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DIA DA AUDIÇÃO
Especialistas da Rede Ebserh falam sobre os cuidados que devemos ter com a audição
Imagem: Freepik
Brasília (DF) - Você tem o hábito de usar o fone de ouvido por muito tempo? E o volume do som é elevado? Se você respondeu sim a essas perguntas, uma luz amarela de atenção precisa estar acesa, já que esse comportamento pode afetar a sua saúde auditiva. Quem alerta para isso são os especialistas dos hospitais vinculados à Rede Ebserh, entrevistados nesta reportagem. A situação merece tanto cuidado que a Organização Mundial da Saúde (OMS) escolheu uma data, o 3 de março, como o Dia Mundial da Audição.
“Vivemos em um mundo cheio de estímulos sonoros e de muita exposição a ruídos, então, é superimportante proteger a audição. O uso excessivo de fones de ouvido, a intensidade alta de volume e barulhos por períodos prolongados podem prejudicar, principalmente, crianças e adolescentes, que adotam mais esse comportamento”, alerta a otorrinolaringologista do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Pernambuco (HC-UFPE), Nicole Cardoso.
Baseado na prática clínica, o chefe do Serviço de Otorrinolaringologista do Hospital da Universidade Federal de Juiz de Fora (HU-UFJF), Wilson Benini Guercio, já percebe uma epidemia de perda auditiva em adolescentes expostos a ruídos. “Não tínhamos esse número elevado de queixas como notamos agora nos jovens. Se não mudarem o hábito, eles serão candidatos à reabilitação num futuro próximo e vão precisar do uso de próteses, como os Aparelhos de Amplificação Sonora Individual (AASI) ou o implante coclear”, afirma Wilson Guercio.
Além de evitar a exposição a ruídos, os especialistas enumeram outros cuidados que devemos ter com a saúde dos ouvidos, como tratar rapidamente os processos infecciosos, ter atenção às doenças neurológicas e realizar o controle de doenças crônicas, como hipertensão e diabetes.
E quando é o momento de procurar ajuda especializada? “A gente sempre orienta que todas as crianças em idade escolar passem por avaliação para não haver prejuízo no aprendizado. Pessoas com doenças crônicas e idosos devem fazer avaliações regulares. Além disso, é importante procurar o especialista quando surge aquela sensação de que não está entendendo o que as pessoas estão falando; para investigar a presença de zumbido, apito e chiado e investigar as queixas de tonturas associadas”, destaca Nicole Cardoso.
Tratamento
Wilson Guercio explica que o tipo de tratamento vai depender do grau de perda e da área comprometida. “Quando há uma perda auditiva severa e a área afetada tem um componente neurossensorial, será necessária a reabilitação com o uso de próteses, ao passo que uma perda menor ou até mesmo de maior intensidade, mas sem comprometimento neurossensorial e com comprometimento condutivo poderá ser revertida com tratamento clínico ou cirúrgico”, explica o médico.
É importante salientar que o SUS oferece gratuitamente os tratamentos clínico/cirúrgico aos portadores de perdas auditivas, além de fornecer os AASI e o implante coclear.
Acompanhamento multiprofissional
O acompanhamento de pacientes acontece de forma multiprofissional e conta com a atuação da fonoaudiologia desde o diagnóstico até a reabilitação auditiva. Nos hospitais da Rede Ebserh, esse atendimento começa já desde os recém-nascidos, com a triagem auditiva neonatal.
“Havendo suspeita de perda auditiva, os recém-nascidos são encaminhados para a otorrinolaringologia para fechamento do diagnóstico e adaptação de dispositivos, como o AASI e o implante coclear, se for o caso. Em seguida, retornam ao ambulatório de reabilitação auditiva para monitoramento. Também há avaliação auditiva adulto e infantil, acompanhamento otorrinolaringológico e reabilitação”, explica a fonoaudióloga do HC-UFPE, Érika Mahon.
A fonoaudióloga do Hospital Universitário Getúlio Vargas da Universidade Federal do Amazonas (HUGV-Ufam), Mara Rúbia Diógenes, destaca que a atuação da fonoaudiologia está presente desde o cuidado básico com a audição e na realização dos exames auditivos em adultos e crianças. “O fonoaudiólogo atua desde a orientação aos pacientes sobre limpeza, exposição sonora, uso de fones e outras orientações técnicas. Faz a pesquisa auditiva por meio da realização dos exames de audiometria tonal e vocal, imitanciometria, emissões otoacústicas e Exame de Potenciais Evocados Auditivos de Tronco Encefálico (PEATE) nos pacientes em acompanhamento pré e pós-operatórios de cirurgias otorrinolaringológicas”, completa a especialista.
Sobre a Ebserh
Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 41 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.
Por Moisés de Holanda, com edição de Danielle Campos
Coordenadoria de Comunicação Social da Ebserh