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Doença respiratória
Especialista de hospital da Rede Ebserh/MEC fala sobre a asma e as formas de tratamento
A asma acomete pacientes de todas as idades
Brasília (DF) – Após os últimos anos convivendo com a covid-19, os brasileiros passaram a ficar ainda mais atentos com problemas respiratórios. Em 2021, segundo dados do Ministério da Saúde, 1,3 milhão de atendimentos foram realizados na rede de Atenção Primária do Sistema Único de Saúde (SUS). Principalmente nos meses em que há mudança climática para a chegada do inverno, os casos de crises asmáticas tendem a aumentar. O Hospital Universitário Walter Cantídio (HUWC), do Complexo Hospitalar da UFC/Ebserh (CH-UFC), possui um ambulatório específico para cuidar de pacientes asmáticos e tem registrado uma média de 96 pessoas atendidas por mês.
A pneumologista do HUWC, Simone Fortaleza, explica que a asma é uma doença inflamatória crônica que causa obstrução das vias aéreas. Apesar de ser mais comum em crianças e adolescentes, a asma pode acometer todas as idades. A dona de casa Juliana Lima, de 34 anos, sofre com a doença desde a infância e, há nove anos, é paciente do Ambulatório de Asma do HUWC. “Sinto muita falta de ar, o que me deixa muito cansada”, relatou.
Além da falta de ar e cansaço, os sintomas da asma envolvem a sensação de aperto no peito e tosse, presentes principalmente pela manhã, ao acordar, ou à noite, além de um ruído pulmonar. As crises asmáticas são causadas pela presença dos chamados “alérgenos”, que são as substâncias capazes de provocar alergias, como a poeira, o mofo e a fumaça. Em outros casos, infecções respiratórias causadas por vírus ou bactérias (resfriado, gripe, pneumonia) e até o uso de medicamentos, o estresse e a prática de exercício físico são fatores que aumentam a chance de crise. As causas da asma ainda são estudadas, mas há uma associação entre fatores genéticos e condições do ambiente em que o indivíduo vive. Isso quer dizer que há mais chance de a pessoa desenvolver a doença quando existem pessoas da família que também tenham e quando há uma exposição frequente aos alérgenos.
O diagnóstico é feito a partir da observação médica aos sintomas, ao contexto do paciente em casa e no trabalho, se possui outras doenças respiratórias, como rinite e sinusite, e se há histórico familiar de asma. O exame realizado é a espirometria, feito com aparelho para avaliar a função pulmonar e os graus de obstrução. A pneumologista esclarece que doença não tem cura, mas se observam casos em que pessoas têm sintomas na infância e deixam de apresentá-los na fase adulta. Por ser uma doença variável, o tratamento é individualizado para cada paciente, observando a sua situação. Por isso, é essencial o acompanhamento médico.
Na maioria dos casos, o controle é feito a partir do uso de medicamentos corticoides inalatórios e broncodilatadores, além da mudança de estilo de vida e observação desse ambiente, mantendo-o sempre limpo. O tratamento bem realizado garante maior qualidade de vida ao paciente, que reduzirá as chances de desenvolver as crises. No caso de Juliana, além do acompanhamento no Ambulatório de Asma, ela foi encaminhada para atendimento com reumatologista e otorrinolaringologista do HUWC como tratamento auxiliar, já que ela possui sinusite aguda (processo inflamatório da mucosa nasal). Com todo o direcionamento para melhora do seu quadro de saúde, ela já tem boas expectativas: “Estou me sentindo confiante com meu tratamento hoje”, afirmou.
Com informações do CH-UFC