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TERAPIAS HUMANIZADAS
Hospitais da Rede Ebserh ofertam práticas integrativas para pacientes e trabalhadores
Nesta matéria você verá que:
- As Práticas Integrativas e Complementares (PICs) são formas não medicamentosas de tratamento;
- Hospitais ofertam diferentes técnicas de PICs, observando a necessidade de cada paciente;
- As práticas também estão incluídas nos programas de saúde do trabalhador.
Brasília (DF) – Acolhimento humanizado e momentos de alívio das dores estão sendo promovidos em hospitais vinculados à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), por meio da oferta de práticas integrativas e complementares (PICs). Por isso, em comemoração ao Dia Internacional da Medicina Integrativa (23 de janeiro), profissionais e pacientes relatam as suas experiências com as técnicas utilizadas para o cuidado da mente e do corpo, acessíveis pelo Sistema Único de Saúde, o SUS.
As PICS correspondem a recursos terapêuticos não medicamentosos para prevenir e/ou tratar sintomas de enfermidades e trazer qualidade de vida, explica o médico acupunturista, Gustavo Lages, do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais (HC-UFMG). Algumas das principais práticas desenvolvidas nos hospitais da Ebserh são a ventosaterapia (mecanismo de aumento do fluxo sanguíneo na região em que o suporte da ventosa é aplicado), auriculoterapia (uso de agulhas ou sementes de mostarda em pontos da orelha que correspondem aos órgãos do corpo humano), massagem e a acupuntura (aplicação de pequenas agulhas em pontos estratégicos de terminações nervosas e musculares). Essas atividades podem estar associadas ou não aos tratamentos clínicos com medicamentos para alívio das dores crônicas, conforme análise de cada caso pelos especialistas. O paciente deve ser avaliado em suas principais queixas e o melhor método é escolhido, sinaliza Gustavo Lages. Segundo ele afirma, as práticas integrativas são um importante meio de tratamento porque não possuem contraindicações, envolvem, em geral, menor custo e trazem poucos efeitos adversos.
Ofertas de PICs na Rede Ebserh
No Hospital Universitário da Universidade Federal do Maranhão (HU-UFMA), a terapeuta ocupacional, Diana Araújo, explica que as PICs começaram na instituição em 2018, organizadas pelos profissionais de terapia ocupacional do Ambulatório de Reabilitação com pacientes encaminhados pelo Ambulatório de Dor Crônica. Inicialmente, os procedimentos realizados eram de ventosaterapia e auriculoterapia, mais tarde adicionando a aromaterapia (uso de óleos essenciais), a acupuntura e o reiki (canalização da energia com a imposição das mãos), ações também ofertadas aos colaboradores do HU-UFMA desde 2022. As práticas, destaca Diana, proporcionam “um olhar mais amplo, mais holístico e mais humanizado, garante a possibilidade de promover uma maior conexão entre ser humano, meio ambiente e sociedade, tendo como fim o bem-estar físico, mental e emocional desses indivíduos, culminando em uma melhor qualidade de vida”, afirma.
A paciente do HU-UFMA, Haidée Nascimento, de 67 anos, é acompanhada por Diana desde outubro de 2022. As principais queixas eram dores crônicas provocadas pela artrose na cervical, lombar, joelhos e tornozelos, além do diagnóstico de gastrite. Haidée relata que o tratamento integrativo com auriculoterapia, acupuntura e ventosa têm trazido melhoras, aliviando as dores musculares: “A gente se sente muito confortável porque o corpo como um todo é estimulado e tudo faz efeito. É tudo de bom na vida da gente”.
Práticas Integrativas para a saúde do trabalhador
As práticas integrativas também são oferecidas no Hospital Universitário da Universidade Federal do Piauí (HU-UFPI) pelo projeto “Cuidando de quem cuida”, direcionado aos colaboradores desde 2018, idealizado pela terapeuta ocupacional Danielle Torres e pela fisioterapeuta Lígia Carvalho com a participação de outros profissionais do hospital. São oferecidos florais, aromaterapia, ventosaterapia, massagem, acupuntura auricular, reiki e reflexologia podal (pressão aplicada nos pés), de segunda a sexta-feira pela manhã. A fisioterapeuta Lígia Carvalho explica que todas as técnicas têm, em geral, indicações para “diminuir o estresse e a ansiedade, conseguir lidar com as adversidades do trabalho e da sua vida pessoal, diminuir dores, principalmente, em pacientes que têm dor crônica”. Ela reflete sobre a oferta de ações como estas para a saúde do trabalhador: “Ter um serviço dentro do próprio hospital para que o profissional possa recorrer quando está em crise de ansiedade ou dores é de extrema importância. Atendemos várias urgências desse tipo e as práticas integrativas podem exatamente fazer com que esse indivíduo restabeleça sua saúde junto com a medicina tradicional”.
A funcionária terceirizada, Tatiana Porto, é secretária da Gerência de Atenção à Saúde do HU-UFPI e participou de 10 sessões integradas de ventosa, reiki e auriculoterapia com a fisioterapeuta Lígia. Segundo seu relato, as práticas impactaram positivamente em sua saúde, mais especialmente na perspectiva de refletir pontos que provocavam tensão, inclusive nas relações familiares. “A minha autoestima melhorou bastante. Após as sessões, consegui me ver como mulher, como mãe e me cuidar. Ali eu me acalmava, consegui colocar os pensamentos em ordem, identificar algumas fontes de problemas que eu tinha. Hoje me sinto muito mais feliz”.
Outro projeto de destaque na rede está no Complexo Hospitalar da Universidade Federal do Ceará (CH-UFC), com o Programa Qualidade de Vida no Trabalho (PQVT), coordenado pela Unidade de Saúde Ocupacional e Segurança do Trabalhador (Usost), e a criação de um espaço que concentra as atividades direcionadas para a saúde dos colaboradores: a Casa Viva. O local, inaugurado em junho de 2023, conta com uma academia de ginástica, escuta psicológica, e práticas integrativas de relaxamento sensorial, massoterapia, auriculoterapia e ventosa.
Sobre a Ebserh
Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 41 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.
Por Marília Rêgo, com revisão de Danielle Morais
Coordenadoria de Comunicação Social/Ebserh