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Hospital da Rede Ebserh em GO produz equipamentos para a prevenção de lesões em pacientes internados na UTI
Coxins são confeccionados com espuma de boa densidade, juntamente com espuma piramidal (caixa de ovo), encapadas com tecido que permite uma higienização adequada
Goiânia (GO) – A Covid-19 pode desencadear várias complicações, incluindo sepse e síndrome do desconforto respiratório agudo (SDRA), levando à internação em Unidade de Terapia Intensiva (UTI). A internação, nestes casos, acaba sendo mais prolongada, aumentando a possibilidade de surgir lesões por pressão, popularmente conhecidas por escaras, as quais podem ocorrer com frequência nas UTIs devido a vulnerabilidades dos pacientes críticos, ao uso de sedativos, suporte ventilatório e drogas vasoativas e pelas restrições de movimentos por período prolongado e instabilidade hemodinâmica.
Pensando nisso, uma equipe de Terapeutas Ocupacionais da Unidade de Terapia Intensiva do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás e vinculado à Rede Ebserh (HC-UFG/Ebserh) está confeccionando coxins para melhor posicionar e acomodar os pacientes internados. A iniciativa foi da terapeuta ocupacional Patrícia Silva e teve o apoio do seu colega Luciano Rodrigues. “Os coxins são almofadas utilizadas em pacientes acamados para melhorar o posicionamento, evitar as lesões por pressão e reduzir o risco de edemas”, afirma Patrícia. As lesões por pressão são feridas causadas devido à pressão constante em pontos com proeminências ósseas que ficam em contato com a superfície, podendo ser superficiais ou profundas.
Segundo a terapeuta ocupacional, os coxins são confeccionados com espuma D-28 ou D-33, de boa densidade, juntamente com espuma piramidal (caixa de ovo), encapadas com tecido Courvin, que permite uma higienização adequada. Todos os materiais foram produzidos pelos próprios profissionais. A confecção teve início no mês de julho e, até o momento, já produziram 18 coxins de posicionamento para uso nas UTIs adulto (médica e cirúrgica) do HC-UFG. Destes, nove são destinados às manobras de pronação, realizadas em pacientes com Covid-19.
“A manobra de pronação (decúbito ventral) é utilizada em pacientes com confirmação de Covid-19, recomendada para pacientes que sofrem de Síndrome do Desconforto Respiratório Agudo (SDRA) e tem por objetivo melhorar a hipoxemia do paciente com Covid-19”, afirma Patrícia Silva. Alguns destes coxins possuem encaixes para as mamas e genitálias. “Os encaixes são feitos para melhorar o conforto destes pacientes e para prevenir as Lesões por Pressão (LPP), já que eles passam até 16 horas em decúbito ventral”, afirma Patrícia.
Atuação da Rede Ebserh
Além do apoio ao ensino, formação e capacitação das equipes assistenciais, a Rede Ebserh implementou o Comitê de Operações Especiais (COE) para definir estratégias e ações em nível nacional para o enfrentamento da pandemia. Desde os primeiros anúncios sobre a Covid-19, a Rede Ebserh tem trabalhado em parceria direta com os ministérios da Saúde e da Educação, com participação nos COEs desses órgãos, e tendo como diretrizes o monitoramento da situação no país e em suas 40 unidades hospitalares.
Tem atuado na realização de treinamento de funcionários da Rede, promoção de webaulas, definição de fluxos e instituição de câmaras técnicas de discussões com especialistas. Promoveu processos seletivos emergenciais com a possibilidade de contratação de aproximadamente 6 mil profissionais temporários para o enfrentamento da pandemia
Também disponibilizou R$ 274 milhões para ações contra o coronavírus, recursos do Ministério da Educação (MEC) liberados pela Ebserh de acordo com a necessidade e urgência de cada unidade hospitalar. A verba está sendo utilizada em adequação da infraestrutura, aquisição e manutenção de equipamentos, compra de medicamentos e outros insumos, além de equipamentos de proteção individual.
Em algumas regiões, as unidades da Rede Ebserh têm atuado como hospitais de referência ao enfrentamento do Covid-19, enquanto que em outras, atuam como retaguarda em atendimentos assistenciais para a população, por meio do Sistema Único de Saúde.
Com informações do HC-UFG/Ebserh