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Inovação
Laboratório do Huol-UFRN/Ebserh produz conhecimento científico com base em cirurgia experimental
Natal (RN) – O Laboratório de Cirurgia Experimental do Hospital Universitário Onofre Lopes, vinculado à Universidade Federal do Rio Grande do Norte e à Rede Ebserh (Huol-UFRN/Ebserh), é um dos seis laboratórios integrantes do Núcleo Avançado de Pesquisa e Inovação Tecnológica em Saúde (NAPS) da instituição. Inaugurado em 25 de outubro de 1982, 42 acadêmicos já estiveram sob orientação da estrutura.
Sob coordenação dos professores e pesquisadores Aldo da Cunha Medeiros e Irami Araújo Filho, o propósito do Laboratório de Cirurgia Experimental é realizar pesquisas básicas (fase 1) alinhadas ao ensino, como resultado dos trabalhos de graduação, mestrado e doutorado. As linhas de pesquisa envolvem abordagens diversas, como oncologia cirúrgica, cicatrização, nanopartículas magnéticas e biodistribuição de radiofármacos. O objetivo é obter conhecimento científico, produzido na realização de cirurgias experimentais feitas em animais como ratos e camundongos, respeitando as diretrizes bioéticas.
Atualmente, o laboratório atua em duas linhas de pesquisa e conta com equipe de quatro pesquisadores. A parceria com outros laboratórios da UFRN amplia as atividades. Assim ocorreu com o departamento de Física, visando a manipulação de antibiótico com nanopartículas magnetizadas. “Em uma tese de doutorado, surgiu a ideia de acoplar as nanopartículas com o antibiótico ou com quimioterápicos. Provocamos uma infecção na coxa do rato, de forma subcutânea, e depois suturamos um imã sobre a infecção. Então, injetamos o antibiótico com as nanopartículas magnetizadas na veia do animal. Toda vez que o antibiótico passava naquela região, o imã segurava a substância sobre o foco infeccioso. As infecções desapareceram em cerca de três a quatro dias por conter uma grande concentração de antibiótico ali”, explica o professor Aldo.
De acordo com os pesquisadores, é necessário que os projetos de pesquisa tenham relevância à sociedade e aplicabilidade prática em benefício de pacientes. “Uma tese de doutorado está avaliando, por exemplo, se determinados anestésicos podem ser cancerígenos. Primeiramente, o estudo avaliará testes em cultura de células e depois em camundongos”, ressalta o professor Irami.
Resultados
Uma das pesquisas mais destacadas do laboratório envolve o tratamento de fístulas (feridas em forma de câmara de ar ou canal anômalo) pós-operatórias, na qual foi desenvolvida uma sonda inovadora, conectada num frasco com sistema a vácuo, que promove a cicatrização da ferida. “O estudo impactou na aplicação da solução nas enfermarias do Huol e em outros serviços de saúde, a partir da publicação dos artigos científicos”, enaltece o pesquisador Aldo Medeiros.
Outro trabalho recente envolveu estudos com a planta Crajiru, de origem amazônica. A pesquisa testou em laboratório a ação da planta na melhora do diabetes, entre outras patologias. “Com apoio da Faculdade de Farmácia, a planta foi transformada em extrato, para administração via oral. Então, avaliamos a utilização para reduzir a glicemia dos diabéticos, assim como para redução de uma inflamação intestinal, a retocolite. Testamos também para o câncer, com redução no tamanho da lesão e, em alguns casos, a lesão desapareceu por completo”, explica o coordenador Aldo Medeiros. De forma empírica, a equipe ambulatorial de Oncologia do Huol está recomendando o uso da planta em chás para pacientes em tratamento contra o câncer.
Sobre a Rede Ebserh
O Huol faz parte da Rede Hospitalar Ebserh desde agosto de 2013. Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) foi criada em 2011 e, atualmente, administra 40 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência.
Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS), e, principalmente, apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas. Devido a essa natureza educacional, os hospitais universitários são campos de formação de profissionais de saúde. Com isso, a Rede Ebserh atua de forma complementar ao SUS, não sendo responsável pela totalidade dos atendimentos de saúde do país.
Com informações do Huol-UFRN/Ebserh/MEC