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SAÚDE
Fatores associados à pandemia contribuem para aumento de casos de distúrbios do sono
Pablo Moritz disse que aumento de casos de obesidade contribui para surgimento de casos de apneia obstrutiva do sono.
Florianópolis (SC) – A pandemia e o isolamento social têm provocado maior exposição a produtos eletrônicos, falta de atividade física e abuso de álcool podendo gerar dificuldade para dormir. Dentro dessa realidade, o Hospital Universitário Professor Polydoro Ernani de São Thiago (HU-UFSC), da Rede Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), apresentou dados dos pacientes atendidos relacionando qualidade do sono e a pandemia.
Os problemas mais comuns são a insônia, apneia obstrutiva do sono e a síndrome de pernas inquietas. Além destes fatores, foi registrado um aumento no caso de apneia do sono devido ao crescimento no número de pessoas obesas.
Segundo o médico pneumologista Pablo Moritz, responsável pelos atendimentos e pelos dados coletados, é essencial buscar ajuda o quanto antes nesses casos. “Distúrbios como a apneia obstrutiva do sono, se não forem tratados, podem causar doenças cardiovasculares, como infarto, arritmia e hipertensão. Isso vem aumentando nos últimos anos por causa da obesidade da população”, reforçou o médico.
A apneia pode ser tratada com exercícios físicos e mudança de hábitos, como evitar a exposição à luz e reduzir o consumo de álcool, por exemplo. Além disso, existe um tratamento específico feito com uma máscara de silicone ligada a um pressurizador de ar, chamada de CPAP, que é fornecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e tem resultado eficaz contra a apneia obstrutiva do sono.
O que são as doenças?
A Apneia Obstrutiva do Sono (AOS) consiste em suspensão da respiração por alguns segundos durante o sono e os sintomas são ronco, sono agitado, falta de disposição e sonolência durante o dia, dor de cabeça e problemas de memória, atenção e concentração.. Essas paradas causam uma diminuição de oxigênio no sangue podendo agravar problemas como hipertensão, arritmia, infarto e insuficiência cardíaca congestiva. Homens obesos de meia-idade normalmente são os mais afetados.
Já a Síndrome das Pernas Inquietas, ou síndrome de Ekbom, se caracteriza por agitação motora involuntária dos membros inferiores, podendo afetar os braços também. Os sintomas, como dor, formigamento, arrepios e pontadas, são mais intensos à noite, dificultando muito o sono do paciente. Cafeína em excesso e tabagismo são agravantes. A polissonografia, exame que monitora o sono e mostra o que acontece no sistema humano durante o repouso, e exames laboratoriais confirmam o diagnóstico.
Serviço
O HU-UFSC atende pacientes com esses problemas dentro do Ambulatório de Pneumologia. São pessoas encaminhadas pelo Sistema de Regulação, ou seja, para buscar atendimento nesta área é preciso procurar inicialmente a Unidade Básica de Saúde, onde a equipe médica fará a avaliação inicial e os encaminhamentos.
Sobre a Rede Ebserh
Criada em 2011, a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) administra 40 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência.
Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS), e, principalmente, apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas. Devido a essa natureza educacional, os hospitais universitários são campos de formação de profissionais de saúde. Com isso, a Rede Ebserh atua de forma complementar ao SUS, não sendo responsável pela totalidade dos atendimentos de saúde do país.
Com informações do HU-UFSC