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SAÚDE DIGITAL
Hospital da Rede Ebserh em BH participa de projeto que pode reduzir filas de consultas com especialistas no SUS
Iniciativa foi lançada durante o Tech Day e representa a união dos esforços de instituições de ensino com governos das três instâncias.
Belo Horizonte (MG) – Um dos grandes gargalos do Sistema único de Saúde (SUS) são as consultas com especialistas, mas uma ação em Minas Gerais envolvendo os governos federal e estadual, junto com universidades visa mudar este cenário. Trata-se do projeto “Incorporação de Teleconsultorias no Fluxo Assistencial do Atendimento Especializado no estado de Minas Gerais”, em que os profissionais da Atenção Primária à Saúde dos municípios poderão realizar a discussão de casos clínicos com professores das universidades executoras, qualificando o processo de compartilhamento do cuidado entre os pontos da rede de atenção à saúde.
Outros estados que aplicam o sistema conseguiram reduzir em até 70% das filas para consultas de especialidades médicas, segundo a literatura científica.
A iniciativa é financiada pelo Ministério da Saúde, por meio da Secretaria de Informação e Saúde Digital (SEIDIGI), coordenado pela Secretaria Estadual de Saúde (SES-MG) e executado pelos Núcleos de Telessaúde da Faculdade de Medicina da UFMG, do Hospital das Clínicas da UFMG (HC-UFMG), vinculado à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), e do Pólo da Fundação Educacional Lucas Machado (FELUMA).
O projeto foi lançado no dia 10 de julho durante o Tech Day, uma iniciativa da SES/MG, com o apoio do Ministério da Saúde, por meio da Secretaria de Informação e Saúde Digital (SEIDIGI) e do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (CONASS), que visa promover a integração e o compartilhamento sobre inovações tecnológicas aplicadas à gestão da Saúde Pública em Minas Gerais.
Entre as autoridades, estavam presentes a reitora da UFMG, Sandra Goulart Almeida; a secretaria de informação e saúde digital do Ministério da Saúde, Ana Estela Haddad; o secretário de estado de saúde de Minas Gerais, Fábio Baccherretti; e o presidente da Feluma, Wagner Ferreira.
A reitora da UFMG, Sandra Goulart Almeida, celebrou a união dos esforços de instituições de ensino com governos das três instâncias. “Sempre que formos chamados, atenderemos a sociedade. Ficamos muito felizes em poder apoiar as políticas públicas, em especial o SUS, já que nossos hospitais são 100% públicos. Podemos dizer que a UFMG é 100% SUS”, afirmou.
Para a chefe do E-Saúde do HC-UFMG/Ebserh, Maria Cristina da Paixão, "a teleconsultoria é uma estratégia que potencializa as ações de saúde na atenção primária e assume uma dupla finalidade: uma que é assistencial, pois auxilia o profissional da Atenção Básica através do especialista no manejo dos casos e outra que contribui para a formação desses profissionais que têm a oportunidade de aprimorar suas habilidades a partir do contato repetitivo com o especialista."
As teleconsultas entre profissionais da Atenção Primária em Saúde (APS) e os teleconsultores dos Núcleos de Telessaúde proporcionarão um manejo qualificado do usuário. “Com isso, espera-se que o projeto qualifique o compartilhamento do cuidado entre a APS e a atenção ambulatorial especializada, além de integrar os pontos de atenção da rede”, pontua Christina Nunes, Diretora de Políticas de Atenção Primária à Saúde da SES-MG.
Para a coordenadora do Núcleo de Telessaúde da Faculdade de Medicina da UFMG, professora Alaneir de Fatima dos Santos, o impacto social será sentido por usuários, profissionais e gestores. “Queremos aumentar a resolutividade da atenção primária. O SUS ganha muito com esse acesso qualificado”, explica.
Em um projeto piloto, no município de Betim, a resolutividade das teleconsultorias para geriatria, endocrinologia, reumatologia, pneumologia e hematologia foi alta. A fila de espera para primeira consulta nas especialidades caiu de 4.389 usuários para 793, sendo que 1.758 casos foram encaminhados para reavaliação da equipe com apoio das teleconsultorias e mantidos na unidade básica de saúde, e outros 1.838 saíram da fila após revisão administrativa.
O desenvolvimento do projeto se dará em etapas. Nesta primeira fase, foram priorizadas oito macrorregiões do estado, com foco na área materno-infantil, sendo posteriormente estendido para as outras regiões. “Além de acelerar o atendimento, as teleconsultorias vão qualificar enormemente o atendimento realizado pelos profissionais da atenção básica, pois cada discussão de caso com os professores é um processo de formação profissional”, acrescenta a professora.
Com o lançamento da iniciativa, serão ofertadas 16 especialidades prioritárias (além da materno-infantil). Dentre elas: ginecologia, endocrinologia, geriatria, pneumologia, nefrologia, obstetrícia, cardiologia, dermatologia, ortopedia, mastologia, pediatria, reumatologia, gastroenterologia, urologia e proctologia.
Serão 465 municípios nesta etapa, que foram definidos a partir de prioridades sanitárias e indicadores epidemiológicos levantados pela SES-MG. As equipes dos núcleos e pólo de telessaúde irão dividir as microrregiões, sendo que a Faculdade de Medicina da UFMG ficará com Belo Horizonte, Betim, Diamantina/Itamarandiba, Araçuaí, Serro, Manhuaçu e Viçosa.
Sobre a Ebserh
Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 45 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.
Com informações do Centro de Comunicação da Faculdade de Medicina da UFMG
Coordenadoria de Comunicação Social da Ebserh