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Hospital Ebserh/MEC no Pará dispõe de exame para identificar a Fibrose Cística
A fibrose cística pode se manifestar em vários órgãos
Belém (PA) – De que forma sintomas comuns como tosse frequente, dificuldade de ganhar peso, diarreia e suor salgado, normalmente ligados a outras enfermidades, podem ser associados e identificados quando há a suspeita de uma doença genética como a fibrose cística? Por meio do teste do cloreto do suor, realizado no Complexo Hospitalar da Universidade Federal do Pará (CH-UFPA/Ebserh/MEC), referência estadual no tratamento da fibrose cística, os usuários podem analisar a suspeita ou a presença da doença e, caso necessário, dispor de tratamento da fibrose cística no hospital.
“A fibrose cística é a doença genética mais frequente da infância. É uma doença sistêmica. Ela afeta as glândulas exócrinas e pode comprometer as vias respiratórias e o sistema digestivo. Essa doença pode ocasionar danos desde os pulmões e seios da face e até do intestino da pessoa”, explica a Dra. Valéria Martins, coordenadora do Ambulatório de Fibrose Cística do Hospital Universitário João de Barros Barreto, que integra o CH-UFPA.
O gene defeituoso faz com que o corpo do paciente doente produza muco mais espesso que o normal, que pode obstruir o ducto do pâncreas, comprometendo a digestão e absorção dos nutrientes. Em razão disso, o paciente pode ter complicações intestinais e dificuldade de ganhar peso. Com o tempo, algumas pessoas com a doença podem apresentar baixa estatura, pancreatite e, em casos mais graves, desenvolver a diabetes ou a cirrose biliar hepática.
No hospital Barros Barreto, o teste do suor pode ser aplicado para o público infantil e adulto. “Atendemos crianças de vários locais. Já atendi uma criança indígena que veio lá da divisa do Tocantins. Nossa prioridade é que as pessoas com suspeita façam o teste, porque ele é de difícil acesso, tem alto custo. E o Hospital Barros Barreto é o coração desse tipo de exame”, ressalta a técnica de enfermagem, Letícia Martins dos Santos.
Os pacientes com o diagnóstico de fibrose cística podem ter o acompanhamento multidisciplinar da equipe composta por pediatra, psicóloga, nutricionista, assistente social, fisioterapeuta, farmacêutica, enfermeira, cardiologista e endocrinologista.
Segundo dados do Ministério da Saúde, a doença afeta cerca de 70 mil pessoas no mundo. A depender do tipo de mutação genética, a fibrose cística varia na intensidade e pode afetar órgãos distintos dos pacientes. Parte do tratamento oferecido no HU tem base na reposição de vitaminas, de enzimas, e uso de nebulizações com soro fisiológico.
Para a prevenção da doença, é importante estar atento aos sintomas. Segundo Valéria, “alguns pacientes podem chegar a óbito por pneumonia de repetição sem serem identificados, objetivamente, como uma ocorrência de fibrose cística”, alertando acerca da possibilidade de subnotificação do diagnóstico da doença. “É necessário também estar atento e realizar o teste do pezinho nos recém-nascidos e acompanhar esse resultado. Além de testes genéticos para identificar essa e outras doenças que estagnam o desenvolvimento da criança”, complementa a médica.
Com informações do HUJBB-UFPA/Ebserh/MEC