Notícias
SAÚDE PÚBLICA
Hospital da Rede Ebserh em Santa Maria (RS) é referência no acompanhamento do recém-nascido exposto à sífilis
A sífilis durante a gestação pode causar complicações para o feto, como aborto, parto prematuro, malformações, surdez, cegueira e até morte ao nascer
Santa Maria (RS) – A Unidade de Saúde da Mulher do Hospital Universitário de Santa Maria, da Universidade Federal de Santa Maria (HUSM-UFSM), vinculado à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), destaca a importância do diagnóstico precoce de gestantes com sífilis. O HUSM é referência para gestação de alto risco na 4ª Coordenadoria Regional de Saúde do Rio Grande do Sul, abrangendo 33 municípios. O Hospital atende pacientes por demanda espontânea e por encaminhamento de unidades básicas de saúde e outros hospitais, mantendo-se como pronto socorro obstétrico de porta aberta via Sistema Único de Saúde (SUS).
De acordo com o Ministério da Saúde, a sífilis, uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST), pode ser passada para o feto durante a gestação, resultando na sífilis congênita. A Atenção Primária de Saúde oferece atendimento para gestantes diagnosticadas com essa condição, visando prevenir complicações sérias para a saúde do bebê, tais como malformações, deficiência mental e até mesmo a morte. O diagnóstico pode ser feito por meio do teste rápido (TR), disponível no SUS, pelas Unidades Básicas de Saúde (UBS) ou Centros de Testagem e Aconselhamento (CTA). Em caso de resultado positivo para sífilis no TR, deve ser realizado um teste laboratorial para confirmação.
“É muito importante que as gestantes compareçam às consultas do pré-natal, com objetivo de diagnóstico precoce e receber orientações de prevenção de doenças sexualmente transmissíveis, que podem trazer risco à vida da mãe e do bebê. Caso seja classificada como gestação de alto risco, essa mulher fará o acompanhamento no HUSM compartilhado com a Atenção Primária de Saúde”, explica a chefe da Unidade de Saúde da Mulher e enfermeira, Jacqueline de Quadros.
As crianças expostas à sífilis também devem ser cuidadosamente avaliadas, mesmo que a mãe tenha sido tratada durante a gestação, a fim de descartar a possibilidade de sífilis congênita. A investigação de sífilis congênita deve acontecer não apenas no momento do parto. Mas, também, no acompanhamento das crianças antes da alta hospitalar, quando é realizada a avaliação laboratorial, punção lombar para avaliação do líquor e radiologia dos ossos longos.
Após a alta da Maternidade do HUSM, as crianças expostas à sífilis ou com sífilis congênita recebem acompanhamento no Ambulatório de Infectopediatria do Hospital, conforme avaliação de cada caso, e na Atenção Primária, durante consultas de puericultura de rotina.
Ministério da Saúde recomenda testes para gestantes em três momentos
O Ministério da Saúde recomenda que as mulheres grávidas realizem o teste em pelo menos três momentos distintos: no primeiro trimestre, no terceiro trimestre e no momento do parto ou em casos de aborto. Caso o resultado seja positivo, o tratamento deve ser iniciado o mais rápido possível e realizado de forma adequada, visando evitar a transmissão ou complicações no feto.
“Além disso, as parcerias sexuais da gestante devem ser testadas e, em caso positivo, tratadas e acompanhadas na atenção primária (postos de saúde), com o objetivo de prevenir a reinfecção”, afirma Jacqueline.
É importante ressaltar que a maioria dos bebês com sífilis congênita não apresenta sintomas ao nascer, mas as manifestações clínicas podem surgir nos primeiros três meses ou até mesmo após os dois anos de vida da criança, incluindo: surdez, cegueira, alterações ósseas e deficiência mental.
Sobre a Ebserh
O HUSM-UFSM faz parte da Rede Ebserh desde 2013. Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 41 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.
Por Andreia Pires, com contribuição de Mariângela Correa e revisão de Danielle Campos
Coordenadoria de Comunicação Social/Ebserh