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COMBATE À TUBERCULOSE
Hospitais da Rede Ebserh atendem pacientes com tuberculose
Tosse constante por mais de duas semanas e febre diária no final da tarde são sintomas característicos da tuberculose pulmonar. Imagem ilustrativa: Freepik
Brasília (DF) – Febre no final da tarde, tosse constante por mais de duas semanas, perda de peso podendo levar ao emagrecimento intenso, cansaço excessivo e prostração, suor noturno, falta de apetite, rouquidão, são sintomas da tuberculose. Uma doença infecciosa e transmissível causada pelo Mycobacterium tuberculosis ou bacilo de Koch, que apesar de afetar prioritariamente os pulmões, pode ocorrer em outras partes do corpo (tuberculose extrapulmonar).
O Dia Mundial de Combate à Tuberculose (24 de março), alerta sobre sua prevenção, sintomas e tratamento. Esse último está disponível através do Sistema Único de Saúde (SUS), em hospitais universitários administrados pela Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh).
A transmissão da doença é por via respiratória. Ao falar, espirrar ou tossir, o doente expele pequenas gotas de saliva contaminadas e podem ser aspiradas por outro indivíduo. Diferentes fatores que possam gerar baixa resistência orgânica, também contribuem para o estabelecimento da doença.
Sintomas
A principal manifestação clínica da doença é uma febre no final da tarde (febre vespertina diária) e tosse constante por mais de duas semanas (podendo evoluir para tosse com pus ou sangue), nos pacientes classificados “sintomático respiratório”. Conforme explicou Rodrigo Molina, médico infectologista do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (HC-UFTM/Ebserh), também ocorre uma lesão típica localizada em um terço superior do pulmão direito, que é visível através do exame de Raio X em pacientes com tuberculose pulmonar. O HC é referência no tratamento de tuberculose.
A confirmação do diagnóstico é realizada através da coleta do catarro (escarro) para a pesquisa da bactéria com os seguintes métodos: teste rápido molecular para tuberculose
(TRM-TB), pesquisa do bacilo álcool-ácido resistente (BAAR) e cultura para micobactérias. Também podem ser solicitadas radiografia de tórax ou tomografia de tórax para pesquisar alterações compatíveis com a tuberculose e avaliar a extensão da doença, conforme informou o médico pneumologista Carlos Albério, do Hospital Universitário João de Barros Barreto, integrante do Complexo Hospitalar Universitário da Universidade Federal do Pará (CHU-UFPA), que é referência secundária e terciária no tratamento da tuberculose multirresistente para a região Norte, através do SUS.
Tratamento
O tratamento é à base de antibióticos, durando no mínimo seis meses, é gratuito e está disponível no SUS. Com o início da terapia, a transmissibilidade tende a diminuir gradativamente e, em geral, após 15 dias, o risco de transmissão da doença é bastante reduzido. Na tuberculose multirresistente, o tratamento pode chegar até um ano e meio e, em algumas situações, o paciente pode necessitar de medicação injetável, de três a cinco vezes na semana, por um período prolongado de até seis meses e depois continuar por mais um ano o tratamento oral com comprimido.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda o tratamento supervisionado, como estratégia de controle da doença, disponível em todo o Brasil pelo SUS. A vacina BCG disponibilizada pelo SUS protege crianças das formas mais graves da doença.
No Hospital Universitário Júlio Bandeira, da Universidade Federal de Campina Grande (HUJB-UFCG/Ebserh), há atendimento através do ambulatório de infectologia. O infectologista, Fernando Chagas, explicou que o tratamento da tuberculose pulmonar inicialmente é feito nas unidades básicas de saúde, mas, em casos de alergia ou intolerância, alguma alteração do sistema respiratório que necessite de uma avaliação mais criteriosa, bem como outras complicações em decorrência da doença, o paciente é encaminhado para o HUJB.
Tuberculose multirresistente
A tuberculose multirresistente (TBMR) é causada por alguma micobactéria que se torna resistente a um ou vários fármacos que são utilizados no tratamento da tuberculose.
“Geralmente ocorre em pacientes que não fizeram o tratamento adequado, parando e retomando algumas vezes, aí o bacilo causador da doença se torna resistente aos medicamentos”, disse o infectologista, Rodrigo Molina (HC-UFTM). “É fundamental o paciente realizar o tratamento completo para evitar casos de recaída e do desenvolvimento da tuberculose resistente aos antibióticos. A única vacina contra a tuberculose, a BCG, não consegue evitar o adoecimento, mas tem como finalidade proteger contra as formas graves da doença”, complementou o médico pneumologista, Carlos Albério (CHU-UFPA).
Para o diagnóstico, é feito o teste rápido molecular, onde é verificada a sensibilidade a um dos principais fármacos utilizados no tratamento da tuberculose, o Rifampicina. “Em questão de cinco horas, é possível saber o resultado, e, apresentando resistência, já é comunicado ao médico para que seja iniciado um tratamento alternativo, com drogas alternativas. Existe um protocolo já desenvolvido pelo Ministério da Saúde, para quais, outras drogas de segunda e terceira linha serão utilizadas nessa situação”, disse Molina. Ele alerta que, devido a falhas no tratamento, uma pessoa com TBMR pode transmitir esse tipo de tuberculose para outra sadia, sem o bacilo.
Sobre a Ebserh
Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 41 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.
Por Rosenato Barreto, com revisão de Danielle Morais
Coordenadoria de Comunicação Social/ Ebserh