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SOS Mulher
Hospital da Rede Ebserh em Niterói é referência no atendimento a mulheres vítimas de violência
Em abril, o número de denúncias cresceu 35% no Brasil, em comparação ao mesmo período de 2019
Niterói (RJ) – Agosto Lilás é o Mês de Combate à Violência Contra a Mulher. Nesse contexto, programas de apoio e atendimento às mulheres se mostram fundamentais, ainda mais no atual contexto: o estado do Rio de Janeiro registrou aumento de 50% no número de casos no primeiro mês de isolamento social da pandemia de Covid-19. O Hospital Universitário Antônio Pedro, da Universidade Federal Fluminense e vinculado à Rede Ebserh (Huap-UFF/Ebserh) é referência no atendimento a mulheres que sofreram algum tipo de violência, contando, desde 2002, com o SOS Mulher, que faz também o acompanhamento das vítimas.
O programa é apoiado pela Pró-reitoria de Extensão da UFF e vinculado a uma política pública do Governo Federal. O fluxo do atendimento é por demanda espontânea da mulher ou por encaminhamento de alguma outra instituição, como a Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam), por exemplo. Hoje, não é uma condição que a mulher seja referenciada para que possa ser atendida. Caso tenha conhecimento do programa, pode buscar o hospital. Segundo a assistente social do Haup, Leila Guidoreni, o SOS Mulher atende mulheres que sofreram qualquer tipo de violência, seja ela sexual ou doméstica:
“Pelo perfil do Antônio Pedro, a demanda maior é de violência sexual, que são os casos de estupro. Hoje, a mulher chega, faz o boletim na emergência e dali mesmo é direcionada para o local de atendimento, onde é acolhida pela equipe multiprofissional, que envolve assistentes sociais, psicólogos, enfermeiros, ginecologistas e farmacêuticos. Por conta do protocolo de violência sexual, logo os exames específicos e as medicações são iniciadas. Não há horário de atendimento certo, porque violência não tem hora para acontecer. A mulher pode chegar a qualquer momento e é recebida”.
É essencial que as mulheres que sofrem alguma situação que envolva violência saibam para onde ir, não sendo julgadas, mas sim acolhidas de maneira humanizada. No caso do Huap, a vítima terá uma equipe profissional junto com ela, desenvolvendo com toda competência possível esse atendimento. O acompanhamento da mulher é uma das partes mais importantes nesse processo de acolhimento. De acordo com a assistente social, o atendimento do SOS Mulher não termina no emergencial, há uma continuidade seguindo todos os protocolos do Ministério da Saúde:
“Nós tentamos fazer esse acolhimento da melhor forma possível, focando, principalmente, na não culpabilização. Porque a maioria vem com muita culpa, até por uma questão cultural e estrutural. Então, a equipe multiprofissional trabalha justamente a parte mental e de autonomia. Essa mulher fica vinculada conosco até oficialmente ter alta. Existe uma norma técnica de atendimento que seguimos, mas isso não quer dizer que ela não possa continuar no programa. É a mulher que define quando romper o vínculo, ou seja, ela permanece sendo assistida se assim for o seu desejo.
A ideia do Agosto Lilás é trazer à tona a questão da violência contra a mulher. Em 2020, a conscientização se torna ainda mais importante considerando o cenário de pandemia de coronavírus. Em abril, o número de denúncias cresceu 35% no Brasil, em comparação ao mesmo período de 2019. Em relatório divulgado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública em junho, as situações de feminicídio cresceram 22,2% em 12 estados do país.
Contatos para atendimento em caso de violência sofrida pela mulher:
SOS Mulher (HUAP): (21) 2629-9073
DEAM Niterói: (21) 2717-0558/0669/0900
CEAM (Centro Especializado de Atendimento à Mulher de Niterói): (21) 2719-3047
Disque Denúncia: (21) 2253-1177
Sobre a Rede Ebserh
Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) foi criada em 2011 e, atualmente, administra 40 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência.
Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS), e, principalmente, apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas.
Devido a essa natureza educacional, os hospitais universitários são campos de formação de profissionais de saúde. Com isso, a Rede Ebserh atua de forma complementar ao SUS, não sendo responsável pela totalidade dos atendimentos de saúde do país.
Com informações do Huap-UFF