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SISTEMA VENOSO
Especialistas da rede Ebserh reforçam que a trombose pode ser prevenida e tratada
A trombose ocorre mais frequentemente nos membros inferiores, mas pode acometer outras regiões do corpo.
Brasília (DF) - Sentir dores súbitas e intensas em algum membro e ainda acompanhadas de inchaço na região são sinais de alerta do problema venoso conhecido como trombose. A Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular, com dados divulgados em outubro de 2022, sinalizou que uma média de 113 pessoas são diariamente internadas com esta enfermidade na rede pública de saúde do país. Com essa estatística alarmante, neste 16 de setembro, Dia Nacional de Combate e Prevenção, instituído pela Lei nº 12.629, de 2012, especialistas de hospitais vinculados à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) explicam causas, sua prevenção e tratamento.
O cirurgião vascular Glauco Melo, do Hospital Universitário João de Barros Barreto (HUJBB), do Complexo Hospitalar Universitário da Universidade Federal do Pará (CHU-UFPA), elucida que a trombose venosa consiste na formação de um coágulo nas veias do sistema venoso profundo, interferindo, portanto, no fluxo sanguíneo do local. Isso pode ocorrer por três fatores, informa o médico: o primeiro, por um processo de estase venosa, ou seja, quando a pessoa fica muito tempo parada, diminuindo a circulação do sangue, como em situações de pacientes acamados ou com a perna imobilizada; o segundo caso pode decorrer de lesões diretas nas veias; e o terceiro por um estado de hipercoagulabilidade causado por determinadas circunstâncias no sangue, em geral, pela gravidez, câncer e algumas alterações genéticas nos fatores de coagulação.
O especialista esclarece, ainda, que é mais comum a ocorrência da trombose nos membros inferiores (pela força da gravidade), mas também pode ocorrer em qualquer outra parte do corpo, como no pescoço, braços e barriga, e pode atingir homens e mulheres, em idades variadas. Ao perceber qualquer sinal, é importante buscar assistência médica que, além de avaliar os sintomas clínicos, indicará o exame de ultrassonografia com doppler venoso para o diagnóstico correto.
Fatores de risco e complicações
Alguns fatores podem aumentar o risco de desenvolver trombos, especialmente a idade, o excesso de peso associado ao sedentarismo, as doenças cardíacas, pulmonares graves e inflamatórias intestinais, conforme explica a cirurgiã vascular Liana Berúcio, do Hospital Universitário Onofre Lopes, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (HUOL-UFRN). Uma pessoa que já teve algum episódio de trombose está mais suscetível a ter outros trombos caso não trate e se previna.
Uma dúvida muito comum é a associação entre trombose e viagens aéreas, mas a especialista explana que o risco representado no avião é semelhante a outros meios de transporte em situações de viagens longas (que durem mais de três horas), quando não há muita movimentação do corpo. Por isso, a forma de prevenção, seja em deslocamentos ou no dia a dia, é essencialmente comportamental, ou seja, se movimentar e manter um estilo de vida saudável, como: caminhar quando permitido durante o voo; ou, se de carro, parar em determinados momentos para alongar e andar, além de utilizar roupas mais confortáveis e meias de compressão nessas situações e manter a hidratação.
Uma outra condição específica, comunica Liana, é a chamada de trombofilia, “uma tendência genética a ter trombose e, em gestantes, o risco é maior de abortamento de repetição e parto prematuro”. Essa situação altera fatores de coagulação e é diagnosticada por meio de exames de sangue.
O tratamento para a trombose é feito com medicamentos anticoagulantes orais ou injetáveis, evitando que o trombo aumente ou que possa migrar para outro local, com especial atenção para os pulmões, evitando a chamada embolia pulmonar (obstrução da artéria pulmonar). O procedimento é ambulatorial a longo prazo, pelo menos de três meses, e, a depender do caso, pode ser prolongado até por dois anos, informa Liana. Em alguns contextos graves, o método pode ser cirúrgico para desobstrução do local.
Tratamento nos Hospitais Ebserh
A rede de hospitais da Ebserh disponibiliza em seus serviços de Angiologia e Cirurgia Vascular o acompanhamento ambulatorial necessário para os pacientes com trombose. O acesso é via regulação das prefeituras de cada cidade.
Sobre a Ebserh
Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 41 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.
Por Marília Rêgo, com revisão de Felipe Monteiro
Coordenadoria de Comunicação Social/Ebserh