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Oncologia
Especialista da Rede Ebserh alerta sobre linfomas, diagnóstico e formas de tratamento
Tipo de câncer manifesta sintomas como gânglios aumentados e indolores. Foto: Freepik
Vitória (ES) – Os linfomas se caracterizam como um dos tipos mais frequentes de tumor no sistema de defesa do corpo. Em 2020, de acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), estima-se que tenha havido 14.670 casos linfoma são diagnosticados no Brasil.
O Hospital Universitário Cassiano Antônio Moraes, vinculado à Rede Ebserh (Hucam-Ufes/Ebserh) é referência na rede do Sistema Único de Saúde (SUS) do Espírito Santo para tratamento de cânceres do sangue. O hematologista Volmar Belisário Filho, chefe da Unidade de Hematologia, Hemoterapia e Oncologia do Hucam, descreve quais são os sinais e sintomas em que se deve ficar atento para detectar precocemente a doença.
"Linfoma é um tipo de câncer do sistema imunológico, e como as células deste sistema correm pela circulação, é também uma espécie de tumor do sangue. Como é um grupo que compreende dezenas de tipos diferentes, há variações que são comuns para diferentes públicos, desde o jovem adulto até o idoso. É um grupo bem heterogêneo. De todo modo, é um tipo de tumor tratado com quimioterapia e que tem alto percentual de cura com o tratamento apropriado", explica o médico.
No Hucam-Ufes, o atendimento onco-hematológico, especialidade que trata deste tipo de tumor, é referenciado. Significa que, em primeiro lugar, o paciente deve buscar atendimento na rede básica de saúde, como na Unidade Básica de Saúde do SUS, que irá avaliar o caso e referenciá-lo para o atendimento ao Hucam.
No hospital universitário, o paciente onco-hematológico tem à disposição um atendimento multidisciplinar, com médico especialista, enfermeiro, psicólogo, assistente social, nutricionista, terapeuta ocupacional e odontólogo. As quimioterapias são administradas no hospital-dia, instalação em funcionamento desde 2019, com 12 leitos e cada um possui espaço adequado para os acompanhantes dos pacientes estarem presentes durante todo o processo de infusão dos medicamentos, possibilitando um cuidado mais humanizado na prestação de assistência.
Linfoma de Hodgkin
Ainda não se sabe o motivo para o surgimento do linfoma de Hodgkin, mas se sabe que é uma doença adquirida, e não hereditária. Compreende cerca de 20% dos casos da doença e pode ocorrer em qualquer idade, porém, os jovens de 25 a 30 anos são os que mais recebem esse diagnóstico.
Linfoma não-Hodgkin (LNH)
O LNH é, na verdade, um grupo complexo de mais de 80 tipos distintos da doença. Após o diagnóstico, é classificado de acordo com o tipo de linfoma e o estágio em que se encontra (extensão). São agrupados de acordo com o tipo de célula linfoide afetada e, para sua classificação, também são considerados o tamanho, a forma e o padrão de apresentação ao microscópio. Essas informações são importantes para selecionar adequadamente a forma de tratamento. Podem surgir em diferentes partes do corpo e representam 80% dos casos de linfoma.
Nos últimos 25 anos, o número de novos casos duplicou, em especial em pessoas acima dos 60 anos de idade, mas ainda não se sabe os reais motivos para o surgimento deste tipo de câncer. O LNH pode atingir linfonodos e órgãos extranodais (aqueles que ficam fora do sistema linfático), sendo os locais mais frequentes medula óssea, trato gastrointestinal, nasofaringe, pele, fígado, ossos, tireoide, sistema nervoso central (relacionado ao HIV), pulmão e mama.
Tratamento
O tratamento mais usado é a quimioterapia, complementada, em alguns casos, com a radioterapia. Os anticorpos monoclonais — proteínas presentes no sistema de defesa do organismo alteradas em laboratório para atacar células específicas — também podem ser utilizados no tratamento, associados à quimioterapia, principalmente nos casos de linfoma não Hodgkin.
Com informações do Hucam-Ufes/Ebserh