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DEZEMBRO LARANJA
Hospitais da rede Ebserh realizam atendimentos especiais para investigação de câncer de pele
Hospitais da rede Ebserh promovem atendimento especial à população para diagnóstico do câncer de pele
Nesta matéria, você vai ver:
Atendimento será feito em pessoas com lesões suspeitas
Existem dois principais tipos de câncer de pele de acordo com sua localização
Iniciativas incluem educação em saúde e rastreio em populações mais vulneráveis à doença
Reduzir a exposição solar é a principal forma de evitar o câncer de pele
Brasília (DF) – Como atividade de prevenção e combate ao câncer de pele, o tipo de tumor mais prevalente na população brasileira, segundo o Ministério da Saúde, 16 hospitais vinculados à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), em diferentes estados do país, promoverão atendimentos especiais para diagnóstico precoce e encaminhamento para tratamento da doença. As ações de consultas dermatológicas para a população estarão concentradas neste sábado, dia 02 de dezembro, em reforço ao mês de conscientização a este problema, o Dezembro Laranja.
Atendimento será feito em pessoas com lesões suspeitas
As iniciativas têm como objetivo atender pessoas que possuam algum tipo de lesão na pele, como manchas, sinais com deformidades, coceira persistente, sangramentos, feridas e cicatrizes que não fecham (por mais de quatro semanas). Após a etapa de triagem realizada pela equipe de dermatologia de cada instituição e havendo suspeita de câncer, o usuário será encaminhado para acompanhamento e, caso haja indicação, também será direcionado ao tratamento cirúrgico, principal via terapêutica para combate ao tumor cutâneo.
Confira todos os hospitais Ebserh com atendimentos especiais nesta campanha aqui.
Existem dois principais tipos de câncer de pele de acordo com sua localização
O câncer de pele, conforme esclarece a dermatologista Cinthia Orasmo, do Hospital Universitário da Universidade Federal da Grande Dourados (HU-UFGD), no Mato Grosso do Sul, consiste numa multiplicação anormal das células. Existem dois tipos de classificação da doença a partir da sua localização. Um deles é o não melanoma, mais frequente na população, que se desenvolve na camada mais superficial da pele (epiderme), podendo atingir as células basais (na subcamada mais profunda da epiderme, chamado de carcinoma basocelular), ou as células mais superiores da pele (chamado de carcinoma espinocelular).
Já o melanoma, forma mais grave da doença, recebe este nome porque atinge os melanócitos, células responsáveis pela cor da pele. As alterações são percebidas nas manchas pigmentadas, quanto a sua assimetria, bordas, tonalidade, diâmetro (maior que seis milímetros) e histórico (se cresceu ou não com o tempo). O Instituto Nacional do Câncer (Inca) estima que, entre 2023 e 2025, a cada ano surjam mais de 220 mil casos de câncer de pele não melanoma, enquanto para o melanoma são esperados quase nove mil casos por ano.
Iniciativas incluem educação em saúde e rastreio em populações mais vulneráveis à doença
Durante este mês de dezembro e, especialmente nestas ações de campanha, os hospitais da Ebserh estarão reforçando essas informações sobre o câncer de pele. No HU-UFGD, o atendimento especial já aconteceu no dia 25 de novembro para melhor acomodar os pacientes, recebendo 186 pessoas por demanda espontânea. Destes, 61 foram encaminhados para cirurgias, que serão realizadas na mesma data que os atendimentos nos outros 15 hospitais da rede, em 02 dezembro, a exemplo do HUGG-Unirio que fará sua ação neste dia, das 09h às 15h, aberto ao público.
No HU-Unifap, na manhã deste sábado, será realizado o 1º Simpósio de Oncologia Cutânea do Amapá para profissionais de saúde e estudantes da graduação. À tarde, em parceria com a Secretaria de Estado de Pesca e Aquicultura do Amapá e a Liga Acadêmica de Dermatologia da Unifap, as consultas serão feitas com pescadores da região “para avaliação integral da pele à procura de pintas ou feridas suspeitas de câncer de pele, pelo fato de ser uma população intensamente exposta à radiação ultravioleta ao longo dos anos, com maior dificuldade de acesso aos serviços especializados de saúde, o que pode ser um fator de risco importante para o surgimento do câncer da pele”, explica a dermatologista Larissa Goes. Cerca de 50 trabalhadores vinculados às Cooperativas de Pescadores dos Municípios de Macapá e de Santana foram previamente cadastrados para este acesso e aqueles que apresentarem lesões suspeitas serão submetidos à biópsia cutânea. Os casos confirmados receberão tratamento cirúrgico no HU-Unifap.
Reduzir a exposição solar é a principal forma de evitar o câncer de pele
A exposição solar exagerada e desprotegida é a principal causa para o surgimento do câncer de pele, com outros motivos associados, como predisposição genética e circunstâncias de imunodepressão (baixa imunidade), explica o dermatologista Higor Lopes, do Hospital Universitário Gaffrée e Guinle, da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (HUGG-Unirio). “Estamos falando de um problema que sabemos a principal causa e como podemos preveni-lo. Precisamos estimular que as pessoas evitem a exposição exagerada ao sol e protejam a pele dos efeitos da radiação UV”, alerta o especialista. Como fatores de risco, além do histórico familiar deste câncer, as pessoas com pele mais clara e/ou com muitas pintas pelo corpo e com o histórico de já ter tido muitas queimaduras de sol durante a vida estão mais suscetíveis à doença.
O diagnóstico é realizado pelo dermatologista por meio de um exame clínico, com análise da lesão pelo dermatoscópio (aparelho com lente de aumento) e confirmado pela biópsia. O dermatologista Higor Lopes relata que cada caso é único e a conduta depende do tipo do câncer e do seu estágio, mas, em grande parte dos casos, a cirurgia é feita para retirada da lesão com altos índices de cura. A depender do avanço e do tipo de tumor, pode também ser sugerida radioterapia, imunoterapia e quimioterapia.
Aliadas à descoberta ainda na fase inicial para aumentos chances de combate ao câncer de pele, as medidas preventivas são fundamentais para evitar o surgimento do problema e/ou o seu reaparecimento. As atitudes envolvem a fotoproteção em todas as fases da vida, incluindo a infância, conforme alerta a dermatologista Larissa Goes, do Hospital Universitário da Universidade Federal do Amapá (HU-Unifap). Ações como utilizar filtro solar diariamente e reaplicá-lo a cada duas horas, óculos de sol, roupas protetoras contra os raios ultravioletas (UV), chapéu em ocasiões de forte exposição ao sol, e evitar bronzeamentos artificiais são necessárias.
Sobre a Ebserh
Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 41 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.
Por Marília Rêgo, com edição de Danielle Campos
Coordenadoria de Comunicação Social/Ebserh