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PIONEIRISMO
Hospital da Rede Ebserh/MEC é a primeira unidade pública da PB a realizar transplante de córnea
João Pessoa (PB) – “A emoção é grande por saber que vou voltar a enxergar. Não tenho como explicar. É um milagre!”. Essas foram as palavras emocionadas de Jéssica Samara Pessoa, de 31 anos, paciente beneficiada com transplante de córnea que estava há mais de dois anos na fila de espera. Jéssica foi operada no Hospital Universitário Lauro Wanderley (HULW-UFPB), filiado à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), nesta segunda-feira, 6. A Ebserh é vinculada ao Ministério da Educação (MEC) e responsável pela gestão de 41 hospitais universitários federais em todo o país.
De acordo com o superintendente, Marcelo Tissiani, este é o primeiro transplante da história da unidade hospitalar, marcando o ainda o HULW como primeiro hospital público da Paraíba a realizar transplante de córnea. “Somos referência em alta complexidade no estado e, com a inclusão dos novos procedimentos, iremos não apenas melhorar a assistência, mas também fomentar o ensino e a pesquisa, capacitando recursos humanos para que novos serviços sejam implantados”, destacou o gestor.
A cirurgia durou cerca de uma hora e foi um sucesso. No mesmo dia, Jéssica recebeu alta para seguir com o processo de recuperação em casa. “Essa é uma nova história para o HULW, pois é o primeiro transplante realizado aqui, e para a minha vida. Perdi a visão de um dos olhos há seis anos e, com a cirurgia, a expectativa é de vida nova. Quando ligaram para mim, corri para fazer os exames”, confessou Jéssica, diagnosticada com ceratocone, doença hereditária que altera a estrutura da córnea (formato de cone) e compromete a visão.
O transplante foi realizado pela equipe da Unidade de Oftalmologia sob coordenação da médica oftalmologista Camila Gadelha. “A cirurgia teve duração de aproximadamente 60 minutos e o paciente tem uma recuperação rápida. Iremos beneficiar pacientes com deficiência visual, portadores de patologias na córnea como ceratocone, distrofias e úlceras. Vamos reabilitá-los com o transplante de córnea, capaz de devolver a visão e promover melhor qualidade de vida a esses indivíduos”, explicou.
Segundo dados da Central de Transplantes, 2022 fechou com uma fila de 256 pessoas aguardando uma córnea. Na Paraíba, a doação pode ser de órgãos (coração, fígado e rim) ou de tecidos (córneas), e ocorre apenas por meio da autorização da família. Os órgãos doados são destinados a pacientes que aguardam em uma lista única, definida pela Central de Transplantes da Secretaria de Estado da Saúde, controlada pelo Sistema Nacional de Transplantes (SNT), e coordenado pelo Ministério da Saúde.
Com informações do HULW-UFPB/Ebserh