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Qualidade de vida
Hospital da Rede Ebserh em São Luís (MA) realiza 28 cirurgias de escoliose durante mutirão
O mutirão contou de quatro salas de cirurgias e a participação de mais de 150 profissionais do HU-UFMA/Ebserh e 28 profissionais de outros estados
São Luís (MA) – A menina LS, de 15 anos, tinha vergonha do próprio corpo. A adolescente de um município localizado a mais de 400 km de distância de São Luís sofria com a escoliose, um tipo de deformidade da coluna vertebral que pode trazer sequelas irreversíveis para alguns órgãos e sistemas e deixa desnivelamento nas costas. Ela foi uma das pacientes submetidas à cirurgia para corrigir o problema.
Pensando em minimizar o cenário de atrasos em procedimentos eletivos por conta da pandemia do Covid-19, o Hospital Universitário da Universidade Federal do Maranhão (HU-UFMA), vinculado a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), encerrou, nesta quinta-feira, 4, a segunda fase do Mutirão de Escoliose com a cirurgia de 28 pacientes entre 9 e 24 anos.
LS estava na fila desde o início do ano passado. Com um jeito doce e tímido, ela relatou a felicidade do momento. “Eu tinha vergonha, só usava blusas folgadas e o cabelo por cima para disfarçar. Hoje estou feliz com o resultado. Estou me recuperando bem”. Segundo sua tia, que a acompanha desde o início do seu tratamento “a ‘ficha’ da Leandra ainda não caiu direito, mas graças a Deus deu tudo certo. Fomos muito bem acolhidos, todos muito atenciosos. Estamos só aguardando a alta agora” finalizou.
O mutirão, que já está na sua segunda edição, foi iniciado na última segunda-feira, 1º, e contou com a logística de quatro salas de cirurgias e a participação de mais de 150 profissionais do HU-UFMA distribuídos no pré, trans e pós-operatório, além de 28 profissionais de outros estados. Ele foi realizado em parceria com o Brazilian Spine Study Group (BSSG) e o apoio de uma empresa de tecnologia médica, que doou os implantes utilizados nos procedimentos.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a escoliose atinge mais de seis milhões de brasileiros, sendo mais frequente no sexo feminino. A escoliose pode trazer sequelas no cardiorrespiratório e no neurológico, quando não tratadas em tempo hábil. Tem como características os ombros desnivelados, cintura assimétrica e é comum um lado das costas ficar mais alto do que o outro quando se inclina o ombro para a frente. A intervenção cirúrgica ajuda a corrigir e impedir a progressão da deformidade, que pode acometer crianças e adolescentes na fase pré-puberal (período entre o final do terceiro ano até o início da puberdade).
Entre os dias 11 e 12 de dezembro, foi realizada uma triagem com 50 pacientes que aguardavam na fila do hospital para fazer essa cirurgia. Destes, 24 foram selecionados após avaliação das condições clínicas para a devida indicação do tratamento cirúrgico. Logo depois, conseguiram aumentar a meta e o número chegou a 30 pacientes aptos para realizar o procedimento. Além da redução da fila por conta das suspensões das cirurgias eletivas durante a pandemia, o mutirão também proporciona aos residentes uma oportunidade a mais de aliar teoria e prática, tão essenciais para a formação profissional.
A superintendente do HU-UFMA/Ebserh, Joyce Santos Lages, destacou a felicidade da equipe do hospital em poder fazer parte dessa ação. “O sentimento é de grande alegria, pois a ação propicia não só a assistência de pessoas com o foco na melhoria da qualidade de vida, como também a nossa principal missão que é o ensino, pois possibilitou o treinamento da equipe, a troca de experiências, enriquecendo o aprendizado. ”
O médico ortopedista (SP) e membro do BSSG, Raphael Pratali, ressalta o sucesso das cirurgias e o benefício para todos os envolvidos. “Hoje estamos encerrando o segundo mutirão, conseguindo atingir o número de 28 cirurgias. Tudo foi um sucesso, todas as cirurgias ocorreram bem, não tivemos nenhuma complicação e acreditamos que isso terá muitos benefícios, tanto para os pacientes operados, que conseguiram realizar um sonho, assim como para toda a equipe, para os cirurgiões de fora que vieram acompanhar as cirurgias, para a equipe local, para os residentes pela experiência em cirurgias complexas como essa. Aproveitar para deixar meu agradecimento a toda a administração do hospital por termos sido muito bem acolhidos. Sem essa forte parceria, nada teria sido possível”.
A ação só foi possível pelo empenho e disponibilidade de toda a equipe multiprofissional do HU-UFMA/ebserh, que não mediu esforços para que tudo acontecesse da melhor forma, desde a triagem com a avaliação médica, psicológica e também do serviço social, além de todo o suporte dos recursos diagnósticos como os exames de imagem, do centro cirúrgico e do pós-cirúrgico.
Sobre a Rede Ebserh
Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) foi criada em 2011 e, atualmente, administra 40 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência.
Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS), e, principalmente, apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas. Devido a essa natureza educacional, os hospitais universitários são campos de formação de profissionais de saúde. Com isso, a Rede Ebserh atua de forma complementar ao SUS, não sendo responsável pela totalidade dos atendimentos de saúde do país.
Com informações do HU-UFMA/Ebserh