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MUITA CALMA NESSA HORA!
Evitar o estresse é fundamental para manter uma vida saudável
Brasília (DF) - A rotina agitada pode gerar diversas situações estressantes e afetar o bem-estar das pessoas. Para alertar a sociedade sobre os riscos dessa condição e difundir estratégias para mitigá-las com ações simples, o dia 23 de setembro foi escolhido como o Dia Mundial de Combate ao Estresse. De Norte a Sul do país, os profissionais da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) contribuem para evitar e amenizar os sintomas, beneficiando os trabalhadores e os pacientes dos hospitais universitários com informações úteis e projetos inovadores.
A força-tarefa da estatal não é por menos. No Brasil, o estresse é uma preocupação crescente. Segundo o relatório ‘Pessoas no trabalho 2023: uma visão global da força de trabalho’ (em tradução livre), do ADP Research Institute (ADPRI), 67% dos brasileiros são negativamente influenciados por ele no trabalho, superando a média mundial de 65%. O levantamento ressalta a urgência de implementar estratégias eficazes para combatê-lo e promover um ambiente de trabalho mais saudável e equilibrado.
Você é vítima do estresse?
O estresse é uma resposta natural do organismo a situações desafiadoras. No entanto, quando se torna crônico, pode ter efeitos prejudiciais à saúde. Segundo Luiz Renato Carazzai, psiquiatra e gerente de Atenção à Saúde do Complexo do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná (CHC-UFPR), “o estresse pode gerar sintomas como irritação, ansiedade e problemas físicos, como dores de cabeça, alterações digestivas e distúrbios no sono”, ressaltou. “Em casos mais graves, pode contribuir para doenças como hipertensão e depressão”, complementou.
Carazzai detalha, ainda, que ele pode se manifestar de diversas formas, como estresse agudo, episódico, crônico e até transtorno de estresse pós-traumático (TEPT). “É importante identificar a origem para tratá-lo adequadamente. Por exemplo, o considerado crônico pode levar a sérios problemas de saúde mental e física, incluindo distúrbios alimentares e cardiovasculares”, alertou.
Prevenção requer ação
Se o estresse surge na rotina, a prevenção também deve ser diária. De acordo com Carla Picanço, psicóloga organizacional do Hospital Universitário Onofre Lopes (Huol), da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), fatores como carga de trabalho excessiva e falta de autonomia contribuem muito para o seu desencadeamento. “Para combatê-lo, é essencial promover um ambiente de trabalho positivo e implementar práticas de bem-estar, como atividades físicas e apoio psicológico”, sugeriu.
Com quase 10 anos de experiência na unidade hospitalar, Picanço também enfatiza que a prevenção é um esforço contínuo que deve envolver a gestão e os colaboradores. Ela reforça, ainda, que investir em programas de bem-estar e criar uma cultura de suporte são passos necessários para reduzir o estresse no trabalho. “É fundamental oferecer treinamentos que ajudem os trabalhadores a desenvolver habilidades de gerenciamento do estresse e promover um equilíbrio saudável entre vida pessoal e profissional”, destacou.
Iniciativas de sucesso
Desde a criação da Ebserh, em 2011, a empresa pública investe no combate ao estresse entre colaboradores e pacientes. Exemplo disso é o Projeto Vida Plena Hospitalar, promovido pela Unidade de Desenvolvimento de Pessoal (UDP) do Hospital Maria Aparecida Pedrossian, da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (Humap-UFMS). A iniciativa inclui práticas de mindfulness (que é a técnica de, por meio da meditação, estar plenamente presente no momento atual), exercícios físicos e sessões de acolhimento psicológico.
O objetivo das ações é proporcionar pequenas pausas nas demandas do dia a dia, visando reduzir o estresse e a ansiedade, além de melhorar o bem-estar geral das equipes. “As atividades ajudam os colaboradores a se reconectar com seus sentimentos e reduzir o estresse”, garantiu Glaucia Sanches, psicóloga da UDP e responsável pelas sessões quinzenais de mindfulness. “Nossa meta é expandir a iniciativa para incluir mais ações e horários, sempre buscando novas maneiras de apoiar nossa equipe”, adiantou.
Outro destaque é o Projeto Ouvir e Acolher, do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás (HC-UFG), que oferece um espaço de acolhimento para colaboradores que estão enfrentando crises e angústias. Segundo Renata Moura, chefe da Unidade de Desenvolvimento de Pessoal (UDP) e coordenadora da iniciativa, “a escuta ativa e o acolhimento têm proporcionado um alívio significativo para os trabalhadores, permitindo que eles lidem melhor com suas questões emocionais e profissionais”, afirmou.
Moura destaca que o projeto também promove um ambiente mais colaborativo e menos estressante. “Estamos constantemente avaliando e ajustando as abordagens para garantir que atendamos da melhor forma possível às necessidades dos nossos colaboradores”, detalhou.
Superação por meio do exercício físico
Técnico em Análises Clínicas do Hospital Onofre Lopes (Huol), da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), há dois anos, Jucie Franco participa das atividades de educação física da unidade hospitalar. Ele tem dois empregos, ambos noturnos, e não conseguia tempo para cuidar do corpo e da mente. O resultado? Estresse. Depois de sofrer com picos de ansiedade e nervosismo, ele foi direcionado pela Unidade de Saúde Ocupacional e Segurança do Trabalho (Usost) da unidade hospitalar para participar das ações do Programa de Treinamento Físico.
Atualmente, após seis meses de treinos regulares, de três a quatro vezes por semana, ele observou uma melhora significativa na qualidade de vida. “Treinar no próprio ambiente de trabalho, e ainda mais de graça, facilita tudo. Eu estou gostando e frequento até mesmo nos meus dias de folga. Estou dormindo bem, me sinto mais tranquilo e consigo me concentrar melhor. Perdi peso e minhas roupas ficaram mais confortáveis. Pretendo continuar por muito tempo ainda”, revelou.
Sobre a Ebserh
Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 45 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.
Por George Miranda, com revisão de Danielle Morais
Coordenadoria de Comunicação Social/Ebserh.