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DIA MUNDIAL
Lesão por Pressão pode ser evitada e precisa ser tratada para a qualidade de vida do paciente
As lesões por pressão constituem-se em um problema de saúde pública. Imagem ilustrativa: freepik
Brasília (DF) – Todo o esforço para minimizar desconfortos faz a diferença para a segurança do paciente. Na terceira quinta-feira de novembro, comemora-se o Dia Mundial de Prevenção de Lesão por Pressão. Essas lesões evitáveis provocam sofrimento, alteração da qualidade de vida e elevações no custo do tratamento, constituindo-se em um problema de saúde pública.
Entre as seis Metas Internacionais de Segurança do Paciente, estabelecidas pela Organização Mundial da Saúde (OMS), está a redução de risco de quedas e lesões por pressão. E em todo o país, hospitais universitários vinculados à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) contam com tecnologias e equipes especializadas para proporcionar maior conforto aos pacientes. A prevenção é de longe a melhor forma para evitar uma série de doenças e complicações. Principalmente quando já se está vivendo uma delicada recuperação.
“A lesão por pressão (LP) é um dano localizado na pele e/ou nos tecidos moles ao redor, como resultado da pressão ou da pressão combinada com a fricção, geralmente sobre uma proeminência óssea ou relacionada a algum dispositivo médico”, explicou Luciana Piva, enfermeira do Ambulatório de Cuidados com a Pele e presidente da Comissão de Prevenção e Tratamento de Feridas do Hospital Universitário da Universidade Federal de Juiz de Fora (HU-UFJF).
Segundo a especialista, a lesão é causada pela diminuição ou ausência dessa circulação de sangue, gerando a falta de oxigênio e nutrientes para a pele. Pode ser classificada, atualmente, por estágios um, dois, três e quatro, por lesão por pressão não classificável, lesão por pressão tissular profunda (relacionada a dispositivo médico) e lesão por pressão em membranas mucosas, sendo considerada um evento adverso.
“Conforme a Anvisa, os estudos estimam que a ocorrência de lesão por pressão está entre a 4 a 16% dos pacientes hospitalizados hoje nos países desenvolvidos, então a uma taxa realmente muito alta”, complementou Luciana.
O HU-UFJF, possui o Ambulatório de Feridas, que acompanha pacientes através de interconsultas quando o médico identifica uma lesão de pele ou uma necessidade de orientação. Recebe também pacientes encaminhados pela Prefeitura, via Sistema de Regulação e Marcação de Consultas (SISREG) e pacientes internados. “Após receber alta, continuamos esse tratamento aqui no ambulatório de feridas. São realizados entre 80 e 100 atendimentos mensais”, frisou.
Prevenção
Segundo a enfermeira e coordenadora da Comissão de Pele (Compele) do Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia (HC-UFU), Roberta Silmara Miranda, uma pessoa com lesão por pressão tem suas atividades diárias prejudicadas, causando isolamento social, afastamento do trabalho, distúrbio de imagem pessoal com consequências psicológicas.
Ela citou que algumas medidas simples podem ser adotadas. “Manter a pele do paciente limpa, seca e hidratada. Banho com água morna e sabonete líquido levemente ácido sem friccionar a pele. Atentar para nutrição e hidratação, reposicionamento no leito a cada duas horas ou conforme prescrito pelo profissional de saúde, usar colchão de pressão alternada, conforme aplicação de escala de Braden”, elencou.
De acordo com Roberta, o HC-UFU implantou o protocolo de prevenção de lesão por pressão para nortear os profissionais para avaliar, prescrever, realizar os cuidados e indicar para qual perfil de pacientes utilizar as tecnologias como o colchão com pressão alternada e espuma de poliuretano com silicone. “Assim é possível aproveitar melhor as inovações e prevenir a lesão por pressão”, afirmou.
Atuação da equipe
Em Belém, no Hospital Universitário João de Barros Barreto (HUJBB-UFPA), a UTI tem apresentado resultados positivos de baixa lesão por pressão. De acordo com a chefe da Unidade de Gerenciamento de Atividades de Graduação e Ensino Técnico e presidente da Comissão de Prevenção e Tratamento de Lesões, Odenilce Vieira Pereira, isso se deve ao envolvimento da equipe multiprofissional.
“Em especial da equipe de enfermagem, responsável pelo cuidado direto ao paciente, dentre os quais inclui a higiene da pele; a identificação precoce dos pacientes com risco para o desenvolvimento de LP, além do monitoramento diário desse risco e a implementação de estratégias sistematizadas que visam garantir uma assistência segura e eficaz”, pontuou.
Ela acrescentou que o papel da Comissão de Prevenção de Lesões é crucial, pois atua propondo estratégias para diminuir os riscos de infecção hospitalar; gerenciando casos encaminhados para avaliação e acompanhamento; promovendo a educação em saúde das equipes assistenciais; e elaborando protocolos para prevenção e tratamento de lesões.
Sobre a Ebserh
Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 45 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.
Por Danielle Morais, com revisão de Danielle Campos
Coordenadoria de Comunicação Social da Rede Ebserh