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Mejc-UFRN/Ebserh alerta para a importância de exames para detectar cardiopatia congênita
Diagnóstico pode ser feito ainda durante a gestação, por meio do ecocardiograma fetal
Natal (RN) – Cardiopatia Congênita é o nome dado a qualquer anormalidade na estrutura ou função do coração, sendo que as mais comuns são relacionadas a alteração em alguma válvula cardíaca, influenciando no fluxo de sangue, dificultando sua passagem. A doença surge durante a gestação e pode ser identificada nos bebês, por exemplo, ao demonstrar cansaço ou suor excessivo durante as mamadas. Outro sintoma comum é a cianose (quando os bebês ficam com os dedos ou partes do corpo roxos, indicando problemas na circulação sanguínea).
Estima-se, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), que cerca de 130 milhões de crianças no mundo tenham algum tipo de cardiopatia congênita. Uma relação de um caso a cada 100 nascimentos, segundo a American Heart Association, chegando a 1,35 milhão de doentes por ano. No Brasil, de acordo com o Ministério da Saúde, são dez casos a cada mil nascidos vivos, estimando em 29 mil o número de crianças que nascem com cardiopatia congênita por ano e cerca de 6% delas morrem antes de completar um ano de vida. Na apresentação grave da doença após o nascimento, ela pode ser responsável por 30% dos óbitos no período neonatal.
Por isso, diagnosticar precocemente é o fator principal para que a criança cardiopata possa receber o atendimento correto e no tempo necessário. A Mejc-UFRN é unidade referência em cardiopatia congênita e possui acompanhamento multiprofissional e especializado.
Segundo a cardiopediatra Melina Lima, da Maternidade Escola Januário Cicco (Mejc-UFRN/Ebserh), vinculada à Rede Ebserh, o diagnóstico pode ser feito ainda durante a gestação, por meio do ecocardiograma fetal, único exame capaz de detectar uma cardiopatia congênita enquanto o bebê ainda está na barriga da mãe, feito entre 21 e 28 semanas de gestação. “Esse diagnóstico ainda na gravidez pode salvar muitas vidas, pois algumas cardiopatias precisam de intervenção assim que o bebê nasce”, explica.
“As cardiopatias congênitas são a terceira principal causa de mortalidade infantil e por não serem evitáveis, o diagnóstico e o tratamento precoces podem, na maioria dos casos, reverter a doença”, comenta a especialista.
Este ano profissionais da MEJC participam da caravana “RN + Coração - Na Estrada”, realizada pela Associação Amigos do Coração da Criança (AMICO) em parceria com o Governo do Rio Grande do Norte que visa promover o diagnóstico precoce das cardiopatias infantis, levando atendimento e exames de cardiologia pediátrica às crianças de Natal e cidades do interior.
Atendimento especializado
A suspeita de cardiopatia congênita pode ser feita ainda na gravidez, durante o acompanhamento do pré-natal. Nesta situação, a gestante pode ser encaminhada pelo obstetra para realizar o ecocardiograma fetal. Quando uma cardiopatia é detectada ainda no período fetal, realiza-se orientação e aconselhamento da gestante - com programação da melhor assistência possível para a mãe e o bebê ao nascimento.
A Mejc realiza teste do coraçãozinho (oximetria de pulso neonatal) em todos os bebês com objetivo de triagem de cardiopatias em recém-nascidos assintomáticos. Este teste quando alterado implica a realização de ecocardiograma antes da alta da maternidade. Além disso, os pediatras ao suspeitar de sintomas de cardiopatia na criança contam com avaliação especializada de cardiopediatras para diagnóstico e orientações de acompanhamento.
A UTI neonatal da Maternidade, referência para gestações de alto risco, possui profissionais neonatologistas com treinamento em ecocardiografia funcional e aparelho de ecocardiograma para avaliação dos bebês a beira leito. Desta forma, é possível suporte das crianças com cardiopatia grave com medicamentos para avaliação e encaminhamento de cirurgia cardíaca, quando indicado.
A educação continuada com exposição de temas em cardiopediatria e troca de conhecimento entre os profissionais, alunos e residentes é prioridade no nosso serviço e realizada durante todo o ano, através de aulas expositivas, simpósios e discussões de casos clínicos.
Quando procurar a ajuda de um profissional?
Os pais ou pediatras que notem sinais sugestivos de cardiopatia no recém-nascido e na criança devem procurar um cardiopediatra, que é o especialista no coração da criança.
Fazem parte da investigação avaliar o histórico familiar e fatores predisponentes, o exame físico cardiovascular e realização de exames complementares como eletrocardiograma, radiografia de tórax e ecocardiograma. Em casos específicos pode ser necessário complementar avaliação com angiotomografia e cateterismo cardíaco para definição das intervenções a serem adotadas.
Com informações da Mejc-UFRN/Ebserh