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ESTUDO REFORÇA MAIS
Hospital da Rede Ebserh no ES lidera pesquisa para medir efetividade da quarta dose de vacina contra covid-19 em idosos
A hipótese do estudo é que idosos que receberem a segunda dose de reforço terão menor taxa de incidência de hospitalizações e morte
Vitória (ES) – O Centro de Pesquisa Clínica do Hospital Universitário Cassiano Antônio Moraes, da Universidade Federal do Espírito Santo e da Rede Ebserh (Hucam-Ufes/Ebserh), por meio do Instituto Capixaba de Ensino, Pesquisa e Inovação (ICPEi), com o apoio do Ministério da Saúde (MS), da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e da Secretaria Municipal de Saúde de Cariacica iniciam estudo para medir a efetividade, imunogenicidade e segurança da segunda dose de reforço (quarta dose) da vacina contra a COVID-19 em idosos: Estudo Reforça Mais (Plus Booster).
Imunogenicidade é a capacidade que uma vacina tem de gerar uma resposta imune (anticorpos neutralizantes e células de defesa) e fazer com que uma pessoa fique protegida contra o vírus. Já a efetividade é a capacidade de a vacina reduzir o número de infecções, hospitalizações e mortes em comparação com o público que não tomou a dose.
Para o estudo da efetividade serão analisados dados de idosos de ambos os sexos com idade igual ou maior do que 60 anos, moradores no Espírito Santo. Estima-se 490 mil os idosos elegíveis com 60 anos ou mais, em todo o Estado para o estudo da efetividade.
Por sua vez, a resposta da vacina para a produção de anticorpos neutralizantes e células de defesa será avaliada numa subamostra de 240 pessoas maiores de 60 anos, que voluntariamente quiserem participar, com coletas de sangue ao longo de um ano. As vagas para participar desse grupo serão abertas na plataforma www.vacinaeconfia.es.gov.br, basta ao candidato selecionar a Unidade de Saúde de Itaquari, em Cariacica, para a vacinação. Essa resposta será comparada com a de imunossuprimidos.
“A hipótese do estudo é que idosos que receberem a segunda dose de reforço terão menor taxa de incidência de hospitalizações e morte do que aqueles que receberam apenas o esquema primário, e que a resposta imune humoral e celular dos idosos seja semelhante à dos imunossuprimidos”, informou a coordenadora do estudo, a médica Valéria Valim.
Os participantes deste estudo terão como benefício saber se a resposta da segunda dose de reforço da vacina contra o vírus Sars-CoV-2 induziu produção de anticorpos neutralizantes. Além disso, ao participarem da coleta seriada de amostras sanguíneas, terão informação precisa e segura sobre a manutenção, ao longo do tempo, destes anticorpos. Os participantes terão acompanhamento para efeitos adversos.
Evidências que levaram ao estudo
A disseminação da variante Ômicron e o consequente aumento exponencial da transmissão e de casos identificados da Covid-19 resultou em aumento na taxa de mortalidade em idosos, mesmo com vacinação completa, com 3 doses.
No Espírito Santo, foi observada mortalidade 35 vezes maior em idosos com três doses do que em não idosos com duas doses.
Em Israel, a aplicação da quarta dose em idosos, reduziu em quatro vezes a infecção por doença grave, conforme estudo publicado recentemente.
Baseado nesses dados, em Botucatu e no Espírito Santo, as secretarias de saúde emitiram nota técnica e adotaram a quarta dose em idosos para proteger essa população vulnerável, semelhante ao que já havia sido preconizado para imunossuprimidos.
Com informações do Hucam-Ufes/Ebserh