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Coração saudável
Hospitais da Rede Ebserh/MEC oferecem atendimento para bebês com doenças cardíacas
Cardiopatia congênita é toda anormalidade do coração apresentada pela criança desde o nascimento
Brasília (DF) – O pequeno Guilherme foi transferido para Maternidade Escola Januário Cicco (MEJC), que faz parte da Rede Ebserh/MEC em Natal (RN), logo após seu nascimento no oitavo mês de gestação e apresentando baixo peso. A criança ainda foi diagnosticada com sopro cardíaco e hipertensão pulmonar. Por ser pequenino, Guilherme não conseguia respirar sem ajuda de ventilação mecânica e, apesar dos medicamentos utilizados, não conseguia ganhar peso suficiente. Ele ficou na Maternidade, entre Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e Unidade Canguru, recebendo cuidados de profissionais das especialidades de Cardiologia, Pediatria, Neonatologia, Fisioterapia, Fonoaudiologia, Terapia Ocupacional, até a tão aguardada alta para casa depois de 6 meses.
Para celebrar a luta constante desses pequeninos e de seus familiares, foi instituído o Dia de Conscientização da Cardiopatia Congênita, comemorado em 12 de junho. São cerca de 21 mil crianças nascidas por ano no Brasil com algum tipo de cardiopatia congênita; desses, cerca de 6% infelizmente morrem antes de completar um ano.
Felizmente, não foi o caso de Guilherme, que ficou internado por seis meses, como lembra a mãe, Danusy Dantas, mas venceu a batalha (veja a foto ao lado). “Digo muito que a equipe da MEJC foi a primeira família que o Guilherme teve. Todo mundo o acolheu e agarrou a causa junto com a gente. Todo mundo vibrava com a sua melhora e as suas conquistas. Foram momentos de muita angústia, mas também foram momentos bem fraternos. Hoje, ele tem seis anos e não sente mais nada. Não toma nenhuma medicação e não tem nenhum tipo de doença”, destacou.Em São Luís (MA), o Hospital Universitário da Rede Ebserh/MEC (HU-UFMA/Ebserh/MEC) está desenvolvendo uma campanha com esse tema em suas redes sociais. Além de postagens com informações sobre cardiopatias, foi aberto um espaço em que os seguidores fazem perguntas, que são respondidas pela cardiopediatra do HU-UFMA, Rachel Nina.
“Cardiopatia congênita é toda anormalidade do coração que a criança já nasce com ela. São doenças que, em geral, modificam a circulação do sangue oxigenado ao não oxigenado no coração. Há um número enorme dessas anormalidades que podem consistir em ‘buracos’, refluxos e até estenoses de artérias ou veias”, destacou Rachel.
A médica ainda ressalta quais são os sinais mais comuns que as pessoas precisam ficar de olho. “Cansaço, dificuldade em mamar, cianose (coloração arroxeada das mãos, pés, língua etc), dificuldade em ganhar peso são alguns dos sinais que podem aparecer quando uma criança possui uma cardiopatia”, analisa.
A médica esclarece outras dúvidas e você pode acompanhar essas informações clicando aqui .
Teste do coraçãozinho em Natal
A Maternidade Escola Januário Cicco (MEJC), em Natal (RN), que também faz parte da Rede Ebserh/MEC, realiza Teste do Coraçãozinho (oximetria de pulso neonatal) em todos os bebês com objetivo de triagem de cardiopatias em recém-nascidos assintomáticos. Esse teste, quando alterado, leva à realização de ecocardiograma antes do bebê receber alta da maternidade para investigar possíveis doenças. Além disso, ao suspeitar de sintomas de cardiopatia na criança, os pediatras contam com avaliação especializada de cardiopediatras para diagnóstico e orientações de acompanhamento.
A UTI neonatal da MEJC, referência para gestações de alto risco, possui profissionais neonatologistas com treinamento em ecocardiografia funcional e aparelho de ecocardiograma para avaliação dos bebês a beira leito. Dessa forma, é possível dar suporte às crianças com cardiopatia grave com medicamentos e encaminhá-las para a realização de cirurgia cardíaca, quando indicado.
“A suspeita de cardiopatia congênita pode ser feita ainda na gravidez, durante o acompanhamento do pré-natal. Nessa situação, a gestante pode ser encaminhada pelo obstetra para realizar o ecocardiograma fetal. O eco fetal é um exame de ultrassom específico para avaliar a formação do coração do bebê. Quando uma cardiopatia é detectada ainda no período fetal, realiza-se orientação e aconselhamento da gestante – com programação da melhor assistência possível para a mãe e o bebê ao nascimento”, destaca Melina Lima, cardiopediatra da MEJC/Ebserh/MEC.
Referência em Uberlândia
Aos 4 anos de idade, Alcides Neto foi encaminhado ao Hospital de Clínicas de Uberlândia (HC-UFU/Ebserh/MEC) com falta de ar e episódios de desmaio. Com a confirmação de doença cardíaca, ele foi atendido e recebeu tratamento no Ambulatório de Cardiopatia Congênita da unidade hospitalar por oito anos. Hoje, aos 15, só tem a agradecer, como destaca José Gilberto, pai do adolescente. “Desde a primeira consulta, toda a assistência que recebemos foi excelente. Tivemos atendimento médico, alimentação, até brinquedoteca para o meu filho. Não nos faltou nada. Só tenho a agradecer”, ressaltou.
O HC-UFU é referência em Cardiologia Pediátrica e oferece atendimento clínico, exames diagnósticos, cirurgias cardíacas e intervenções hemodinâmicas. O ambulatório do HC existe há mais de 30 anos e recebe pacientes de diversas localidades do Brasil, o que representa, em média, mais de três mil pacientes atendidos por ano. “A estrutura terciária para atendimento de cardiopatia congênita com hemodinâmica, exames de imagem e cirurgia cardíaca, em Minas Gerais, está disponível no HC-UFU e em Belo Horizonte”, destaca a cardiologista pediátrica e coordenadora do Ambulatório, Lourdes Gomes.
Além da assistência, o HC-UFU também forma especialistas na área de Cardiopatia Congênita com o curso de residência em Cardiologia Pediátrica. A meta, segundo a coordenadora do Ambulatório, Lourdes Gomes, é ampliar a quantidade de cursos, com a criação, por exemplo, da residência em Ecocardiografia em Cardiopatia Congênita.
Sobre a Rede Ebserh
Estatal vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) foi criada em 2011 e, atualmente, administra 40 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência.
Vinculados a universidades federais, essas unidades hospitalares possuem características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS), e, principalmente, apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas. Devido a essa natureza educacional, os hospitais universitários são campos de formação de profissionais de saúde. Com isso, a Rede Ebserh/MEC atua de forma complementar ao SUS, não sendo responsável pela totalidade dos atendimentos de saúde do país.
Coordenadoria de Comunicação Social da Rede Ebserh/MEC, com informações dos hospitais