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Ambulatório Neurocovid
Hospital da Rede Ebserh no CE recebe pacientes com alterações neurológicas provocadas pela variante Ômicron
Espaço já registrou 209 atendimentos e está recebendo, neste momento, pessoas que testaram positivo a partir de dezembro de 2021
Fortaleza (CE) – Após ter covid-19 em maio de 2020, Rayanne Rodrigues, 30 anos, começou a perceber mudanças no seu corpo e mente. Queda de cabelo, desatenção, esquecimento e medo intenso. Ela é uma das pacientes acompanhadas pelo Ambulatório Neurocovid do Hospital Universitário Walter Cantídio (HUWC), do Complexo Hospitalar da UFC/Ebserh (CH-UFC), criado em julho de 2020 para investigar possíveis alterações neurológicas provocadas pelo vírus. O Ambulatório já registrou 209 atendimentos e está recebendo, neste momento, pessoas que testaram positivo a partir de dezembro de 2021, período de aumento de infecção pela variante Ômicron, para acompanhamento ambulatorial e de pesquisa. É necessária a apresentação do teste positivo realizado no período da infecção.
O neurologista Pedro Braga, coordenador do Ambulatório, explica que a doença pode atingir diferentes sistemas do nosso corpo, incluindo o sistema nervoso. Isso pode causar, mesmo após o período de presença do vírus no organismo, a redução do paladar, dor de cabeça, dores musculares, dificuldades em movimentos do corpo e distúrbios do sono. Alguns desses sintomas podem permanecer por um período indeterminado, o que gerou um novo termo médico chamado de “Covid Longo”.
Na ocasião da consulta, são observadas essas ocorrências e feita uma avaliação detalhada da memória e das funções cognitivas, segundo esclarece o médico neurologista Wagner Tavares. Também pode ser realizada coleta de exame de sangue, caso o paciente autorize, para uma pesquisa aprofundada sobre alguma possível mutação genética que sinalize risco de Alzheimer, doença neurológica que provoca, entre outras coisas, esquecimento e irritabilidade.
No caso de Rayanne Rodrigues, os principais sintomas após a covid-19 foram percebidos em sua memória e concentração, além de uma ansiedade acentuada. “Eu não conseguia ter atenção plena nas tarefas que fazia. Eu lia em média dois livros por mês e, depois da doença, não conseguia ler um livro completo porque começava e não conseguia focar”, relatou. Ela começou o tratamento para o Transtorno de Ansiedade Generalizado (TAG) com consultas e medicação em fevereiro de 2021 e permanece sendo cuidada pelo Ambulatório. “Sinto uma melhora absurda. Costumo dizer que eu sou uma Rayanne antes e depois do tratamento. Hoje já consigo viver melhor”, contou.
O CH-UFC faz parte da Rede Ebserh desde novembro de 2013. Saiba mais sobre a Rede Ebserh.
Com informações do CH-UFC/Ebserh