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Pesquisa pioneira
Estudo do uso medicinal da pele de tilápia na ginecologia, desenvolvida em hospital da Ebserh no Ceará, leva prêmio DASA/Veja Saúde 2021
Estudo começou no Ceará e tem renome internacional
Fortaleza (CE) – O Coordenador Geral da Pesquisa da Pele da Tilápia, cirurgião plástico Edmar Maciel, está comemorando, juntamente com sua equipe, mais três novos prêmios (em apenas 15 dias) no âmbito deste trabalho, que foi iniciado no Ceará em 2015. Ao longo de sete anos de atividades, já são 19 premiações científicas, todas em primeiro lugar, envolvendo 12 áreas da Medicina e outras da Veterinária e da Odontologia.
O grupo da Ginecologia, coordenado pelos pesquisadores Zenilda Bruno e Leonardo Bezerra, que são médicos e professores na Maternidade-Escola Assis Chateaubriand (MEAC-UFC/Ebserh/MEC), foi o vencedor da categoria Tratamento, do Prêmio DASA de Inovação Médica, com a Veja Saúde 2021. O estudo premiado é intitulado “A pele de tilápia na saúde sexual feminina e cirurgias reparadoras complexas: recuperação da função sexual de mulheres com estenose e malformação vaginal, autoaceitação de mulheres transgênero e reparo de sindactilia grave”. Vale ressaltar que é a segunda vez que a Pesquisa da Pele de Tilápia sagra-se vencedora do Prêmio Abril & Dasa de Inovação Médica. Em 2019, o próprio Coordenador Geral, Edmar Maciel, foi destacado com o trabalho “Tratamento de queimaduras e feridas com curativo biológico derivado de pele de tilápia”.
Para os coordenadores das diversas áreas da Pesquisa, premiações desse tipo fortalecem o esforço pela disponibilização dos produtos da pele de tilápia para os usuários da rede pública de saúde. O processo de seleção e chamada pública para a escolha da empresa que vai produzir e comercializar os produtos está sob coordenação da Universidade Federal do Ceará.
O uso da pele de tilápia na Ginecologia
O uso da pele de tilápia na área da Ginecologia, iniciado a partir de pesquisas desenvolvidas em Fortaleza, ganhou destaque internacional. A primeira cirurgia de redesignação de sexo (masculino para feminino) realizada no mundo, utilizando a pele do peixe cultivado em abundância no Nordeste brasileiro, ocorreu na Colômbia, com matéria prima originária do Banco de Peles de Tilápia, instalado no NPDM/UFC – Núcleo de Pesquisa e Desenvolvimento de Medicamentos da Universidade Federal do Ceará.
Segundo Leonardo Bezerra, autor da técnica de neovaginoplastia usando a pele de tilápia o procedimento é mais rápido, favorece a recuperação e apresenta resultados anatômicos bastante satisfatórios, já amplamente publicados na literatura médica. As cirurgias vêm sendo realizadas desde 2017, sob protocolo de pesquisa clínica e já beneficiaram mais de 20 pacientes na MEAC/UFC com rara síndrome de agenesia vaginal congênita ou câncer vaginal.
Escopo internacional
A Pesquisa da Pele de Tilápia conta com mais de 290 colaboradores/pesquisadores; está presente em oito países (EUA, Alemanha, Holanda, Colômbia, Guatemala, Argentina e Equador), além de nove Estados brasileiros (CE, SP, RJ, GO, PR, PE, MG e RS, BA); foi destaque em séries televisivas internacionais; e participou de duas parcerias de pesquisa com a agência espacial norte-americana (NASA), que enviou amostras do produto ao espaço, para estudos em ambiente sem gravidade. Além das 19 premiações científicas em primeiro lugar, foi objeto de mais de 26 artigos em publicações nacionais e internacionais.
Sobre a Rede Ebserh
A MEAC-UFC faz parte da Rede Ebserh desde 2013. Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) foi criada em 2011 e, atualmente, administra 40 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência.
Essas unidades hospitalares, que pertencem a universidades federais, têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS), e, principalmente, apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas.
Devido a essa natureza educacional, os hospitais universitários são campos de formação de profissionais de saúde. Com isso, a Rede Ebserh atua de forma complementar ao SUS, não sendo responsável pela totalidade dos atendimentos de saúde das regiões em que os hospitais estão inseridos, mas se destacam pela excelência e vocação nos procedimentos de média e alta complexidades.
Com informações da MEAC-UFC/Ebserh/MEC