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Nefrologia
Hospital Universitário de Santa Maria recebe equipamentos para método contínuo de diálise
Dois pacientes – internados na UTI e que não poderiam deslocar até a Unidade de Nefrologia – já foram beneficiados pelo método contínuo
Santa Maria (RS) – A diálise é um procedimento vital de purificação do sangue, que substitui a função do rim doente. No mundo, mais de 3,5 milhões de pessoas passam pelo tratamento regularmente. E com a pandemia de Covid-19, esse número não para de aumentar, pois a insuficiência renal aguda é uma das consequências do vírus. Estima-se que cerca de 25% das pessoas acometidas pelo coronavírus – uma a cada cinco – desenvolvem insuficiência renal.
Por ser referência em Nefrologia para a 4ª e 10ª coordenadoria regional de Saúde (CRS) e referência para pacientes Covid, o Hospital Universitário de Santa Maria da Universidade Federal de Santa Maria e vinculado à Rede Ebserh (HUSM-UFSM/Ebserh) buscou meios de atender a essa crescente demanda. Em meados de agosto, o HUSM recebeu dois aparelhos novos para hemodiálise em regime de comodato, que, a princípio, ficarão disponíveis por seis meses, durante a pandemia.
Fabricados na Alemanha, os equipamentos permitirão ao hospital oferecer métodos contínuos de diálise para pacientes graves (com necessidade de drogas vasoativas muito alta). As novas máquinas irão se somar às outras 10 usadas pelo método convencional e que seguem em atendimento aos pacientes crônicos. Elas foram solicitadas em março, quando a Unidade de Nefrologia começou a traçar estratégias de suporte para atendimento aos pacientes mais graves.
Entre as vantagens está a maior mobilidade. As outras máquinas também são portáteis, mas dependem do suporte de encanamento de água para realizar o tratamento. As novas não precisam. Dois pacientes – internados na UTI e que não poderiam deslocar até a Unidade de Nefrologia – já foram beneficiados pelo método contínuo.
“Elas podem ser levadas para qualquer lugar. Essa portabilidade facilita muito o acesso dos pacientes a esse tipo de tratamento. No caso de pacientes graves, o próprio transporte aumenta o risco de vida”, explica o médico nefrologista Marcos Azambuja.
Além disso, com as 10 máquinas que o hospital dispõe, é possível manter o tratamento por até 10h. Para um tratamento mais longo, precisava substituir a máquina. Com os equipamentos novos, o mesmo procedimento ocorre por até 72h sem substituição.
“Vai ser um legado importantíssimo. Além de beneficiar os pacientes com coronavírus, os equipamentos novos vão possibilitar outros tipos de tratamento que precisam de circulação extracorpórea. Pode tratar, por exemplo, pacientes com insuficiência exógenas agudas provocadas pela exposição a defensivos agrícolas”, afirma Azambuja.
Outras vantagens
Dentre outros benefícios, a enfermeira Nathany Avila destaca que a tecnologia dos equipamentos permite dialisar pacientes com distúrbios de coagulação, com riscos de sangramentos e outras e outras comorbidades que não toleram o uso de heparina (medicamento para evitar a formação de coágulos no sangue). “Isso aumenta a funcionalidade do sistema diminuindo os riscos de coagulação do kit de tratamento e consequentemente perdas sanguíneas”, afirma Nathany.
A equipe de enfermagem que atua na Unidade de Internação da Nefrologia, em conjunto com três enfermeiros da UTI, participaram de uma capacitação que durou cinco dias, das 8h às 17h, com aulas práticas e teóricas para o manuseio da máquina.
Com informações do Husm-UFMS