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Novembro Azul
Médico da Rede Ebserh alerta sobre importância do diagnóstico precoce do câncer de próstata
O câncer de próstata é considerado uma doença de terceira idade, já que, no Brasil, a cada dez homens diagnosticados, nove têm mais de 55 anos de idade
Niterói (RJ) – Novembro é marcado pela cor azul, representando o Mês de Prevenção ao Câncer de Próstata. A doença, que já sofreu bastante com o tabu, teve uma estimativa de cerca de 65 mil novos casos para o triênio 2020-2022 no Brasil, segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca). O câncer de próstata é o segundo mais comum entre pessoas do sexo masculino e também o segundo que mais mata. A cada 41 homens, pelo menos um morre da doença. O Hospital Universitário Antônio Pedro da Universidade Federal Fluminense e vinculado à Rede Ebserh (Huap-UFF/Ebserh) faz o atendimento de homens com câncer de próstata.
“Normalmente, nós já recebemos os pacientes diagnosticados para serem tratados. A princípio, esses doentes são atendidos no ambulatório, onde a gente confirma o diagnóstico e faz o estadiamento (processo que determina a localização e a extensão do câncer) com exames de imagem, físico e clínico. A partir daí, é decidida a modalidade de tratamento para cada caso específico”, explica Ângelo Fosse Júnior, chefe da Urologia do Huap.
O câncer de próstata é considerado uma doença de terceira idade, já que, no Brasil, a cada dez homens diagnosticados, nove têm mais de 55 anos de idade. No mundo, três quartos dos casos ocorrem a partir dos 65 anos. O problema maior é, justamente, o tabu que ainda envolve esse tipo de câncer. Porém, de acordo com Ângelo, a questão da informação melhorou bastante ao longo dos anos, e os homens têm buscado o exame com maior frequência.
“A falta de informação e o tabu já interferiram mais. Hoje, com a mídia, com o Novembro Azul e com ações capitaneadas pela Sociedade Brasileira de Urologia, a população está se educando mais sobre a necessidade da prevenção. Atualmente, eu sinto, na minha prática, e a gente pode perceber no atendimento de Urologia também, que há um preconceito bem menor, fruto de uma massificação da informação. E isso acaba impactando de forma positiva diretamente em relação à prevenção e ao diagnóstico”, comenta.
O câncer de próstata tem os chamados grupos de risco, que envolvem: homens de raça negra ou de idade mais avançada e, principalmente, com histórico familiar. Homens com casos na família começam o rastreio a partir dos 45 anos de idade. Para o restante da população, o início deve ser a partir dos 50. Isso é feito por meio do exame físico, que é o toque retal, e da dosagem do antígeno prostático específico. Essas duas variáveis são cruzadas e, caso haja algum grau de suspeição, segue-se a investigação com biópsia. Números do Inca mostram que 90% dos casos em fase inicial têm cura. Mas, isso depende da evolução do câncer no momento do diagnóstico.
“Primeiramente, precisamos saber se a doença está localmente avançada ou já muito avançada? Para as localizadas, a modalidade de escolha da Urologia é a prostatectomia radical, que é a retirada da próstata. A chance de cura para as doenças localizadas com rastreio correto é muito grande. Já para doenças avançadas, há outras modalidades que podem incluir radioterapia, associada à medicação. Nesse caso, o conceito é outro. Não se pensa na cura, mas em estender a qualidade de vida desse paciente. Então, normalmente fazemos terapias com o serviço de oncologia clínica”, finaliza Ângelo.
Sobre a Rede Ebserh
Desde abril de 2016, o Huap-UFF faz parte da Rede Ebserh. Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) foi criada em 2011 e, atualmente, administra 40 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência.
Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS), e, principalmente, apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas. Devido a essa natureza educacional, os hospitais universitários são campos de formação de profissionais de saúde. Com isso, a Rede Ebserh atua de forma complementar ao SUS, não sendo responsável pela totalidade dos atendimentos de saúde do país.
Com informações do Huap-UFF/Ebserh