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Cuidados neonatais
Especialistas da Rede Ebserh/MEC apontam características e cuidados relacionados à prematuridade
A prematuridade é multifatorial e exige cuidados
Novembro é o mês de alerta para a prematuridade e o dia 17 de novembro foi instituído Dia Mundial da Prematuridade. Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), o Brasil ocupa a 10ª colocação dos países com mais partos prematuros no mundo, ou seja, aqueles que ocorrem antes da 37ª semana de gestação. Segundo o Ministério da Saúde, 11,7% dos partos no país ocorrem antes do tempo.
Diversos fatores podem levar ao nascimento precoce do bebê, destacando a importância do cuidado médico e do pré-natal adequado, período em que é possível detectar e prevenir uma série de doenças no bebê. “Infelizmente, não temos uma causa bem determinada. Existem fatores de risco, como por exemplo a doença hipertensiva associada à gestação e a infecção do trato urinário”, explicou a neonatologista do Serviço Neonatal do HC-UFMG/Ebserh, Leni Márcia Anchieta, que também é professora do Departamento de Pediatria da Faculdade de Medicina da UFMG.
O planejamento da gravidez e o pré-natal adequado, portanto, são fundamentais para minimizar eventos adversos durante a gestação e após o parto. “O trabalho é multiprofissional: obstetrícia, neonatologia, fisioterapia, fonoaudiologia, enfermagem, terapia ocupacional e psicologia, todas essas áreas farão diferença para esse bebê prematuro”, completou.
Dentro da Rede Ebserh/MEC, um exemplo importante de cuidado e combate às complicações da prematuridade é o Serviço Neonatal do Hospital das Clínicas da UFMG/Ebserh em Belo Horizonte. O setor possui 50 leitos, distribuídos ente Unidade de Terapia Intensiva, Unidade de Cuidados Intermediários - Convencional e Canguru, e Alojamento Conjunto. O hospital foi um dos pioneiros na implantação do Método Canguru, em 1994. Trata-se de um método idealizado pelos médicos Edgar Sanabria Rey e Héctor Gomes Martínez, da Universidade Nacional de Bogotá, na Colômbia, na década de 1970. Eles se inspiraram nos cuidados que o canguru-fêmea dispensa ao seu recém-nascido, que carrega o bebê na sua bolsa abdominal, em aleitamento materno exclusivo, até ele adquirir a capacidade de sobreviver no ambiente externo. A estratégia tornou-se importante para o recém-nascido prematuro e de baixo peso.
Na Maternidade-Escola Assis Chateaubriand, do Complexo Hospitalar da Universidade Federal do Ceará, (MEAC/CH-UFC/Ebserh/MEC), as boas práticas começam ainda na sala de parto, quando o bebê é colocado em contato pele a pele com a mãe, de acordo com as condições de ambos, e o aleitamento materno é estimulado na primeira hora de vida.
Segundo a enfermeira Roberta Bandeira, coordenadora de enfermagem na unidade neonatal da MEAC, os principais cuidados que se deve ter com os bebês prematuros são: evitar manuseios pelos profissionais de saúde para diminuir os estímulos externos, incentivar a adoção do Método Canguru para aumentar o vínculo do recém-nascido e sua família, ter cuidado especial com banhos, ficando atento à temperatura da água para não causar hipotermia, manter o bebê sempre em posição confortável dentro dos “ninhos” na incubadora e, o mais importante, estimular o aleitamento materno.
Sobre a Rede Ebserh
Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) foi criada em 2011 e, atualmente, administra 40 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência.
Essas unidades hospitalares, que pertencem a universidades federais, têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS), e, principalmente, apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas.
Devido a essa natureza educacional, os hospitais universitários são campos de formação de profissionais de saúde. Com isso, a Rede Ebserh atua de forma complementar ao SUS, não sendo responsável pela totalidade dos atendimentos de saúde das regiões em que os hospitais estão inseridos, mas se destacam pela excelência e vocação nos procedimentos de média e alta complexidades.
Com informações do Ministério da Saúde, HC-UFMG e MEAC-CH-UFC/Ebserh/MEC.