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PREVENÇÃO
Especialista da Ebserh destaca importância da prevenção e de cuidados com a dengue
Recife (PE) - Pernambuco registrou crescimento dos indicadores de casos de dengue, de acordo com o último Boletim Epidemiológico das Arboviroses, divulgado em 16 de fevereiro. Com incidência geral de 13,3 casos para 100 mil habitantes, o Estado está distante do referencial do Ministério da Saúde (MS) para alta incidência, que é de 300 casos para 100 mil habitantes. Mas a vigilância e a prevenção são necessárias, já que a arbovirose apresenta cenário de alta transmissão e casos agravados em diversos Estados brasileiros. Por isso, especialista do hospital da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) em Recife, alerta para alguns cuidados.
Com ciclos endêmicos e epidêmicos, a cada quatro ou cinco anos, a doença apresenta um aumento significativo no número de casos, bem como na gravidade das ocorrências, resultando em mais hospitalizações. Em 2023, foram registrados 1,6 milhão de casos, com 1.079 mortes. Para este ano, o número pode variar de 1,7 milhão a até 5 milhões de casos, de acordo com estimativas do Ministério da Saúde, que projeta o pico da arbovirose para março. As previsões foram feitas em parceria com o InfoDengue e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
“A prevenção se dá pelo combate ao mosquito Aedes aegypti e é focada no cuidado das pessoas nos seus domicílios e vizinhança para detectar e combater os focos das larvas (impedindo o acúmulo de água que atua como berçário). Com relação às medidas focadas no indivíduo, é importante que nos locais de maior risco (com prevalência mais elevada de casos), as pessoas utilizem roupas mais longas e adotem o uso de repelente, principalmente, durante o dia (quando ocorre a maior incidência da picada do mosquito)”, explica o coordenador da Área Assistencial de Doenças Infecciosas e Parasitárias (DIP), Paulo Sérgio Ramos.
A dengue é uma doença causada pelo vírus (DENV), com quatro sorotipos diferentes. Além da picada da fêmea infectada do mosquito Aedes aegypti, outras formas menos comuns de transmissão incluem transfusão de sangue e transmissão da gestante para o bebê. É importante ressaltar que não há transmissão por contato direto com pessoa doente.
Sintomas e diagnóstico
O médico infectologista do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Pernambuco (HC-UFPE/Ebserh) ressalta a importância de estar atento aos sintomas. O diagnóstico é feito por meio de exames laboratoriais. “A arbovirose se caracteriza pela presença de febre que habitualmente dura entre dois e sete dias acompanhada de dois ou mais sintomas, tais como dor de cabeça, dor muscular, dor atrás dos olhos, náuseas, vômitos, manchas na pele, assim como qualquer manifestação hemorrágica (desde pequenos sangramentos na pele até os mais graves nas mucosas do nariz, da boca e do tubo digestivo)”, destaca.
O especialista salienta que, em crianças de menor idade, o diagnóstico da dengue pode trazer um pouco mais de dificuldade porque o paciente pode apresentar febre e os outros sintomas aparecerem de uma forma mais sutil confundindo-se com outras doenças infecciosas. “Todo indivíduo com diagnóstico de dengue deve procurar um serviço de saúde para uma primeira avaliação médica para checar o grau de gravidade que vai nortear o tratamento: seja em nível domiciliar até mesmo o internamento”, pontua Paulo Sérgio, que também é professor do Centro de Ciências Médicas (CCM) da UFPE.
“O tratamento tem como pedra angular a hidratação, além do manejo do controle de sintomas, com o uso de analgésicos e antitérmicos prescritos por profissional. Também é importante o reconhecimento dos sinais de alarme e de alerta (como sangramento espontâneo, dor abdominal intensa, vômitos persistentes, pressão baixa e sonolência) que esse paciente esteja evoluindo para uma forma grave e que precise de internamento. A automedicação deve ser fortemente desencorajada porque o indivíduo pode estar com quadro de dengue e tomar uma medicação que pode causar prejuízos”, ensina Paulo Sérgio.
Combate ao mosquito transmissor da dengue
Cuidados simples podem fazer toda a diferença para combater o Aedes aegypti e evitar a sua proliferação, como: manter garrafas vazias, baldes e demais recipientes que possam armazenar água virados para baixo; evitar o acúmulo de entulho e água parada no quintal ou nas ruas; cobrir caixas d’água, poços ou piscinas; bem como manter as calhas limpas. Além disso, é importante colocar terra ou areia nos pratos dos vasos de plantas, manter as latas de lixo tampadas e descartar corretamente cascas de coco, latas de refrigerantes, copos plásticos e embalagens.
Outras medidas incluem guardar pneus em locais cobertos; tampar ralos pouco usados e jogar água sanitária no cano duas vezes por semana; diminuir o número de bebedouros de animais e manter o aquário limpo e fechado. A instalação de telas de proteção nas janelas e mosquiteiros na cama também são medidas complementares e eficazes que auxiliam na prevenção da proliferação do mosquito transmissor da dengue.
Sobre a Ebserh
O Hospital das Clínicas da UFPE faz parte da Rede Ebserh desde dezembro de 2013. Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 41 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.
Por Moisés de Holanda, com informações de Andreia Pires e revisão de Danielle Campos
Coordenadoria de Comunicação Social/Ebserh