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HOSPITAL DE CLÍNICAS DA UFTM
Medicamento 3 em 1 contra o HIV começa a ser distribuído em Uberaba
Combinação de efavirenz, lamivudina e tenofovir em comprimido único
A Farmácia Ambulatorial do Sistema e Controle Logístico de Medicamentos (Siclom), administrada pelo Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (HC-UFTM), iniciou a distribuição da dose tripla combinada, o chamado três em um, dos medicamentos efavirenz, lamivudina e tenofovir, utilizados como terapia de primeira linha de tratamento para pessoas vivendo com HIV. O HC é filiado à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), estatal vinculada ao Ministério da Educação (MEC).
Esses fármacos já eram distribuídos separadamente pelo Sistema Único de Saúde; a novidade consiste na reunião das três substâncias em um único comprimido diário. O novo esquema terapêutico se destina, em um primeiro momento, aos pacientes que iniciam o tratamento a partir de agora. A dose fixa combinada será disponibilizada, gradativamente, aos demais pacientes que fazem uso do tenofovir, da lamivudina e do efavirenz em comprimidos separados, a fim de que possam migrar para o uso do comprimido único.
“O principal ganho da terapia antirretroviral em comprimido único está no aumento da taxa de adesão dos pacientes, ou seja, ficam mais simples a ingestão e a rotina de tratamento, evitando que os pacientes deixem de tomar a medicação”, avalia o infectologista Rodrigo Juliano Molina.
Essa combinação de medicamentos integra o Protocolo Clínico de Tratamento de Adultos com HIV e Aids do Ministério da Saúde, publicado em dezembro de 2013, e é disponibilizada como tratamento inicial para os pacientes soropositivos. Considerado um importante avanço, o tratamento três em um passou a ser garantido pelo Brasil neste ano, a exemplo de países como Estados Unidos, China e algumas nações africanas, que já utilizavam o comprimido único.
Cerca de 1.200 pacientes cadastrados retiram mensalmente a medicação para controle do HIV, na farmácia do Siclom, no HC-UFTM. Os medicamentos são dispensados apenas com emissão de receita por parte do infectologista que acompanha o paciente.
Adesão
Dentre os benefícios do tratamento feito corretamente estão a recuperação do sistema imunológico e a diminuição da carga viral de HIV a níveis indetectáveis no sangue, o que garante a qualidade de vida do paciente e o estabelecimento de uma expectativa de vida equivalente a de pessoas que não possuem o vírus.
“Os pacientes com HIV que seguem corretamente o tratamento têm expectativa de vida normal, como a média da população, podendo em muitos casos superar a essa média de expectativa de vida, pois são pessoas que passam a se cuidar mais e, como realizam exames de controle com frequência, geralmente identificam eventuais problemas logo no início, favorecendo a tomada de medidas necessárias para a manutenção da saúde”, explica Molina.
O acesso universal e gratuito aos medicamentos antirretrovirais é política prioritária do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais desde 1996. No Brasil, mais de 313 mil pacientes realizam tratamento com combinações compostas entre os 21 medicamentos distribuídos pelo SUS para tratar a infecção por HIV.
Para uma correta distribuição, os governos federal, estaduais e municipais têm diferentes responsabilidades na compra e distribuição desses fármacos, definidas em reuniões da Comissão Intergestora Bipartite, que possui representantes do SUS federal e estadual, integrada igualmente por representantes dos secretários municipais de Saúde.
Com informações do HC-UFTM