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COOPERAÇÃO
Hospitais da Rede Ebserh em Cuiabá (MT) e Salvador (BA) participarão de pesquisa internacional para produção de medicamentos para leishmaniose cutânea
Cuiabá (MT) – O Hospital Universitário Júlio Müller, da Universidade Federal de Mato Grosso (HUJM-UFMT), vinculado à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) possui estudos sobre leishmanioses e está inserido desde 2014 na Rede de Pesquisadores e Colaboradores em Leishmanioses (redeLEISH) da Iniciativa Medicamentos para Doenças Negligenciadas (sigla DNDi, do inglês Drugs for Neglected Diseases initiative), instituição sediada na Suíça.
Estes trabalhos suscitaram uma visita, no último dia 26, de quatro representantes da Novartis Farmacêutica (também Suíça) e dois da DNDi para conhecer as pesquisas do HUJM relacionadas às leishmanioses, propondo, ainda, a cooperação em um estudo clínico para desenvolvimento de um novo medicamento para tratamento da leishmaniose cutânea.
O HUJM é uma instituição vinculada à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) e está inserido na Rede de Pesquisadores e Colaboradores em Leishmanioses (redeLEISH) da DNDi desde 2014. Neste projeto com a Novartis, é um dos cinco centros brasileiros a participar e o segundo vinculado à Ebserh, junto com o Hospital Universitário Professor Edgard Santos da Universidade Federal da Bahia (Hupes-UFBA); além da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), do Instituto René Rachou (Fiocruz Minas Gerais) e da Fundação de Medicina Tropical Dr. Heitor Vieira Dourado (Amazonas).A pesquisa também será desenvolvida em instituições de quatro outros países, sendo elas: Fundación Nacional de Dermatologia (Bolívia); Health Military Services (Bogotá/Colômbia); Programa de Estudio y Control de Enfermedades Tropicales de la Universidad de Antioquia (Medellín/Colômbia); Instituto Conmemorativo Gorgas de Estudios de la Salud (Panamá); e Universidad Peruana Cayetano Heredia (Peru).
Esforço conjunto
A leishmaniose é causada por um protozoário leishmania e transmitida pelo mosquito-palha, sendo de dois tipos: a visceral (atinge órgãos internos,
como o fígado e o baço) e a cutânea ou tegumentar (gerando lesões na pele, boca, nariz e garganta). Segundo os dados mais recentes divulgados pelo Ministério da Saúde (MS), em 2022 foram registrados 1.684 casos da leishmaniose visceral, e 12.878 da cutânea no Brasil. A gerente de Ensino e Pesquisa, Marcia Hueb, é a pesquisadora responsável pelos estudos sobre a doença no HUJM. Segundo a especialista, a visita cumpriu os objetivos de “apresentar as condições para desenvolver projetos em leishmaniose e mostrar as potencialidades para outros eventuais estudos em áreas como infectologia, mas também na oncologia que é uma das áreas que vamos desenvolver no novo HU”, ressaltou.O gerente Administrativo do HUJM, Cassiano Falleiros, destacou que esse encontro fortalece a atuação do Hospital dentro dos pilares da assistência, do ensino e da pesquisa a favor do Sistema Único de Saúde (SUS). “Nós buscamos, cada vez mais, estas iniciativas para consolidar o HUJM-UFMT como grande centro de pesquisa clínica no desenvolvimento de novos medicamentos para doenças endêmicas no Estado do Mato Grosso e no Brasil”.
Foram apresentadas as instalações do Hospital, especialmente o Laboratório de Pesquisa Clínica, a Farmácia, as salas de atendimento dedicadas à pesquisa, o biorrepositório, além do Centro de Pesquisa em colaboração com o Instituto Butantan.Na ocasião, também estiveram presentes e representando a Universidade, Raoni Teixeira, diretor do Escritório de Inovação Tecnológica da UFMT; e Joíra Martins, assessora de Parcerias Internacionais pela Secretaria de Relações Internacionais (Secri) da UFMT. Após a vinda dos consultores para conhecer as práticas in loco, Marcia Hueb foi à sede brasileira da DNDi no Rio de Janeiro para reuniões de alinhamento nos dias 27 e 28 de fevereiro, junto aos representantes da Novartis e pesquisadores das demais instituições brasileiras e estrangeiras a receberem o estudo. As propostas permanecerão sendo debatidas para determinar os passos futuros da pesquisa.
Sobre a Ebserh
Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 41 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo em que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.
Por Marília Rêgo, com revisão de Danielle Campos e edição de Raoni Santos
Coordenadoria de Comunicação Social/Ebserh