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Janeiro Roxo
Especialistas da Rede Ebserh alertam sobre a conscientização da hanseníase
Brasília (DF) - Janeiro é o mês de conscientização sobre a hanseníase, doença infecciosa crônica causada pela bactéria Mycobacterium leprae, que atinge os nervos periféricos - braços e pernas -, olhos e pele. A iniciativa deste ano buscou intensificar e fortalecer as ações de prevenção e combate à doença, envolvendo profissionais de saúde dos Estados e municípios, além de toda a população. De acordo com os especialistas, o Brasil é o segundo país do mundo com maior número da doença, sendo a Índia o país com maior índice. Por ano, são registrados, em média, 30 mil novos casos no Brasil.
A transmissão da doença se dá por meio de gotículas de saliva ou secreção nasal das pessoas contaminadas. A bactéria que provoca hanseníase se multiplica muito lentamente, o que torna o período de incubação bastante longa. O diagnóstico precoce e o tratamento adequado evitam a evolução da doença e, consequentemente, impedem incapacidades físicas. O tratamento é gratuito e está disponível nas unidades do Sistema Único de Saúde (SUS).
Conforme a dermatologista Joanne Ferraz, que atua no Hospital Universitário Lauro Wanderley da Universidade Federal da Paraíba (HULW-UFPB/Ebserh), a hanseníase afeta, além da pele, também os nervos periféricos. “Assim, podemos encontrar alterações sensitivas, que são as ‘dormências’, alterações autonômicas, como a diminuição do suor, e alterações motoras, que podem resultar em deformidades em mãos e pés”, diz a especialista.
Outra profissional da Rede Ebserh - a dermatologista, Paola Cristina Vieira, que atua no Complexo Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná (CHC-UFPR/Ebserh) – explica que o tratamento deve ser realizado inicialmente nas Unidades Básicas de Saúde, sendo que os pacientes graves e com complicações são encaminhados e atendidos em instituições de saúde de alta complexidade como o Hospital de Clínicas, que é referência nesse tipo de tratamento.
Ao dar início ao tratamento, o paciente deixa de ser um transmissor do agente da hanseníase e essa é a medida de prevenção da doença. “Compartilhe essas informações com seus pacientes e familiares e os estimule a estarem conscientizados sobre esse problema de saúde pública. Assim, você estará contribuindo para aumentar a proteção contra essa doença que tem cura”, reforça a médica.
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Atendimentos
No Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia (HC-UFU/Ebserh), o atendimento é realizado no Centro de Referência Nacional em Dermatologia Sanitária e Hanseníase (Credesh), um dos seis centros especializados no país e o único em Minas Gerais.
São oferecidas consultas ambulatoriais em hansenologia e em outras especialidades, além de procedimentos como biopsias e diversos tipos de exames. A coordenadora do Credesh, a médica Isabela Goulart, destaca ainda que são realizadas ações de prevenção e reabilitação de incapacidades, para inclusão social e monitoramento dos contatos diretos dos pacientes. “Com o objetivo de cumprir a meta de um “Brasil sem Hanseníase”, fazemos o monitoramento durante cinco a sete anos - período de incubação da doença - desses contatos, o que tem permitido diagnóstico e tratamento precoce”, destaca.
No Hospital Universitário Lauro Wanderley da Universidade Federal da Paraíba (HULW-UFPB/Ebserh), cerca de 40 pacientes são acompanhados para tratamento da hanseníase. A dermatologista Joanne Ferraz, explica que “a Paraíba ainda é considerada uma região de ‘alta endemicidade’.” No Lauro Wanderley, o ambulatório especializado em hanseníase é vinculado ao Serviço de Dermatologia e desempenha tanto a função assistencial, prestando atendimento à população paraibana, como também acadêmica, com a participação de docentes, estudantes e pós-graduandos da UFPB. Os atendimentos são realizados pelas dermatologistas Joanne Ferraz e Francisca Estrela, enfermeiras Mariama Trigueiro e Chiara Dantas, médicos residentes e equipe do Serviço de Dermatologia, contando com o apoio da farmácia ambulatorial para dispensação de medicações.
Com informações dos HUFs