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Hospital da Rede Ebserh em São Carlos (SP) realiza estudo sobre Infecções Sexualmente Transmissíveis com uso de teste molecular rápido
O estudo deve se estender até 2025 com objetivo de investigar, diagnosticar corretamente e promover o tratamento adequado. Imagem ilustrativa: freepik
São Carlos (SP) – O Hospital Universitário da Universidade Federal de São Carlos (HU-UFSCar), vinculado à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), realiza um estudo de coortes em adultos com sintomas de Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs) por meio do uso de testes moleculares rápidos. O projeto permite que o paciente receba o diagnóstico correto e o tratamento adequado. A investigação abrange pessoas com sintomas, a exemplo de uretrites e proctites.
A primeira inclusão de pacientes aconteceu em outubro de 2023 e o projeto conta, até o momento, com oito pessoas, sendo que a meta é incluir aproximadamente 24 indivíduos. O estudo deve se estender até 2025 com objetivo de investigar, diagnosticar corretamente e promover o tratamento adequado. “O projeto permite que sejam feitos, no próprio hospital, teste molecular para diagnóstico de agentes como a gonorreia e a clamídia, e envolve tecnologia com alta sensibilidade diagnóstica, permitindo um tratamento mais direcionado para o paciente”, frisou a estudante e autora do projeto, Alessa Vitorini Santos.
Alessa explica que, de início, a finalidade do estudo era identificar pessoas com suspeita clínica de monkeypox, ou seja, aquelas com lesões de pele e/ou mucosa típicas da doença; ou ainda com proctite ou edema peniano. “Inicialmente, procuraríamos apenas monkeypox. No entanto, conseguimos estruturar para procurar todas as causas de uretrite, havendo mais benefício para os participantes da pesquisa. Para gonorreia e clamídia, o paciente já sai com o resultado e o tratamento na mão, pois o teste rápido molecular sai em 90 minutos. Serão tratadas todas as etiologias”, destacou a professora Sigrid de Sousa, orientadora do projeto.
A uretrite e a proctite podem ser causadas por infecção por gonococo (gonorreia), clamídia, micoplasmas, ureaplasmas, triconomas e, eventualmente, monkeypox. Segundo Alessa, a monkeypox é uma zoonose causada por um vírus que causa surtos no Continente Africano. “Em 2022, foi identificada em vários outros países, surgindo preocupação ao redor do mundo. Porém, o número de casos no Brasil caiu significativamente, fato que nos fez questionar se a doença foi controlada de fato ou se apenas passou a ter outras características clínicas a ponto de não ser mais identificada como monkeypox. Dessa forma, pensamos na realização do diagnóstico diferencial com outros agentes causadores de sintomas semelhantes por meio de um método sensível, como testes moleculares”, detalhou.
Além da estudante Alessa e da orientadora Sigrid, integram o projeto: o bioquímico Anderson Ferreira da Cunha; a enfermeira Bárbara Martins Lima; a biomédica Renata dos Santos Batista Reis Woloszynek; o biólogo Roberto Augusto Silva Molina; a farmacêutica bioquímica Ilana Lopes Camargo; e o biólogo Paulo Inácio da Costa.
Sobre a Ebserh
O Hospital Universitário da UFSCar faz parte da Rede Ebserh desde 2014. Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 45 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.
Por Jacqueline Santos
Coordenadoria de Comunicação Social/Ebserh