Hospital da Rede Ebserh em Pelotas (RS) inicia programa piloto para diagnóstico precoce e tratamento do câncer de mama

Pelotas (RS) – O Hospital Escola da Universidade Federal de Pelotas (HE-UFPel), vinculado à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), está implementado o programa piloto “Mama Flash” para agilizar o diagnóstico precoce e tratamento do câncer de mama. A iniciativa faz parte das ações do Outubro Rosa e visa reduzir o tempo de espera por exames e cirurgias no Sistema Único de Saúde (SUS).

O câncer de mama é o tipo mais comum entre as mulheres no Brasil e no mundo, excluindo-se os tumores de pele não melanoma. Conforme o Instituto Nacional de Câncer (Inca), a estimativa para o biênio 2023-2025 é de 73.610 novos casos de câncer de mama por ano no Brasil, com uma taxa de incidência de 66,54 casos para cada 100 mil mulheres. A detecção precoce aumenta as chances de cura em até 95%.

O “Mama Flash” foi idealizado para atender mulheres com suspeita ou diagnóstico de câncer de mama, oferecendo rapidez na realização de exames e, principalmente, do tratamento. A gerente de Atenção à Saúde substituta do HE-UFPel, Patrícia Noguez, explicou: “Nosso objetivo é acolher essas mulheres e garantir agilidade no diagnóstico e no tratamento. A ideia é diminuir o tempo de espera e garantir que as pacientes com câncer de mama tenham acesso ao cuidado adequado no tempo certo”.

A chefe da Unidade de Oncologia (UONC) do HE-UFPel, Cristiane Petrarca, destacou a importância do diagnóstico precoce e seu impacto na sobrevida das pacientes. “Estudos mostram que, no Brasil, há uma diferença significativa entre o prognóstico de mulheres atendidas no sistema público e no privado. O ‘Mama Flash’ busca corrigir essa disparidade, garantindo que todas as pacientes tenham acesso ao diagnóstico precoce, independentemente do sistema de saúde ao qual pertencem”, disse.

Celeridade no diagnóstico e no tratamento

O HE-UFPel é um dos principais centros de atendimento oncológico de Pelotas e região e, por meio do Mama Flash, pretende implementar um fluxo de atendimento contínuo e eficiente, capaz de oferecer às mulheres o rápido diagnóstico e o tratamento adequado. Nesse sentido, Cristiane relatou que, no cotidiano da UONC, é comum que pacientes cheguem com um câncer de mama em estágio avançado, geralmente, em virtude da demora no diagnóstico. “Infelizmente, vemos pacientes que fizeram uma mamografia há dois anos e só agora recebem um diagnóstico de tumor, quando ele já está mais avançado. Isso acontece porque, após o exame, muitos aguardam por meses o agendamento de um ultrassom ou a consulta de retorno no Posto ou o encaminhamento para o mastologista ou a realização de uma biópsia e seu resultado. Toda essa espera atrasa o início do tratamento”.

O “Mama Flash” visa reverter esse quadro, agilizando os exames e encaminhamentos necessários para o tratamento começar quanto antes. “Queremos que essas pacientes tenham a oportunidade de serem diagnosticadas em estágios iniciais da doença, quando a chance de cura é muito maior”, destacou a chefe da UONC. Vale ressaltar que o objetivo é que o “Mama Flash” torne-se um programa permanente e, assim, possa mudar a realidade de muitas mulheres.

O programa piloto está sendo desenvolvido com a participação de várias áreas do HE-UFPel, incluindo os serviços de Apoio Diagnóstico e de Patologia, Bloco Cirúrgico, Oncologia e Núcleo de Regulação Interna (NIR). A integração entre essas equipes é essencial para garantir a agilidade do processo, como explicou Cristiane: “Com este fluxo bem desenhado e construído, aproveitando os recursos (humanos, financeiros e materiais) existentes, mas com uma grande organização e interesse de que funcione bem, o HE-UFPel busca mudar a história da doença do câncer de mama para as pacientes atendidas”. A Gestão do HE-UFPel e a Regulação da Secretaria Municipal de Saúde de Pelotas também estão envolvidas no projeto, garantindo o suporte necessário para sua implementação.

Sobre a Ebserh

O HE-UFPel faz parte da Rede Ebserh desde 2014. Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 45 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação. 

Por Andreia Pires

Coordenadoria de Comunicação Social/Ebserh