
Em virtude de o Hupaa ser um hospital de formação de recursos humanos, o projeto prevê ações relacionadas à temática já na programação do acolhimento da residência. O intuito é que a realidade do racismo institucional seja alterada. “Existem coisas que precisam ser mudadas, e essas mudanças não vão se dar do dia para a noite, mas sim no cotidiano, na formação, na reflexão, na prática”, acrescenta Maria Helena.
Para a assistente social e residente do Programa de Residência Multiprofissional em Atenção à Saúde do Adulto e do Idoso (PRMASI), Marcelly Oliveira, somente é possível dimensionar os impactos do racismo dentro do ambiente hospitalar a partir do momento em que se volta o olhar para essa particularidade. O racismo impacta diretamente na vida de todos os envolvidos, com efeitos que incluem a reclusão e a não-expressão do que pode ser dito por vergonha e silenciamento. “Quando nós não temos segurança de nos expressarmos, isso também machuca. O reflexo importante é sentir o posicionamento da instituição e das pessoas que compõem o hospital universitário no acolhimento à população negra, que é essencial”, ressalta.
A mesa-redonda foi a primeira atividade aberta das ações antirracistas que estão sendo planejadas pelo NEGRHU com o apoio da COREMU.
Com informações do Hupaa-Ufal/Ebserh/MEC