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Infectologia
Hanseníase tem cura com medicação fornecida gratuitamente pelo SUS, ressalta especialista da Rede Ebserh/MEC
Sintomas incluem lesões de pele mais claras e avermelhadas, perda da sensibilidade e sensação de dormência nos braços e pernas
Florianópolis (SC) – Apesar de ser uma doença antiga e ainda muito estigmatizada, a hanseníase é curável com medicações fornecidas regularmente pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e, uma vez iniciado o tratamento, a transmissão se interrompe. Daí a importância de se procurar uma Unidade Básica de Saúde quando aparecem os sintomas. É o que explica a médica residente do Ambulatório de Hanseníase do Hospital Universitário Professor Polydoro Ernani de São Thiago, vinculado à Rede Ebserh/MEC (HU-UFSC/Ebserh/MEC), Fernanda Lima. “Quanto mais cedo o diagnóstico, melhor, pois o tratamento cura a doença, interrompe a transmissão e previne sequelas”, ressalta.
A especialista explica que o tratamento é feito por meio de comprimidos fornecidos no SUS em todo território nacional. As doses mensais são supervisionadas por profissional da saúde e as demais de uso diário domiciliar. A quantidade das medicações associadas para o tratamento bem como sua duração dependem da gravidade da doença, durando em média de 6 a 12 semanas.
A hanseníase é uma doença infectocontagiosa causada por uma microbactéria conhecida como Bacilo de Hansen. “Ela é característica de países em desenvolvimento, sendo que o Brasil é o primeiro do mundo em diagnóstico de novos casos, com 27.874 registros em 2019. Em Santa Catarina, o dado mais recente é de 2018 e revela 122 novos casos de Hansen”, relata a residente.
Segundo Fernanda Lima, a hanseníase pode acometer qualquer pessoa, atingindo mais homens adultos, pessoas com influência genética ou com baixa imunidade, como as portadoras do vírus HIV e pacientes em tratamento para câncer. “A transmissão acontece por meio de contato respiratório prolongado com paciente em estágio avançado da doença e não tratado”, explica Fernanda Lima, lembrando mais uma vez que, após o início do tratamento, o contato com a pele do doente e com objetos de uso comum não transmite a microbactéria.
O diagnóstico é clínico, feito por médico capacitado em reconhecer os sintomas de hanseníase, como lesões de pele mais claras e avermelhadas, com perda da sensibilidade, sensação de dormência nos braços e pernas, por exemplo. Em alguns casos, pode-se solicitar um exame adicional chamado baciloscopia, que por si só não descarta a doença, mas que pode compor a avaliação médica para se chegar ao diagnóstico.
Sobre a Rede Ebserh
O HU-UFSC faz parte da Rede Ebserh desde março de 2016. Estatal vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) foi criada em 2011 e, atualmente, administra 40 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência.
Vinculados a universidades federais, essas unidades hospitalares possuem características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS), e, principalmente, apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas. Devido a essa natureza educacional, os hospitais universitários são campos de formação de profissionais de saúde. Com isso, a Rede Ebserh/MEC atua de forma complementar ao SUS, não sendo responsável pela totalidade dos atendimentos de saúde da região em que estão inseridos.
Com informações do HU-UFSC/Ebserh/MEC