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Humanização
Mães internadas na UTI-Covid de hospitais universitários da Rede Ebserh/MEC conhecem filhos recém-nascidos
Equipes assistenciais batalharam para salvar as vidas de mães e filhos, ao mesmo em que se preocuparam em humanizar o atendimento
Brasília (DF) – Por conta da pandemia de Covid-19, algumas mães se contaminaram com o vírus durante a gravidez ou no período puérpero (ou seja, logo após o parto). Esses foram os casos de Cristiane Oliveira e Rafaela França. As duas batalharam pela vida e chegaram a ficar internadas em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) de hospitais da Rede Ebserh/MEC. Quando venceram a doença veio a maior das alegrias: conhecer os filhos.
Cristiane deu à luz no dia 8 de junho com um grave quadro respiratório decorrente do coronavírus e só conheceu a filha no dia 29 do mesmo mês. A paciente foi submetida ao procedimento de forma emergencial, ainda intubada, no Hospital Universitário de Lagarto (HUL-UFS/Ebserh/MEC).
O clínico plantonista Martins Dionísio foi o primeiro médico a atender Cristiane na unidade hospitalar. Ele conta que a paciente, já com 38 semanas de gestação, chegou com queixa respiratória e cansaço. “Precisou ser intubada por não responder às medidas iniciais de oxigenoterapia e fisioterapia”, pontua o profissional.
A decisão para o parto foi a necessária. “A saturação da paciente nesse momento, mesmo intubada, estava em 67%, e o bebê devia estar em algum grau de sofrimento. Retirar a criança do útero materno, além de salvar o bebê, já que a mãe não estava conseguindo dar boa oferta de oxigênio, era dar uma chance para a própria mãe”, conta Renan Argolo, anestesiologista que realizou o procedimento de intubação.
“O bebê nasceu com índice de vitalidade baixo, precisando ser intubado na sala cirúrgica ainda, ficando sob cuidados da equipe de pediatria a partir desse momento”, complementa Argolo. Ele conta que a criança reagiu bem, e no mesmo dia foi extubada, tendo alta poucos dias depois.
Após 21 dias de internação, Cristiane recebeu alta hospitalar e, em casa, a moradora de Lagarto, de 39 anos, conheceu a filha Vitória. “Foi uma sensação inexplicável, ver, sentir, estar perto. Estar com ela é o que estava faltando”, disse.
“Um dia para ficar na memória!”, consideram Joara Almeida, médica da equipe de pediatria do HUL. “Dentro do cenário de pandemia e guerra pela vida, quem diria que faríamos parte de um nascimento, de um parto em meio a duas realidades: uma mãe que necessitou de uma intubação em plena gestação de 38 semanas. Algo inesperado e tão desafiador nos pedia pressa: fazer um parto e recepcionar a criança tão frágil e com a saúde em risco”, complementa.
Encontro virtual
O caso de Rafaela França foi um pouco diferente. A paciente, que esteve internada na UTI Covid do Hospital Universitário da cidade de Petrolina (HU-Univasf/Ebserh/MEC), teve um encontro virtual com o filho, proporcionado pelas equipes de Serviço Social e Enfermagem da unidade hospitalar enquanto estava internada.
Durante o acompanhamento rotineiro da equipe multiprofissional do hospital, a paciente solicitou que pudesse ver o filho, que nasceu prematuro para diminuir os riscos envolvidos por conta do diagnóstico da mãe. Prontamente, a televisita, realizada por meio de um tablet, foi identificada como a alternativa viável. A ação proporcionou entusiasmo à mãe diante da adversidade apresentada em um dos momentos mais marcantes de sua vida.
Rafaela França já recebeu alta hospitalar e demonstra imensa gratidão pelo esforço da equipe. “Eu queria ver meu filho e, com pouco tempo, o meu desejo de vê-lo novamente foi atendido. Passou tanta coisa em minha cabeça, foi um misto de emoções! Eu considero excelente a assistência prestada”, finalizou.
Sobre a Rede Ebserh
Vinculadas a universidades federais, essas unidades hospitalares possuem características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS), e, principalmente, apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas. Devido a essa natureza educacional, os hospitais universitários são campos de formação de profissionais de saúde. Com isso, a Rede Ebserh atua de forma complementar ao SUS, não sendo responsável pela totalidade dos atendimentos de saúde do país.
Com informações do HU-Univasf e do HUL-UFS